A Rev. Ann Holmes Redding está praticando duas religiões que ela diz serem compatíveis no nível mais básico, mas vários acadêmicos religiosos insistem que as duas são mutuamente exclusivas.
A Rev. Ann Holmes Redding assiste aos cultos de Domingo de manhã na Igreja Episcopal São Clemente de Roma em Seattle.
Redding, à direita, ora com outros membros do Centro Al-Islam recentemente no Centro Comunitário Yesler.
A Rev. Ann Holmes Redding, à direita, recebe um abraço de Ayesha Anderson no final de um culto recentemente com membros do Centro Al-Islam em Seattle. Redding é uma Cristã que também pratica o Islã, e ela cultua com membros de ambas as fés.
Redding conversa com Celia Connor de 4 anos antes do início do culto na Igreja Episcopal São Clemente de Roma em Seattle. Aos Domingos, Redding frequentemente ora na São Clemente. Às Sextas-feiras, ela ora com o Centro Al-Islam.
Redding é pastora episcopal há 20 anos e muçulmana há 15 meses. Logo depois do meio-dia nas Sextas-feiras, a Rev. Ann Holmes Redding ata um véu preto, preparando-se para orar com seu grupo muçulmano na First Hill.
Domingos de manhã, Redding veste seu colarinho branco de pastora episcopal. Ela faz as duas coisas, diz ela, porque ela é cristã e muçulmana.
Redding, que até recentemente era diretora de formação de fé na Catedral Episcopal de São Marcos, é pastora há mais de 20 anos. Agora ela pode dizer às pessoas que nos últimos 15 meses ela é também uma Muçulmana - atraída pela fé depois que uma introdução a orações Islâmicas a deixaram profundamente tocada.
"Eu sou Muçulmana e Cristã, assim como sou Americana e descendente de Africanos e uma mulher. Sou ambos 100%."
Redding não acha que ela tem que resolver todas as contradições. Pessoas numa religião nem mesmo conseguem concordar em todos os detalhes, diz ela. "Então por que iria eu gastar tempo tentando conciliar toda a crença Cristã com todo o Islã?" "No nível mais básico, eu entendo que as duas religiões são compatíveis. É tudo o que eu preciso."
Redding experimentou racismo em escolas, foi abusada sexualmente e ao entrar na vida adulta lutava com alcoolismo; ela está na recuperação há 20 anos.
Apesar dessas dificuldades, ela formou-se na Brown University, graduou-se no Mestrado de dois seminários e recebeu seu Ph.D. em Novo Testamento do Union Theological Seminary na cidade de Nova Iorque. Ela se sentiu chamada para o pastorado e foi ordenada em 1984.
No Outono de 2005, um líder local Muçulmano fez uma palestra na catedral, e orou com os presentes. Redding foi tocada. Ao cair de joelhos e se esticar no chão, pareceu que todo o seu corpo estava envolvido em entrega a Deus.
Depois na Primavera, na classe de inter-religião em São Marcos, um outro líder Muçulmano ensinou uma prece cantada e liderou uma meditação sobre abrir o coração. O canto falou à cantora dentro de Redding; a meditação falou ao seu coração. Ela começou a recitar a prece diariamente.
De várias formas, diz ela, "vir para o Islã foi como entrar numa família da qual estava distanciada. Nós não somente temos o mesmo Deus, mas o mesmo ancestral com Abraão."
"As crenças teológicas são irreconciliáveis", diz Mahmoud Ayoub, professor de estudos Islâmicos e religiões comparadas na Temple University na Filadélfia. O Islã acredita que Deus é um, único e indivisível. "Para Muçulmanos dizer que Jesus é Deus seria blasfêmia."
"Eu só acho que esse tipo de coisa não funciona", diz Frank Spina, um pastor Episcopal e também professor de Antigo Testamento e teologia bíblica no Seattle Pacific University. "Eu acho que você tem que abrir mão do que é essencial para o Cristianismo para dar os passos que ela deu." "A essência do Cristianismo não é que Jesus foi um grande rabbi ou mesmo um grande profeta, mas que ele é a própria encarnação do Deus que criou o mundo... O Cristianismo se firma ou cai de acordo com quem Jesus é."
Redding sabe que há muitos Cristãos e Muçulmanos que não a aceitarão como ambos.
"Eu não me importo", diz. "Eles não podem levar embora meu batismo." E até onde saiba, uma vez que ela tenha feito sua profissão de fé para tornar-se Muçulmana, ninguém pode dizer que ela não é uma tampouco.
Fonte: The Seattle Times (trechos)
Tradução: Gustavo K-fé Frederico
21.2.10
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9 comentários:
Olá!
