Indiretamente, jogou nas costas dos seus antecessores a culpa pela maioria dos problemas que sujam a reputação do Senado.
Esqueceu que preside o Senado pela terceira vez desde 1995.
Esqueceu que nomeou Agaciel Maia diretor-geral do Senado e que o ajudou a se manter no cargo durante 14 anos. A saída de Agaciel do cargo funcionou como a espoleta que detonou a crise.
Esqueceu que o Senado são os senadores e os funcionários. E que se atravessa a pior crise de sua história, a responsabilidade recai sobre os senadores porque são eles que mandam.
Sarney não é um senador como outro qualquer. Faz política há mais de 50 anos. Foi presidente da República. É senador há 19 anos. Nesse período, ninguém presidiu o Senado contra o voto dele.
Negar a existência de cerca de mil atos secretos produzidos pela direção do Senado, preferir atribui-los a erros ou a falhas técnicas, é debochar da inteligência dos que o ouviram com atenção.
Dizer que os podres do Senado só estão vindo à luz porque ele resolveu investigá-los foi uma lorota da pior qualidade. Deve-se à imprensa a revelação dos podres.
Enfim, foi um discurso pífio o que Sarney fez esta tarde no Senado. Não convenceu sequer seus pares, tão responsáveis quanto ele pela crise.
Ricardo Noblat
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2 comentários:
ou seja.. .ele está pouco se lixando
Acham-se os políticos brasileiros senhores feudais. José Ribamar disse que deveriam ter mais respeito com ele.Verdade. Deveríamos apenas chama-lo de Zé.Respeito e consideração não se pede. Se conquista. E, políticos verdadeiramente democráticos são aqueles que pregam e exercem a alternância no poder.Políticos de uma vida toda não preparam sucessores ( a não ser filhos e herdeiros), são as ervas daninha da democracia pois praticam a ditadura de suas vontades e anseios apenas.
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