18.4.10

Confissões de uma (ex) esposa de pastor

Ele disse um dia: em primeiro lugar está meu ministério.

Senti-me traída, a mais traída das mulheres. Posso até “competir” com outra mulher, outros lábios, outro corpo, outros abraços, outros beijos e ganhar (ou perder) a batalha. Mas com o “ministério” é demais pra mim. Foi pior que vê-lo na cama com outra.

Claro que se ele dissesse "Deus está em primeiro lugar na minha vida" eu aplaudiria e ficaria feliz, mas ministério não é Deus, e esse é o problema de muitos líderes, que confundem trabalho, atividade, serviço, com relacionamento com Deus. Lastimável!

Aos poucos, ele foi demonstrando essa preferência. Eu não estava mais na sua listinha de prioridades, nem eu, nem os filhos. Somente o ministério importava, por ele daria a vida, era algo quase insano, doentio. “Que adianta ganhar o mundo inteiro e perder a sua família?”

De forma progressiva, suas atitudes foram se tornando agressivas e incoerentes, pois como alguém que viajava pelo mundo falando do amor de Deus não conseguia de fato amar sua própria família? Primeiramente, vieram agressões verbais, depois as físicas, a mim e aos filhos. Nada que questionasse ou desvalidasse seu ministério poderia ser refutado ou contrariado. Ele reagiria com unhas e dentes. A família não importava mais, somente seu belo e frutífero ministério.

E assim segui... fingindo por 18 anos para todos e pra mim mesma que tudo isso era normal, e que para não envergonhar o ministério (dele), eu deveria aceitar calada a situação.

Ah! Mas como Deus me ama... Me ama tanto que foi ele mesmo que disse: “Filha: chega disso!”

Foi então que liberei o tão dedicado pastor e missionário de seu jugo de ter uma família. Agora ele deve estar feliz sozinho “servindo ao Senhor”.

Seguimos eu e meus filhos rumo ao centro da vontade de Deus, que é perfeita e agradável. Um Deus que ama e que não deixa seus filhos sofrerem além do que podem suportar.

Sim, eu fui traída. Sim, ele cometeu adultério. Adulterou com o próprio ministério, em nome de Deus, destruindo a própria família. Eu já o perdoei, mas acho que nunca vou entender...

por motivos óbvios, a identidade da autora do texto será mantida em sigilo.

15 comentários:

PriAliança disse...

Uma das muitas coisas importantes que aprendi com pr. Halley: minha família é o maior e mais importantes ministério (=serviço) que o Senhor me atribui.

Decio caramigo disse...

É Pava, tá cheio desses! Infelizmente...
Não cuidou da família, e agora ficou na mão! (e eu acho que literalmente, :0)...)

Parabens pelo post, cad vez melhor!

cacá

PriAliança disse...

*importante (no singular). #errata

Unknown disse...

Depois da "confissão de Davi", fica difícil acreditar em textos assim.

Mas, se for verdade, é mais um grande exemplo de hipocrisia. Pessoalmente, conheço vários exemplos assim de mentira, adultério, etc., de pessoas "acima de qualquer suspeita", os "santos".

Mas isso não tira a fé porque acima das igrejas e dos homens a mensagem de Jesus Cristo nos manterá conectados ao amor de Deus.

Ingrid disse...

Se lesse a Bíblia, ele saberia o que fazer...

Efésios 5

25 Vós, maridos, amai vossas mulheres, como também Cristo amou a igreja, e a si mesmo se entregou por ela,Assim devem os maridos amar as suas próprias mulheres, como a seus próprios corpos. Quem ama a sua mulher, ama-se a si mesmo.
29 Porque nunca ninguém odiou a sua própria carne; antes a alimenta e sustenta, como também o Senhor à igreja;

Efésios 6

4 E vós, pais, não provoqueis à ira a vossos filhos, mas criai-os na doutrina e admoestação do Senhor.
---------
NADA justifica a violência.Isso não é argumento de homens de verdade.

Simplesmente Tininha disse...

