17.8.08

Deus nos livre dos políticos evangélicos

O que escreverei alguns pensarão ter conotações político-partidárias. Adianto-me e digo: não tem. Aqui há apenas um homem a declarar com verdade o que nos demonstra o Evangelho a respeito da vida.

Causa-me ânsia de vômito ver o que se faz no nome do “deus” para a obtenção de favores, poder e imagem nos idos das eleições. Indigna-me as transações políticas feitas por homens que, não no uso de suas atribuições de cidadão, mas pura e simplesmente como homens que possuem elevada consideração de rebanhos, ditos “pastores” – que segundo Jesus são para cuidar dos seus e não para ser sobre eles cabrestos dominadores – aproveitam-se (e são aproveitados) da sanha dos canditados a fim de obter Poder.

Lembro-me ainda quando do discurso tolo de que os “homens de Deus precisavam ocupar os lugares elevados da nação a fim de fazer um governo cristão”. Hoje a questão é pura e simplesmente poder mesmo. Muito mais do que grana o que querem tais homens é serem vistos como poderosos. É por isso que púlpitos servem de palanque para tantos frustrados que vêem neles a possibilidade de domínio sobre o outro.

É fácil demonstrar que o Evangelho nada tem a ver com isso. Não me seria difícil expor que seja com Moisés, sejam os profetas dos períodos dos reis de Israel, seja no período pós-babilônia, seja em Jesus ou seja em Paulo, a amálgama entre poder temporal e a pregação do Evangelho não tem qualquer possibilidade de serem colocados na mesma mesa. Que se chamem os maiores hermeneutas das letras mortas e coloque-os diante de mim, mas afirmar-lhes-eis o que o Evangelho não esconde: dai a César o que é de César e a Deus o que Lhe pertence.

Ora, o Evangelho age por si mesmo e não precisa de qualquer representatividade por parte do poder constituído para ser conhecido. O Evangelho é conhecido pela Misericórdia de Deus e não pela força de qualquer missão humana. Os discípulos serão conhecidos não por suas grandiosas posições sociais, ou por sua representatividade nos gabinetes legislativos ou executivos, mas sim porque se amam com simplicidade uns aos outros.

E aqui a porca torce o rabo: a história demonstra que a prostituição entre cristianismo e política só gerou caça as bruxas na Idade Média, fogueiras a cientistas mandados pelos da Inquisição, criacionismo erigido à força de “ciência” pelos cristãos norte-americanos e muitos outros esquemas ocorridos em nome de Deus, da família e da tradição que os livros de história testemunham e a recente história brasileira (e angrense) exemplifica.

Deus nos salve dos cristãos. Deus nos livre dos políticos evangélicos. Deus converta os pastores para que possam parar de brincar de soldadinhos de chumbo postulantes a cargos a fim de obterem poder, festas e Expos com o dinheiro público que nunca poderia ser usado para fomentar a religião e suas festas. A continuar assim, cedo viraremos repúblicas de aiatolás evangélicos. Espero estar errado, mas não parece que esteja. Que Deus nos ajude!

No Caminho onde somos chamados ao Evangelho não para que sejamos poderosos, mas para tenhamos Vida e Vida com abundância,


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