Dos 18 longas-metragens dirigidos por Bruno Barreto, o Festival do Rio 2008 programou para sua sessão de abertura, nesta quinta-feira, às 21h, no Odeon, o único que fez o cineasta carioca de 53 anos chorar no set - de indignação com os efeitos da exclusão social no país.
"Última parada 174", escolhido para representar o Brasil na disputa por uma vaga ao Oscar de melhor filme estrangeiro, dará a largada para a maior maratona cinematográfica nacional, que segue até o próximo dia 9, em 25 locais de exibição.
Orçada em R$ 8 milhões, a produção faz sua pré-estréia brasileira, com direito a um tela de 12m x 5,5m, som dolby e espectadores afoitos para lotar as 600 poltronas do Odeon. No dia 26, às 17h30m, haverá uma sessão aberta ao público no Palácio.
- Não teria lugar melhor para nossa pré-estréia. O Odeon é um dos raros cinemas de rua que sobraram. E é importante ver um filme com a temática de "Última parada 174" diante de tudo que aconteceu no Rio na semana passada - diz Barreto, referindo-se à entrada de 800 policiais no Complexo do Alemão e da ocupação da Rocinha e do Vidigal pelo Exército, na quarta-feira. -
Sobre o Oscar, temos a indicação a uma indicação, o que é uma responsabilidade e, também, uma pressão. Sandro, o assaltante, é vivido por ator de 'Cidade de Deus'
Com estréia agendada para 24 de outubro, a produção revive, com licenças poéticas, os bastidores do assalto ao ônibus da linha 174 (Gávea-Central do Brasil), na Rua Jardim Botânico, em 12 de junho de 2000, um Dia dos Namorados nada romântico para o imaginário carioca.
Sandro do Nascimento, o assaltante que seqüestrou o veículo, é interpretado por Michel Gomes, ator egresso de Padre Miguel, na Zona Oeste, que participou do elenco de "Cidade de Deus".
- Diante das imagens daquele ônibus, todos nós perdemos. Até hoje, eu falo com pessoas que tentam se lembrar de onde estavam naquele 12 de junho. Foi uma reação similar à que eu vi diante do 11 de Setembro de 2001, quando as pessoas se perguntavam onde estavam quando aconteceram os atentados terroristas - diz o diretor, que levou 12 milhões de brasileiros aos cinemas com "Dona Flor e seus dois maridos", de 1976.
- O assalto ao ônibus 174, de certa forma, foi o nosso 11 de Setembro. Ele nos fez ver pessoas cujo código moral e ético não é o mesmo que o nosso.
fonte: O Globo
dica do Renato Cozta
23.9.08
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Um comentário:
Se o assalto ao ônibus 174 foi o 11 de Setembro deles, o que diremos do nosso mês de maio de 2006 então?
RS
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