Um grupo de evangélicos tentou invadir o Congresso Nacional nesta quarta-feira em protesto contra a aprovação do projeto que criminaliza a homofobia (discriminação contra homossexuais) no país. Cerca de mil evangélicos fizeram uma manifestação em frente à sede do Legislativo para evitar a votação do projeto. Os manifestantes querem ter o direito de criticar a homossexualidade, sem punições estabelecidas na legislação.
O projeto está em discussão na CAS (Comissão de Assuntos Sociais) do Senado, sem previsão de entrar na pauta de votações do plenário. "Achamos que o problema da discriminação não atinge só os homossexuais, mas também os negros, as mulheres, até mesmo nós evangélicos. O projeto de lei dá poderes ditatoriais a uma minoria. Se um funcionário for dispensado de uma empresa, por exemplo, pode alegar homofobia e o dono da empresa vai ser preso por crime hediondo, inafiançável. Queremos trazer um projeto para proteger todas as minorias", disse o deputado Rodovalho (DEM-DF), da Igreja Sara Nossa Terra.
Parte dos manifestantes pressionou seguranças do Senado para ingressarem na Casa. Houve empurra-empurra e princípio de tumulto em frente à entrada principal do Legislativo. O grupo fez orações contra a aprovação do projeto, conduzidos pelo pastor Jabes de Alencar, da Assembléia de Deus.
"Senhor, sabemos que há uma maquinação para que esse país seja transformado numa Sodoma e Gomorra [cidades bíblicas que teriam sido destruídas pelos excessos cometidos por seus moradores]. Um projeto desses vai abrir as portas do inferno", disse o pastor.
Alguns dos manifestantes conseguiram ingressar no Senado e foram recebidos na presidência pelo senador Magno Malta (PR-ES). Evangélico, Malta ocupa interinamente a presidência uma vez que o senador Garibaldi Alves (PMDB-RN) está fora de Brasília. O pastor Silas Malafaia, da Assembléia de Deus, entregou um documento para Malta contra a aprovação do projeto. "Esse projeto de livre expressão sexual abre as portas para a pedofilia. É uma afronta à Constituição e à família", disse o pastor.
O deputado Miguel Martini (PHS-MG), que integra a frente parlamentar em defesa da família e da vida, disse que o projeto quer "calar a boca" dos cristãos contrários à homossexualidade. "Nós amamos os homossexuais, porque são nossos irmãos, mas não amamos o "homossexualismo'. É um grande combate que estamos enfrentando entre luz e trevas. Não aceitamos discriminação de ninguém, mas não aceitamos sermos discriminados em nossas convicções religiosas."
Críticas
Relatora do projeto no Senado, a senadora Fátima Cleide (PT-RO) criticou a mobilização dos evangélicos contrário à criminalização da homofobia. "Infelizmente alguns religiosos utilizam discurso político para tentar ludibriar as pessoas crentes e tementes a Deus. Há que se observar aí mais uma postura de intolerância, pois em qualquer religião há diversidade dos seres humanos", afirmou.
O projeto, de autoria da ex-deputada Iara Bernardi (PT-SP), considera crime o preconceito de gênero, sexo, orientação sexual e identidade de gênero. O texto foi aprovado pela Câmara no ano passado e tramita no Senado.
fonte: Folha Online
26.6.08
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3 comentários:
Eu escrevi sobre o fracasso da apologética brasileira nesse assunto, e vejo que estão cometendo as mesmas gafes.
""Esse projeto de livre expressão sexual abre as portas para a pedofilia. É uma afronta à Constituição e à família""
>^< - Pedofilia tem vítima, a criança! Que não tem consciência de sua sexualidade, ao contrário de um homossexual adulto.
Sobre constitucionalidade:
http://jus2.uol.com.br/doutrina/texto.asp?id=10248
Não entendo essa idéia de família até hoje. Só sei que como é célula mater da sociedade, ela nunca será destruída, mostre uma única sociedade em que não há família.
"Se um funcionário for dispensado de uma empresa, por exemplo, pode alegar homofobia e o dono da empresa vai ser preso por crime hediondo, inafiançável."
>^< - Parece aquelas piadas tipo: "João tinha uma bicicleta, foi atropelado por uma carroça e parou de tomar sorvete"
Dispensar um funcionário exige justa causa, se é vontade e necessidade de cortes da empresa, alegar homofobia como? Já viu algum negro ser demitido e alegar racismo?
Eu acho que o único que está tratando legal o tema é o Caio Fábio, comeu bola ao falar da inconstitucionalidade, mas mesmo assim defendeu a dignidade dos homossexuais e citou o argumento interessante da subjetividade.
E se essa lei não for aprovada, outra será em seu lugar e nada adiantará rodar a baiana em frente do congresso.
Já passou da hora de enxergarem outros ponto de vista.
Embora não concorde com o projeto de lei, também acho que Caio Fábio é quem está tratando melhor o tema.
ISSO SÓ PROVA QUE A BÍBLIA É VERDADEIRAMENTE A PALAVRA DE DEUS... PORQUE TUDO O QUE ESTÁ ESCRITO NELA, ESTÁ SE CUMPRINDO... "SERES HUMANOS QUE FORAM ENTREGUES ÀS SUAS PRÓPRIAS PAIXÕES..."
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