19.9.09

Arte engajada (3) - Minhas lágrimas por Mary


Meu dia hoje não começou bem. Olhando as notícias na Internet me deparei com o anúncio da morte de Mary Travers. Aos 72 anos, ela morreu de leucemia.

Essa senhora foi uma das pessoas importantes da minha vida. Junto com Peter Yarrow e Noel Paul Stoker ajudou a construir a minha consciência a respeito dos direitos civis.

Cantaram pelos direitos dos negros, dos judeus. Cantaram contra as guerras dos anos 60 e 70.

Mais do que cantar, eles iam para as ruas. Marchavam ao lado dos líderes cívis, apanharam da polícia, foram presos.

Um dia, num dos grupos de discussão sobre Síndrome de Down que eu participo, alguém perguntou se existia alguma música sobre pessoas com SD. Existia, quem cantava eram eles.

A música, chamada, Danny´s Down, falava de uma mãe a quem era oferecida a chance de deixar o filho com deficiência, recém nascido, morrer. É um libelo em defesa da vida.

Se, de um lado, eles eram contundentes na defesa de direitos, por outro, podiam cantar as músicas mais ingênuas e delicadas do mundo. Seus discos para crianças são fabulosos.

Quem me apresentou a Peter, Paul & Mary foi o meu primo Alberto Carlos que, de vez em quando, aparecia em casa com um disco novo, que minha mãe copiava no seu moderníssimo (na época) gravador de fitas K7. (também devo ao Alberto conhecer as músicas de Joan Baez).

Depois eu mesmo fui comprando os LP´s para mim. Muitos eu só encontrei no antigo Sebo de Elite. Já nos anos 80. Com a o advento do CD e da Amazon, consegui compor toda a discografia.

Vai-se um pedaço da minha geração. Vai-se um pedaço da minha consciência de direitos humanos. Ficam as canções.

Hoje, Puff, o dragão mágico, tristemente, se refugia de volta na sua caverna.

Fonte: MENS SANA [Via: POIMENIA]

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