11.3.09

Escola de... Pastor (?!)

A cartilha dos grandes empresários diz que, para se dar bem nos negócios, é fundamental estar atento às mudanças na sociedade, empregar com eficiência a propaganda, estudar o público-alvo, cuidar bem dos funcionários e vigiar a concorrência. Pois essas regras também valem para os que desejam abrir a própria igreja evangélica, segundo um curso oferecido pelo Seminário Brasileiro de Teologia - SBTe (já começou a avacalhação, sigla de emissora de TV)

Uma frase presente na apostila do "Curso de Formação de Pastor" dá o tom do seu conteúdo: "A igreja é uma empresa, e uma empresa difícil de ser conduzida, porque o seu estoque são almas". (o estoque não é a inesgotável Graça de Cristo para distribuir aos clientes-fiéis ?)

Partindo da premissa de que os meios de comunicação transformaram a sociedade, o curso convoca os pastores a uma adaptação aos novos tempos: "As igrejas que não seguirem a cultura dos povos tendem a ficar vazias"...(taí o sincretismo Universal que confirma essa tese)

...Hoje, diz o curso, o pastor deve ser "empreendedor, criativo, capaz de trabalhar em grupo e de liderar com visão global"...(e segundo alguns, ter unção de nobreza...)

Para aproveitar esse crescimento vertiginoso, o curso lista atitudes que devem ser tomadas pelo pastor empreendedor... (clique aqui para conhecê-las)

Antes de abrir uma igreja, por exemplo, ele deve estudar a região e o público-alvo. Se o local for pobre, ajudam a atrair gente a distribuição de lanches e o sorteio de cestas básicas. (porque não multiplicar o churrasco grego também ?)

Na Assembléia de Deus do Jardim do Apurá (zona sul de São Paulo), o fiel que fica até o fim do culto recebe um cachorro-quente. (na seca, sem direito nem a um copo aguado de Tang ? Malvadeza !)

É importante ainda que o pastor seja "um ator, um dramaturgo" para "acomodar o povo, chamar a sua atenção e fechar a sua boca". (parece mais ser um curso para formação de coroneis da velha república)
...

Para mais, clique aqui, aqui e aqui.

Na boa, não sou contra a igreja exercer seu papel de promotora do bem, assistindo ao pobre e ao necessitado. Mas usar isso para fazer proselitismo -como vem ocorrendo há tempos- e agora, na frágil fidelização do povo, só reforça a má imagem que hoje gozamos na sociedade. Como cantou Zé Ramalho: ê, ô, ô, vida de gado...

5 comentários:

Wellington Albertini disse...

eitaa! essa de ganhar um hot dog por ficar até o final eu não conhecia!
vou dar a idéia pro meu pai!
UAHUHAuHUAhHAA

JOELSON GOMES disse...

E assim caminha a igreja gospel, ah e virá muito mais, "virá ímpávido como mohamed ali" (ali, aqui, acolá eles se multiploicam enquando tem gente besta pra enganar).

Anônimo disse...

O que Jesus diria lendo isso?

Começamos a estudar a Bíblia, eu minhas irmãs católicas e mãe, filha de Maria, a ficha caiu e nos convertemos.

Abrimos nossa casa e começamos a convidar pessoas há uns 13 anos atrás, fazíamos uma festa para receber os amigos cheia de comes e bebes a fim de comunicar a eles o que aconteceu conosco.

Chegou dias de ter por volta de 60 pessoas sentadas na sala de casa, muitos estão na Igreja até hoje.

Mas, nunca passamos a sacolinha.

Era uma alegria para nós receber aquela gente em casa, e ainda recebo, com menos regalo, na mesma alegria.

Mas, do jeito que esses cursos fazem, é como estratégia de crescimento financeiro, e isso dá nojo.

Tereza

Eliézer disse...

Teresa:

Isso que vocês faziam, era igreja mesmo. Igreja é gente reunida vivendo a experiência da fé em simplicidade, comunitariamente.

Seu relato me encheu de esperança e confirmou uma certeza: Ele age acima das culturas e dos credos.

Paz !

Thiago Mendanha disse...

Tereza, essa sua experiência me anima... isso é igreja com i maiúsculo!

Simples, despretenciosa, viva, alegre, natural, orgânica...

Lindo, lindo...

Deus continue abençoando!

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