É tão triste ver que isso é uma realidade (não sei se devo dizer isso, mas...) tão comum em nossos dias...
A família, pra alguns líderes, parece um peso, um obstáculo para o "ministério".
Se um líder não tem condições de zelar e amar a sua família, também é incapaz de zelar e amar o que Deus confiou em suas mãos.
Se eu estou enganada, que Deus me perdoe, mas é assim que tenho pensado!

Anônimo disse...

Hum...que triste, mas verdadeiro.
Imagino o quanto ela deve ter sido cobrada também pela igreja.
Veja:
http://blogdaleilahh.blogspot.com/2010/03/sou-esposa-do-pastor.html

Alvaro disse...

Quem dera se todos entendessem a lógica divina: Deus, família e por último, ministério. Deus é fiel e vai honrar essa familia, não tenho dúvidas!

Rogério disse...

Ídolos evangélicos: Bíblia, o "templo" e o ministério.
O que Jesus disse sobre o amor a Deus e ao próximo? E sobre os fariseus?
O teatrinho é o mesmo a mais de dois mil anos, só mudaram os "artistas".

Joaquimtiago Bill disse...

Estou pastor e procuro entender como pode e como de fato acontece. Mesmo sem confessar com a própria boca que é o "ministério" o líder acaba sendo laçado e afundado no pelo tal "ministério". É como uma ideologia pregada, vivida e cobrada pelos membros da igreja, superiores do clero e pelo sucesso e poder ministperial. Ter tempo para família é meio que andar na contra mão do que é sucesso em nossos dias.

jose batista filho disse...

so tenho uma correção para fazer com relação a citação desta esposa, o versiculo diz: Mateus
16:26 Pois que aproveita ao homem ganhar o mundo inteiro, se perder a sua alma? Ou que dará o homem em recompensa da sua alma? Nao vamos tirar o versiculo do contexto para o nosso proveito.

Anônimo disse...

Ministério não é algo palpável e sim naturalmente intrínseco a nova (original) criatura! Viver já é estar em ministério devido aos mandatos criacionais que recebemos! Portanto não existe essa de abraçar o ministério, tudo que vivemos e fazemos está incluido no pacote, e portanto quem deixa de lado algo pelo "ministério" está indo contra o contexto real de vida ministerial, logo está fora dos mandatos criacionais e por isso longe da verdadeira vontade de Deus!

Quer saber o que é um verdadeiro atendimento pastoral? Experimente levar sua esposa para jantar no Philippe Bistrô e seu filho para tomar sorvete com o avô depois do jogo do Verdão! E a melhor pregação? É quando pagamos para o novo estagiário um chopp no Happy Hour do Braugarten e damos os 10% diretamente para o garçom! E o melhor discipulado? É quando chamamos a rapaziada para comer um churrasco em casa e assitir Gran Torino! E o jejum mais excelente? Quando atrasamos para o culto de domingo porque paramos na Av. Espraiada para ajudar um pai de santo a empurrar o carro que quebrou! E a verdadeira vida missionária? Quando participamos da manifestação anti-Sarney "bigodão"!

Fico triste ao ver essa pseudo-vida pastoral existente hoje em dia...

Cadê o Afonsão nessas horas para defender a classe lobal, digo, pastoral???

Garcitylzo Lago disse...

Impressionante o que Deus é capaz de fazer com seus próprios servos, na qual que se enganam.
Isso serve de exemplos pra queles que se acham intocáveis, deixando de fazer a verdadeira obra que lhe foi concedida. Abrs

Anônimo disse...

Agora dá pra entender porque os padres não devem ter família e o motivo de serem tão criticados! É uma escolha. E eles já sabem de antemão que será um dos sacrifícios que terá que enfrentar. Se aceitarem o desafio, terão que cumpri-lo. A família realmente exige/merece dedicação e por isso a Igreja Católica impõe esta separação. Padres dedicam suas vidas exclusivamente a Deus e maridos/pais se dedicam às suas famílias.

moura disse...

realmente eu acho que ela fez oque pode para manter esta familia mais foi uma mulher forte ate seu dia de tomar outro rumo em sua vida afinal ninguem e de ninguem. fomos chamados para ser livre e nao escravos de alguem seja forte mulher vá em frente vc pode ser muito feliz ainda se já nao é:

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