14.4.08

Max responde (14)

Estou cursando Direito numa faculdade que entrou na lista do MEC como sendo de baixa qualidade. O que isso significa para minha carreira? – Carlos

O MEC avaliou 509 cursos de Direito em todo o Brasil e concluiu que 89 deles não tinham os padrões mínimos aceitáveis. Os formandos nesses cursos vinham obtendo notas baixas nas provas do Enade (Exame Nacional de Avaliação de Desempenho de Estudantes) e alto índice de reprovação nos exames da Ordem dos Advogados do Brasil. Em março, saiu a lista das 37 faculdades em situação mais grave. Na prática, já que a lista é pública, isso significa que o diploma dessas faculdades perde valor no mercado de trabalho. O MEC pretende estender essa avaliação a outros cursos (o de Direito foi apenas o primeiro), e muito provavelmente chegará a conclusões semelhantes. Nos últimos 15 anos, a proliferação de faculdades no Brasil aumentou a quantidade de vagas, mas parte delas não se preocupou com a qualidade do ensino. Eu imagino que alguns alunos entrarão com processos para reaver o valor pago em mensalidades, da mesma maneira que consumidores podem exigir ressarcimento quando compram um produto que não cumpre o que prometeu.

Qual é a importância de um MBA? – Lineu

Grande. Mas leve em consideração o seguinte: na disputa por uma vaga, um candidato com boa faculdade e três anos de experiência terá mais chances que um candidato com MBA e nenhuma experiência prática. O MBA agrega, mas não substitui. É mais recomendável cursá-lo depois de estar empregado.

Fui estagiária durante sete meses. Participei de um processo de seleção para uma vaga efetiva em outra empresa e fui aprovada, mas com a condição de começar imediatamente. Como estágio não tem aviso prévio, comuniquei a meu gerente que iria sair em três dias. Ele ficou muito irritado e disse que eu devia tê-lo avisado de que estava participando desse processo. Errei? – Vânia

Não. Qualquer pessoa que esteja participando de processos em outras empresas não tem obrigação, nem legal nem ética, de comunicar esse fato à empresa atual. Cabe à empresa criar as condições para que o empregado não queira sair.

Tenho 24 anos, moro em Fortaleza e sou formado em Jornalismo. Como aqui não há oportunidades, estou pensando em me mudar para São Paulo, onde o mercado é mais promissor... – Jota

Não faça isso, Jota! O mercado de São Paulo realmente é maior, mas não é mais promissor, porque o número anual de formandos é muito superior ao número de vagas que são abertas. Nos últimos três meses, recebi perto de 60 consultas de formandos em Jornalismo que não conseguem se empregar, e a maioria é de São Paulo. Nessa área, só se consegue uma vaga por meio de indicação direta. Portanto, suas chances ainda são maiores em Fortaleza, onde você conhece mais gente.

Como há muitas empresas européias no Brasil, aprender um idioma que pouca gente domina (por exemplo, o sueco) aumentaria minha empregabilidade? – Ana

Boa pergunta, Ana. Conversei com dois gestores de multinacionais (uma sueca e outra finlandesa). Eles informaram que a comunicação entre a matriz e as filiais, falada ou escrita, é toda feita em inglês.

Max Gehringer, na revista Época.

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