17.3.10
Deus é um bêbado
Quando nós louvamos a Deus, de acordo com Dionísio, nós começamos com nomes tirados das coisas mais altas, mais divinas: unidade, trindade, bondade, beleza. Mas não há muitos deles, e quanto mais você pensa neles, mais você se dá conta de que, bem, quando se trata de dizer tudo o que há para se dizer sobre Deus, eles não servem muito bem. Então você segue para o próximo nível da existência, onde tem mais nomes e tenta: Deus é um pai, Deus é um Rei, Deus é Senhor, Deus é um pastor, Deus é um servo.
Você poderia prosseguir assim por um tanto de tempo, mas eventualmente vai se dar conta que ainda não é bem suficiente. Então você prossegue falando, louvando a Deus com ainda mais palavras, abrindo a rede do seu louvor até que ele abranja toda a criação, e você se dá conta de que para nomear Deus, para descrevê-lo completamente, você teria que usar todas as palavras que existem; você teria que achá-lo em cada coisa criada: Deus é como um ornitorrinco; Deus é como um lápis; Deus é como uma supernova; Deus é como uma baleia.
Mas você não pode só usar as coisas que são obviamente cool, ou bonitas, ou legais: tudo na criação inteira reflete Deus de alguma forma, e se você quiser fazer o trabalho de nomear Deus integralmente, você tem que ir a lugares menos respeitáveis. Dionísio disse que Deus se ira, que Deus fala palavrão; que Deus se entristece; que Deus dorme e acorda; que Deus se veste com roupas requintadas; Deus é um bêbado; Deus está de ressaca.
Desconfortável, não? Mas aí é que tá: se você não consegue ver algo de Deus nem mesmo na embriaguez, você não está olhando bem o suficiente. Se você está satisfeito em ir à igreja e a cantar as mesmas cinco músicas toda semana, sobre como Deus é Pai, Rei, Pastor, e todos aqueles outros clichês, você não está louvando o suficiente. Se você realmente quer saber quem Deus é, diz Dionísio, você tem que encontrá-lo em todo lugar. Em todo lugar.
Isto, que me impressiona, é um dos melhores argumentos para o conservadorismo, e para preservar culturas e línguas minoritárias. Quando o último Dodo morrer, perderemos uma oportunidade ímpar de compreender quem Deus é. Quando o última pessoa que fala Gaélico morrer, nunca seremos capazes de ver Deus através dos olhos de um Gaelicófono nativo.
Mas é também um ânimo dar boas-vindas à mudança e incentivar inovação: uma nova raça de cachorro significa um novo nome para Deus; nasce o iPod e com ele um novo olhar para o Criador de todas as coisas. Deus está em todo lugar: cultura alta, cultura baixa, animais em extinção, espécies invasivas. Se você não consegue vê-lo, você provavelmente não está olhando bem o suficiente. Deus é um bêbado.
Fonte: Theologies: Theology for normal people
Tradução: K-fé
Assinar:
Postar comentários (Atom)
6 comentários:
Mi diz....
Por fora... nada a ver esse texto... não curti nada....
Sim Deus está em todos os lugares... nos altos... nos baixos...
Mas isso não quer dizer que ele é....
O que posso dizer com certeza que Ele é.... é AMOR...
Ele que entra em todos os lugares...
Mesmo sem "ser"... amando os que "são"....
"O que posso dizer com certeza que Ele é.... é AMOR..."
Prove.
O fato de você existir é uma prova.
O AMOR de DEUS por você te permite ainda acordar todos os dias.
De onde você acha que você veio? Quem você acha que permite seu respirar e te deu a vida?
Eu te afirmo com toda certeza do meu coração que foi o Deus todo Podereso.
Se você pensa que não foi de Deus, é uma escolha sua.
Pode acreditar que você é um macaco super evoluído...
Boa tarde!
Deus abençõe sua vida!
Fica na paz!
(repetindo meu comentário, pois no outro "saiu" como anônimo)
Por fora... nada a ver esse texto... não curti nada....
Sim Deus está em todos os lugares... nos altos... nos baixos...
Mas isso não quer dizer que ele é....
O que posso dizer com certeza que Ele é.... é AMOR...
Ele que entra em todos os lugares...
Mesmo sem "ser"... amando os que "são"....
Caramba Amei o que a Wanessa Castro falou...disse tudo e mais um pouco....DEUS é AMOR³
Esse título foi criado para que as pessoas lessem o texto. Concordo em expandir meus horizontes com relação à grandiosidade de Deus. Discordo que Ele seja um bêbado, um ornitorrinco ou uma árvore.
Deus é Deus. Criatura é criatura. E pelo que li, APENAS o ser humano é a imagem e semelhança de Deus. Detalhe: Deus não é a criatura. A criatura apenas reflete a perfeição (a habilidade e a criatividade) do Criador.
Os pintores não são telas pintadas. Nem os escultores são argilas modeladas. Mas, estas obras refletem como os artistas pensam, sentem e veêm o mundo à sua volta.
"Deus é um bêbado" expressa uma hipótese impossível. Deus é onipresente. Concordo, portanto, que Ele esteja em todo lugar. Deus é perfeito. Discordo, portanto, que Ele seja um bêbado. Mas, isso é tão óbvio que nem sei porque usei tantas palavras para expressar. ¬¬
Postar um comentário