As igrejas evangélicas no Brasil recolhem por mês entre seus fiéis mais de R$ 1 bilhão - precisamente R$ 1.032.081.300,00. A Igreja Católica, que tem mais adeptos espalhados pelo País, arrecada menos: são R$ 680.545.620,00 em doações. Os números estão na pesquisa sobre religião realizada pelo Instituto Análise com mil pessoas em 70 cidades brasileiras.
Entre os evangélicos, as igrejas que mais recolhem são as pentecostais, como a Assembleia de Deus, e neopentecostais, como a Universal do Reino de Deus. Seus cofres engordam mensalmente com doações que chegam a quase R$ 600 milhões. Cada fiel doa em média R$ 31,48 - mais que o dobro das esmolas que os católicos deixam nas suas paróquias (R$ 14,01).
Os evangélicos não-pentecostais, chamados de históricos (presbiterianos e batistas, por exemplo), são os mais generosos. Doam em média R$ 36,03, o que dá um faturamento mensal de R$ 432.576.180,00 às igrejas.
E para onde vai tanto dinheiro? Alberto Carlos Almeida, diretor do Instituto Análise, aposta que os políticos são um dos destinatários. "Parte desse dinheiro é usada para financiar campanhas. É só reparar no aumento dos candidatos evangélicos e no fato de os não-evangélicos cortejarem as igrejas nas campanhas."
A pesquisa mostra que o número de católicos continua em declínio. No Censo de 2000, eram 73,77% da população ante 15,44% de evangélicos. Nessa pesquisa, o número de católicos caiu para 59% e o de evangélicos subiu para 23%. "Ou seja, dois em cada dez brasileiros são evangélicos", diz Almeida.
O cientista político Cesar Romero Jacob, autor do Atlas da Filiação Religiosa e Indicadores Sociais no Brasil, se diz surpreso com a queda de "15 pontos porcentuais" no número de fiéis da Igreja Católica. Mas não tem dúvida sobre a força dos pentecostais e neopentecostais no voto do brasileiro.
Depois de analisar o mapa eleitoral das últimas cinco eleições presidenciais constatou que Fernando Collor, Fernando Henrique Cardoso e Luiz Inácio Lula da Silva usaram a mesma estratégia para vencer. Nos grotões do Nordeste, fizeram aliança com as oligarquias.
Nas periferias, acordos com pastores e partidos populistas. "O debate político é intenso sobretudo na classe média das grandes cidades. Nos grotões e na periferia o que funciona é a máquina. Seja ela das igrejas pentecostais, dos populistas ou das oligarquias."
Figura polêmica, o Bispo Macedo, fundador da Universal do Reino de Deus, é conhecido pela maioria dos brasileiros. Mas sua imagem não é das melhores. Para 70% dos entrevistados, "ele usa o dinheiro da Universal para enriquecer". Entre os próprios evangélicos, 57% têm essa impressão. E 18% dizem que "ele é bom e tudo o que faz com o dinheiro da Universal é para o bem de seus fiéis". Leia +.
fonte: O Estado de S.Paulo
recomendo a leitura de toda a matéria.
5 comentários:
Triste é ver que a ajuda financeira em missões é muito escassa no Brasil, com esse tanto de dinheiro poderiamos sustentar muitos irmãos que estão lá fora na linha de frente.
A interpretação do sociólogo Carlos Alberto Almeida é no mínimo pouquíssimo científica. Dizer que o dinheiro vai para campanhas por causa do número de políticos evangélicos eleitos é precipitada e ingênua. Quem conhece os bastidores evangélicos sabem que a relação com os políticos é inversa e não menos vergonhosa. Eles é que trazem o dinheiro pelos votos.
vc tem razão, elienai.
basta lembrar o bordão de um vereador paulistano evangélico pessimamente avaliado e que deve estar no enésimo mandato: "pastor comigo é no talão de cheques".
o buraco (negro e sem fundo) é + embaixo. nesse quesito, ficam de fora quase todas as igrejas tradicionais, nas quais o pastor sequer assina cheques e os fiéis aprovam contas e balancetes.
no caso de outras instituições, ananias e safira poderiam ser canonizados perto do que se passa...
sim... sempre o sensacionalismo vigora nesses momentos esperando os incautos caírem de para-quedas na noticia e depois aumentarem sua munição em ataque aos evangélicos.
Pouco se percebe, no caso da crítica lançada, a participação de algumas igrejas históricas em trabalhos missionários e sociais.
Lógico que, pegando um gancho no que o eduardo comentou, seríamso felizes se todo esse montante fosse investido na práxis social e missiológica ao invés de novos bancos, prédios e carros para as lideranças infladas.
o povo nao tem vergonha mesmo...
a renascer usa dinheiro da igreja para promover aqueles caras a carreira politica com naturalidade...
o povo nao questiona. mas a verdade vai ser manifesta.
gente, me deprime sabia?
Postar um comentário