Eu adoro ler. E posso testemunhar o que muita gente já testemunhou – a leitura pode fazer uma revolução na vida de alguém. Mas uma coisa venho pensado: depois de algumas leituras, após nos tornarmos um pouco mais críticos – por menor que seja nossa criticidade – já é hora de parar um pouco com as leituras externas e começar a ler a nós mesmos.
Não sugiro que deixemos de ler os bons livros. De modo algum. O que observo é que tem tanta gente obcecada por livros, pessoas que lêem tudo, e lêem de tudo, mas são totalmente incapazes de ler a si próprias – o que pode ser evidenciado no cotidiano de suas vidas, em seus relacionamentos...
A validade de nossas leituras só será verificada quando nós demonstrarmos que no decorrer da caminhada nossos olhos converteram sua direção de fora para dentro. Ter a capacidade de ler a si mesmo é ter a capacidade de pensar por si mesmo. Quem não consegue ler a si próprio se manterá escravo de idéias alheias, será como lagarta que nunca sai do casulo a fim de se tornar borboleta.
Somos o livro mais fascinante a ser lido. Com uma grande diferença em relação a todos os outros: podemos ser agentes ativos no processo de escrita. Ao lermos, ditamos os novos capítulos; e os que não ditamos, podemos mudar seu curso, inserir novos personagens, deixar outros para trás, e uma infinidade de coisas mais.
Ler é ótimo. No entanto, ler a si mesmo é ter consciência de quem se está sendo, é condição para ler o mundo em que se vive e, depois disso, escolher e caminhar nas trilhas oferecidas.
Boa leitura!
Beto Ramos, no blog Visão Integral.
Leia +
17.8.08
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário