É esta palavra “esperança” que caracteriza a fala do segundo ladrão. Ele suplica: Domine memento mei cum veneris in regnum tuum. “Jesus, lembra-te de mim, quando entrares no teu reino.” (v. 42) Para ele, o sofrimento aqui deixou de ser importante. Ele está pensando na missão divina de trazer vida eterna para uma humanidade moribunda.
Ele não é religioso. Talvez nunca tenha entrado num templo. E ele chama o Mestre de “Jesus”, seu mais simples nome. Não o chama de “Senhor”, ou “Cristo”, como o faz seu colega, mas simplesmente de “Jesus”. Este é um nome vulgar, comum, da época, como se fosse um “Zé Ninguém”. Esse homem, conhecido como “bom ladrão”, tem um senso de justiça muito forte. Reconhece sua própria condição, não fica tentando culpar Deus, ou lhe pedir algum milagre. Não! Sabe que está pagando pelos seus feitos e nutre um temor a Deus. Por isso, não inventa desculpas para o que fez. Assume suas dívidas. Paga por elas. Reconhece-se como mau ladrão.
Uma palavra que esse homem diz que é muito importante para todos nós, que sofremos hoje nas nossas lutas diárias: “Lembra-te de mim.” Ele está clamando por lembrança, por memória. Ele não quer nada, só a lembrança de Jesus. Se Deus se lembrar de nós, já é o suficiente. Não precisamos de mais nada. E é na lembrança de Deus que o outro ladrão também pode ter esperança. Ele vai ouvir Jesus dizer para o seu colega que “hoje” ele estará no Paraíso. Não é amanhã, é hoje. Ser salvo é estar no Paraíso hoje. Não é descer da cruz, como queria aquele ladrão que falou primeiro. Nós temos que aprender isto: ser salvo não é Deus nos livrar dos problemas da vida, mas é ele nos levar para o Paraíso hoje, aqui e agora.
Felipe Fanuel
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16.11.08
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