27.9.08

O passado presente

Sempre à procura de papéis gastos,
cheiro de pó,
folhas marcadas pelo tempo
Pergunto-me
que mãos viraram as páginas
lisas, cheias de vincos
velhas, manchadas
imagino as estantes, as salas, as paredes
os cheiros
talvez tenha sido um presente insensato,
uma compra de ocasião
um impulso
uma herança
dedicatórias, rabiscos,
letras rebuscadas, desenhadas
algumas vezes, quase sempre, nada, nem uma vírgula
penso
mas preferiria não pensar
os ponteiros implacáveis não descansam
o que era o antes
logo após será o amanhã.

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