Evangelismo é um conceito exaustivamente falado e incutido na mente de qualquer cristão. Transformou-se na arma da catequese protestante. Quer fazer um prosélito? Evangelize-o. Evangelho aqui usado com o significado bem claro: anúncio de boas-novas. Antes de qualquer ação em nome da catequese aqui aplicada, deve-se entender: evangelizar é sinônimo intrínseco e inseparável de boas notícias.
E qual é a boa notícia afinal que podemos extrair da mensagem de Cristo? A boa notícia é advinda da graça, um Deus amoroso que se preocupa com toda a humanidade, por mais contraditório com a imagem que se pinta nas igrejas atuais.
No entanto, apesar de a pregação de Cristo ser simples, usa-se uma lógica um tanto quanto descabida para o aliciamento de pessoas ao cristianismo. A lógica é: se são boas-novas, há a necessidade implícita de convencer a pessoa ainda não convertida de que ela está vivendo más situações. É nesse ponto que as bizarrices surgem.
"Você não tem um carro, casa e mulher como os meus". A técnica atual de evangelismo é baseada na pura e mais simples causa de grandes confrontos humanos: a inveja. E o que é ainda pior é a tentativa de tornar vinculante o fato de ser cristão com o fato de ser bem sucedido em uma sociedade capitalista. O chamado tele-evangelismo é mestre na arte de pregar uma falsidade em forma de cristianismo, "Olá, sou fulano de tal, melhor no que faço". A mensagem implícita é: "Ei! Desgraçado, pobre e imbecil que está aí no sofá, junte-se a nós o super-time de super-vencedores através de Cristo e seja mais um agraciado com fama, dinheiro e glória".
Cristo em momento algum veio com o objetivo de demonstrar o quanto era forte em sua fé, ou o quanto era melhor em fazer milagres, ou ainda, o quão capaz era de ter o melhor vinho. Despojou-se de glórias divinas para ser massacrado por sua própria criação. Qual é a relação que só pseudo-evangelistas enxergam entre uma pessoa que teve a pior morte e empresários bem-sucedidos? Tudo isso advindo de uma mesma palavra? De um mesmo livro?
As boas-novas hoje não passam de uma exaltação à inveja e cobiça. Retrato de uma falsa religião travestida de cristianismo.
Raphael Rap, no blog Rapensando.
Leia +
23.11.08
Assinar:
Postar comentários (Atom)
2 comentários:
Pavs e Raps,
Concordo plenamente. Eu acho que a igreja precisa repensar a forma de evangelismo, a inquisição, a postura de catequese, a inveja e culpa. Não somos melhores que ninguém, que nenhuma religião nem mesmo daqueles que julgamos grandes pecadores. Deveriamos ser exemplo de tolerância... O que nos diferencia é que temos fé, que é um dom de Deus. Quando utilizamos o "evangelismo" onde dizemos que somos melhores ("que vocês, pecadores, que vão pro inferno!!!"), mudamos o foco de Deus e seu amor para nosso próprio umbigo.
eu estou sempre pedindo a DEUS que me mostre como é viver o verdadeiro cristianismo, não quero viver a hipocrisia de abrir a boca e falar de um DEUS que eu ainda não conheço totalmente, mas que estou em busca de conhecê-lo, a verdadeira evangelização para mim é quando eu me coloco na situação do outro, quando eu sinto a dor do outro, quando eu não apenas ouço o outro, mas procuro mostrar com as minhas atitudes que me importo com o outro e estou disposta a pagar o preço de amá-lo na prática como JESUS nos amou. O mundo carece de ver pessoas parecidas com CRISTO. Já tive a experiência de acreditar em um DEUS carrasco, tirânico, juiz ferrenho, igualzinho à imagem e semelhança de meu Pai terreno.Foi muito difícil para crer num DEUS contrário.Mas em minha busca pela verdade tenho comprovado que eu estou completamente equivocada.UM ABRAÇO CARINHOSO PAVA.
Postar um comentário