Tentação pressupõe caráter, conteúdo, idéia, opinião, certeza, principio, fé e conduta segundo valores pessoais.
Sem tais coisas não existe tentação...
Ora, como a maioria desistiu dessas coisas há algum tempo, no máximo fazendo gestão pública do aparecimento ou não da coisa considerada “tentação” do ponto de vista das convenções, o que resta é que as pessoas existem cada vez mais apenas ante o que possam ou não possam, consigam ou não consigam, alcancem ou não alcancem — pois, de fato, poucos são ainda os que, podendo, não façam o que possam; conseguindo, não realizem os que conseguiriam; e, podendo alcançar, desistam de fazê-lo apenas por uma questão de princípio.
Hoje o que vejo muito é gente zangada com Deus por não as haver ajudado a cair em tentação... Sim, raiva de Deus por não ter transformado a obsessão na tentação em uma feliz resposta à oração.
Pouca gente hoje diz não à tentação...
A oração existencial é: “E não nos livre da tentação, mas apenas das conseqüências de seu mal contra mim!”
A questão que ficou ante o fenômeno do estar tentado é apenas a constatação de que se pode ou não fazer aquilo... Digo “pode” apenas do ponto de vista da exeqüibilidade ao não do desejo...
Tentação se tornou apenas uma alternativa que pode ou não ser abraçada, dependendo de se conseguir manter a tentação em segurança...
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