Sou estagiário há 15 meses. A nova Lei do Estágio me concedeu direito a férias remuneradas de 30 dias a cada 12 meses. Já posso solicitá-las? – J.J.
Sinto desapontá-lo, mas o texto da nova lei (nº 11.788) não prevê a retroatividade. O direito ao recesso anual de 30 dias só começa a contar a partir dos contratos assinados após a data da publicação da lei (25 de setembro). Quanto aos contratos baseados na legislação anterior – o seu caso e de 1 milhão de estagiários pelo Brasil –, eles podem ser refeitos ou continuar valendo até a data prevista, a critério da empresa. Na segunda hipótese, um estagiário contratado em agosto não teria direito ao recesso ao final de um ano, mas um contratado em outubro teria. Acredito que as empresas usarão o bom senso para evitar esse paradoxo.
Qual é o verdadeiro papel da área de planejamento? Porque trabalho em uma e não planejamos nada. Só preparamos planilhas e mais planilhas. – C.L.B.
Imagine que você vai planejar uma viagem de férias com sua família. Você primeiro decidirá aonde quer ir e depois se preocupará com os detalhes – custos de transporte, hotel, refeições –, para ver se o projeto se encaixa em seu orçamento. Nas empresas, a primeira parte (aonde queremos chegar) é decidida nos escalões mais altos. E a segunda parte (o que precisamos para chegar lá e quanto vai custar) cabe à área de planejamento. Basicamente, por meio de solicitação de dados a todas as áreas envolvidas e da preparação de planilhas que mostrarão se a visão da alta cúpula é ou não factível. É um papel importante por sua complexidade, mas – e creio que essa seja sua dúvida – não é a área de planejamento que decide os rumos da empresa.
Tenho 23 anos e estou numa fase de questionamentos. Qual é o caminho para chegar à direção de grandes empresas? – M.N.
Esse é, de fato, um questionamento e tanto. Não que eu ache que você não deva ter grandes ambições, muito pelo contrário. Mas, no início da carreira, isso tanto pode ser um estímulo quanto um perigo. Se você se preocupar demais com o futuro, e não se concentrar no presente, a chance de você escorregar é grande. E, sobretudo, tente decifrar sua empresa, entendendo quais são os critérios de promoção que ela usa. De todos os presidentes de grandes empresas que eu conheço, nenhum tinha, aos 20 anos, a ambição de chegar a esse cargo. E todos eles chegaram não com grandes saltos, mas dando pequenos passos, um de cada vez.
Enviei meu currículo para uma agência de head hunting. Não obtive resposta... – W.T.
Consultei uma das maiores agências brasileiras do gênero. Ela recebe, por semana, cerca de mil currículos não solicitados. Uma triagem inicial é feita e apenas 50 vão para o banco de dados. Desses 50, três serão convidados para participar de futuros processos seletivos. Embora isso possa soar meio descortês para os outros 997, a falta de resposta é uma resposta.
Deixei meu emprego – de gerente, com ótimo salário – porque a empresa em que eu trabalhava não era ética. Entre preservar meus valores pessoais e atender aos interesses dos acionistas, optei por pedir demissão. Estou em dúvida se devo mencionar isso em entrevistas, quando for questionado sobre os motivos de minha saída. – P.E.
Como regra geral, não se deve falar mal da ex-empresa (ou do ex-chefe) em entrevistas. Mas seu caso foge à regra. Você não está se referindo a intrigas ou perseguições imaginárias, mas a fatos concretos. Sem dúvida, você deve revelar os motivos que o levaram a sair. Assim, não correrá o risco de vir a ser contratado por outra empresa semelhante à que você deixou.
Max Gehringer, na revista Época.
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10.11.08
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