O sociólogo francês Daniel Welzer-Lang está no Brasil para falar de seu novo livro, ainda sem tradução para o português. Nous, les mecs poderia ser traduzido como “Nós, os machos” ou “Nós, os caras”. Nele, o sociólogo, professor titular do departamento de Sociologia e pesquisador do Laboratório Interdisciplinar Solidariedades, Sociedades, Territórios, da Universidade de Toulouse II, fala sobre algo crucial do nosso tempo.
Estudioso da masculinidade e da violência, Welzer-Lang diz: “Nós estamos vivendo, hoje, uma época paradoxal: nunca antes as mulheres, ainda submetidas a formas variadas de dominação masculina, falaram, discutiram e contestaram tanto. Nunca antes os gays, lésbicas e bissexuais abordaram tanto seus modos de vida. Entretanto, os homens continuam em silêncio”. Welzer-Lang cita o sociólogo canadense Marc Chabot: “A palavra dos homens é o silêncio”.
O que é ser homem, hoje? Pergunta difícil. O lugar do homem no mundo contemporâneo é uma excelente pergunta ainda com poucas respostas. Provavelmente porque a crise da masculinidade levará não a um modelo fechado, mas a múltiplas possibilidades. No espaço público e privado, os homens pouco debatem suas dores, muito se debatem com as fronteiras difusas do seu papel. Tenho observado a trajetória errática de amigos e conhecidos, tentando entender o que o mundo – e as mulheres – espera deles. E sem coragem de fazer uma pergunta mais perigosa, que vai doer mais, mas talvez os leve para um lugar no qual possam se reconhecer: qual é o meu desejo? Leia +.
Eliane Brum, no site da Época.
a angústia masculina tb inspirou o psicanalista Contardo Calligaris em sua estreia como dramaturgo. vi na semana passada o monólogo o homem da tarja preta no teatro eva herz. recomendo.
5.5.09
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2 comentários:
uauuuuuuuuuuuuuuuu...
"O que ocorre hoje é que os grandes estereótipos em torno dos quais a masculinidade se estruturou, como o papel de provedor, entraram em crise. Por que características o homem contemporâneo se reconhece?", indaga Calligaris
http://www1.folha.uol.com.br/folha/ilustrada/ult90u536544.shtml
- pela prostituição?
Olha que loucura, se o homem não sabe quem é, se não se reconhece, tampouco a mulher...
Claro, pois não há como afetar um lado, sem mexer no outro.
Estraga um, estraga o outro.
Melhora um, melhora o outro.
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