A Igreja Protestante perto de minha casa tem duas famílias de missionários morando entre os índios yanomami, no estado de Roraima. Como ela, há milhares de outras nos Estados Unidos, com missionários espalhados por toda a Amazônia.
Vão levar aos índios a “palavra de Deus”. Em inglês, é claro. Deus fala inglês, como o recém falecido Charlton Heston nos filmes de Cecil B. de Mille. Ao mesmo tempo, diversos movimentos internacionais apóiam a tese de que os Estados Unidos e a União Européia deveriam subvencionar os “povos da floresta” no Brasil, como parte de um plano para combater o aquecimento global.
A floresta amazônica deve ser preservada para combater o aquecimento global. É elementar, meu caro Watson. Mas se o governo brasileiro deixar que as negociações ocorram diretamente entre americanos e europeus com os indígenas da Amazônia estará dando um passo gigantesco para perder sua soberania sobre a região.
Com todo o respeito que os índios merecem, o governo brasileiro deve olhar com muito cuidado este reconhecimento da “nação yanomami” (especialmente uma que desconhece a existência de uma fronteira entre Brasil e Venezuela), “nação sateré mawé”, “nação kariri-xocó” e outras que tais. Se não o fizer, no futuro terá que enfrentar movimentos separatistas como a China agora é obrigada a combater no Tibete, cortesia do Dalai Lama e do canastrão hollywoodiano Richard Gere.
A única maneira sensata de lidar com a Amazônia é preservar sua floresta através de um desenvolvimento econômico sustentável. Lembro-me de que, no governo de José Sarney, o governo americano bloqueou a construção de uma estrada do Brasil para o Pacífico, alegando que ela desmataria a Amazônia, ao mesmo tempo que continuava a exportar madeira para o Japão, graças às suas estradas para… para o Pacífico.
Vamos preservar a cultura indígena e a as línguas indígenas dentro de um contexto em que ela integrem um país cujas fronteiras estão definidas e consolidadas há muito tempo e no qual o idioma oficial, um verdadeiro elo de união das montanhas Pacaraima ao Chuí, é o português.
Deus não deveria precisar de intérpretes americanos.
José Inácio Werneck, no site Direto da Redação.
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3 comentários:
Este é um assunto muito sério, que todos os brasileiros que pisam naquele solo se dão conta...mas que não vemos nehuma ação concreta que mude o estado das coisas. Um fato que até hoje existe é aquele dos que se dizem "missionários protestantes americanos", que se instalam em muitas tribos para, não evangelizarem ninguém, mas simplesmente para pesquisarem tudo o que temos de bom. VOLTEM NA AMAZÔNIA DAQUI A DEZ ANOS...com certeza encontrarão um quadro pior deste roubo descarado. E ninguém faz nada para mudar!
arre! xenofobia e desinformação demais pra um post só.
Prezado Pava,
Realmente este artigo nos preocupa. Eu por exemplo sou geógrafo e vejo com tristeza o que está acontecendo não só com a Amazônia, mas também as comunidade indígenas que lá vivem. O governador de Roraima em uma recente entrevista disse há na região cerca mil ONGS muitas delas européias e norte-americanas (representando interesses dos mais diversos). Deus de fato, não precisa de intérpretes americanos, pois Ele fala de muitas maneiras. Ele é o Deus do Fator Melquisedeque.
Fica na Paz.
Pr. Juber Donizete Gonçalves
www.juberdonizete.blogspot.com/
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