Vi que segues o meu blog..Fiquei bastante surpresa, e contente por um cara que tem um blog tão bom, bem cuidado e acessado gostar do meu humilde e ainda pequeno espaço. E tal reportagem, mostra que as ambiguidades são possíveis dentro do ser humano. Quantos de nós amostramos características tão adversas e ainda assim, admiráveis, encantadoras - ou dependendo o momento, a situação, insuportáveis. Vem na nossa bula, manual! Te sigo agora também, meu amigo.
Beijos
Quanta incoerência!
Crer que Maomé é o profeta de Allah, que este não é trino... mas tem um Jesus que salva e é Deus, que é Flho de Deus... mas Allah não tem filho - porque é blasfêmia... E ainda por cima exerce o pastorado! Dou por vista a competência doutrinária e a formação cristã (?) do rebanho.
Só para apimentar a discussão: os judeus também não crêem num Deus trino, nem em Cristo como sendo o filho de Deus e no entanto nós lemos em Atos 21:20 Depois de o ouvirem, todos eles deram graças a Deus e disseram a Paulo: - Veja bem, irmão! Há milhares de judeus que se tornaram cristãos e todos eles são fiéis à Lei de Moisés.
Atos 21:21 Eles ouviram dizer que você ensina os judeus que moram em outros países a abandonarem a Lei, dizendo a eles que não circuncidem os seus filhos, nem respeitem os costumes dos judeus.
Lendo o restante desta passagem vemos que Paulo foi orientado a ir até o Tempo (perante os sacerdotes mosaicos) e tomar voto de raspar a cabeça como maneira de manifestar que ele também guardava a Lei...
Qual seria a diferença(s) destes milhares de cristãos primitivos para esta pastora?
Chicco,
Num primiro momento a igreja não sentiu necessidade de delimitar doutrinas (como a trindade, união hipostática etc.) porque não havia a ameaça de heresias, exceto a judaização do cristiansimo. Daí porque a noção de Trindade não era tão essencial bem no princípio, mas a justiça que vem pelo nome de Cristo.
A diferença que vejo entre estes cristãos e aquela "pastora" é que aqueles não tinham tanta informação, mas a que tinham era inegociável (como a Salvação pelo nome de Cristo) e esta, tendo-a, a rechaça por não querer ver a diferença abismal entre estes dois sistemas religiosos, claramente distintos, e uni-los apenas por uma característica comum superficial: são monoteístas.
Além disso, a Bíblia dá determinadas qualificações para o pastorado, dentre elas conhecer a palavra, não ser neófito e ser irrepreensível, bem como ter bom testemuho dos de fora - nisso ela me parece em falta por advogar esse sincretismo.
Acho que essa senhora nada mais quer do que isso mesmo: holofotes...
Patético. O que é isso? Ecumenismo?
Francamente, temos questões mais pontuais a serem tratadas minha senhora!
É de chorar...
O politicamente correto chegou a níveis do ridículo!!! Dizer que se é cristão e muçulmano numa tentativa de aparentar ser "corretinho", "certinho", politicamente correto... é simplesmente abominável!
Concordo com Frank Spina, a essência do cristianismo é Cristo - Deus Encarnado.
e para o CHICCO SAL, a diferença entre os cristãos primitivos e esta pastora é esta aqui:
"Fiz-me como judeu para os judeus, para ganhar os judeus; para os que estão debaixo da lei, como se estivesse eu debaixo da lei (embora debaixo da lei não esteja), para ganhar os que estão debaixo da lei" (1 Cor. 9:20)
Na verdade, judaísmo e cristianismo não são excludentes, o cristianismo era uma seita do judaísmo e basicamente a diferença é que nós aceitamos que o Messias é Jesus, enquanto que os judeus não O aceitam. Toda a discussão do livo de Atos é sobre quais leis do VT ainda estavam em vigor para os cristãos-judeus (judeu neste caso como raça e não religião).
O Cristianismo, portanto, seria uma religião tão limitadora que Jesus tem que caber dentro dela.
Gustavão...
Entende uma coisa, sua lógica está ao avesso, não é o cristianismo que é limitador para Cristo ter que caber nele, ao contrário, o cristianismo sim que é limitado pelo Cristo. Sem Cristo não há cristianismo!
Portanto, dizer que se é cristão ao mesmo tempo em que relega Cristo a um segundo plano, é o mesmo que relegar o essencial, o alicerce, o fundamento! É cortar a árvore pela raiz, ser levado por ventos de doutrinas e vãs filosofias...
uma vela a Deus e outra ao diabo
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