14.2.09

Atropelos nos jargões automobilísticos

Com a entrada em vigor do Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa, não são poucas as palavras do universo automobilístico afetadas. O professor Pasquale Cipro Neto, que também é um declarado apaixonado por automóveis, esclarece algumas dúvidas.

Como ficam agora termos como "pára-brisa", "pára-choque", entre outros? Essas palavras passam a "para-brisa" e "para-choque", respectivamente. O único caso de "para" (forma verbal) que perde o hífen é o de "paraquedas".

Na frase "O trânsito sempre pára nesse horário", o acento diferencial fica ou cai? Nesse capítulo não tem como escapar da decoreba? Lamentavelmente, o acento cai. É um dos absurdos do acordo. Não há como escapar da decoreba, não. É preciso pôr na cabeça que este cai, aquele não cai, etc.

Será que vai ter gente fazendo bobagem? Por exemplo, tirando o trema de Citroën? Certamente. Até a ABL (Academia Brasileira de Letras) anda fazendo bobagem (a ABL publicou um "Dicionário Escolar" em cuja primeira edição há uma série de problemas). Quanto ao trema, ele fica nas palavras estrangeiras.

O acordo aproxima ou distancia Portugal do Brasil? Afinal, lá rodas são chamadas de jantes, freios, de travões, e compartimento do motor, de cofre...

O acordo só mexe na ortografia, portanto os portugueses vão continuar chamando as rodas de jantes, e nós vamos continuar chamando as jantes de rodas.

Agências de publicidade disseram que só vão adotar as mudanças quando a nova ortografia estiver mais consolidada, via meios de comunicação. Todos podem fazer isso? Até 31 de dezembro de 2012, ninguém precisa seguir a nova ortografia. Na minha comunicação pessoal, não adotei e só vou adotar na madrugada de 1º de janeiro de 2013, se os diabos não me tiverem carregado deste mundo.

fonte: Destak

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