INVESTIGAÇÃO
Quando há algo errado em nossa casa, vamos procurar encontrar o problema, até resolvê-lo. O convite, agora, é para “aprofundarmos as más notícias”.
Vamos “entrar na igreja” para tentar descobrir o que está havendo, tentar identificar por quê uma comunidade que deveria estar gerando vida abundante está produzindo “semizumbis”, pouco vivos. Por que uma instituição que poderia ser terapêutica está ajudando a adoecer, e por que tantas pessoas que dela se aproximam saem frustradas após algum tempo?
1. O clima dentro das igrejas
O que uma ida aos templos e cultos das igrejas nos faz sentir? O que a Igreja, por si só - independentemente das pregações e canções - nos leva a lembrar, a pensar, a fazer? Arrisco algumas impressões: o ambiente da igreja (incluindo as pessoas que lá estão, durante algumas horas na semana) nos lembra da existência de Deus, como Alguém maior que nós, acima de nós, supremo, inquestionável. Estar na igreja nos lembra, ainda, da existência da eternidade,
especialmente do Céu, mas também (principalmente para crianças) do inferno.
Essas duas “impressões”, experimentadas dominicalmente, contribuem para um certo sentimento de pequenez a nosso respeito, como diz o Pregador de Eclesiastes: “Deus está lá em cima e tu aqui em baixo”. Isso tem sua verdade: Deus de fato é o Altíssimo, Todo-Poderoso; mas desde Jesus revela-se como “Emanuel”, Deus conosco.
Como contraponto ao distanciamento, lá dentro do prédio que convencionamos chamar de igreja desfrutamos de alguma convivência humana; temos amigos, às vezes temos rivais, há espaço para jovens conhecerem pessoas do sexo oposto.
A participação em grupos menores fortalece as amizades, e mesmo os ensaios de corais ou bandas incrementam esses relacionamentos. Isso tudo é muito bom, e acontece “aqui embaixo, cá entre nós”, dentro da “casa de Deus”. Essa vida mais social nos torna afetivamente supridos, o que reforça a separação que muitas vezes é pregada, entre os crentes e “o mundo”. Imaginamos que Deus lá do alto nos abençoa e protege, e ao mesmo tempo condena o mundo lá fora.
Karl Kepler, psicólogo, pastor e teólogo.
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13.12.08
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