29.3.09

Eliana Tranchesi, a evangelista

Na quinta-feira da semana passada, quase quatro anos depois, Eliana [Tranchesi] viu-se outra vez diante do braço armado da lei. Às 6 horas da manhã, três policiais federais bateram à porta de sua casa, no elegante bairro do Morumbi, com uma ordem de prisão nas mãos. Atordoada, mas calma, Eliana acordou os filhos, Bernardino, o Dinho, de 23 anos, e Marcella, de 17: "Não quero ver nenhum dos dois chorando nem se desesperando", avisou. Em seguida, telefonou para sua advogada, Joyce Roysen, e com a ajuda de Marcella preparou uma mala com mudas de roupa (que não tiveram utilidade; ela vestiu o uniforme da cadeia, camiseta e calça bege), artigos de higiene, Bíblia, caneta e bloco de anotações "para ter o que fazer lá" e uma bolsa térmica com seus medicamentos.

Como nesta fase da sentença não há recurso a prisão especial, Eliana ficou num espaço juntamente com outras detentas. Numa entrevista ao repórter Thiago Bronzatto, ela contou que "as pessoas aqui são muito humanas, solidárias, desprovidas de qualquer preconceito". "Chamei duas companheiras de cela e fizemos orações por muito tempo", acrescentou. Mas Eliana dormiu sozinha numa cela de 9 metros quadrados, onde às 21h30 de quinta-feira foi instalado um colchão especial recomendado pelo médico. Também recebeu frutas, livros, lençóis e toalhas. Na sexta-feira, almoçou a comida da prisão (arroz, feijão e frango). Na mesma entrevista, ela manifestou seu "inconformismo pela injustiça que estou vivendo e pela desproporção da pena". "Tenho a sensação de que o tempo parou enquanto a vida corre lá fora", comparou. E anunciou seu primeiro projeto em liberdade: "A evangelização em favelas onde o tráfico é intenso".
trechos de reportagem na Veja.

4 comentários:

Eliézer disse...

Apesar da famíla Piva de Albuquerque que ela pertence, ser de uma tradição católica centenária, um de seus irmãos é pastor de uma denominação tradicional em uma cidade da grande São Paulo, onde também dirige um centro de recuperação. Acredito que o sofrimento que ela e sua família vem passando (sem entrar nos méritos sobre os atos que a justiça vem denunciando) pode ter despertado-a para a necessidade de dar um direção mais solidária à sua vida e não a ostentação centenária que seu sobrenome carrega há gerações.

Unknown disse...

Espero que a conversão dela seja genuína. Não quero julgar ninguém, mas está tão na moda "ser crente", que o cristianismo protestante foi banalizado, pode-se fazer tudo: transformando a frase do apóstolo Paulo "Todas as coisas me são lícitas, mas nem todas me convém" em "Todas as cosas me são lícitas e tudo me convém porque Deus vai me perdoar depois"; garantido por pastores de certas denominações, principalmente se esse membro der o dízimo abastado.
Espero mesmo que Deus tenha começado a boa obra na vida dela e opere um milagre!
ABS.

Chicco Salerno disse...

Me veio à mente as palavras de um professsor meu de Direito Penal lá na Faculdade de Direito de São Bernardo do Campo nos idos dos anos 80: "Depois de preso todo mundo vira padre ou coroinha..."

Vai ver que, na clausura, ela encontrou sua derradeira vocação:ser freira carmelita dos pés descalços.

É tudo gozador mesmo neste país!

Anônimo disse...

o pior eh o midia sem mascara flando q td eh culpa do pt. fala serio... visitem o midia sem mascara.

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