3.1.09

O massacre de Gaza

O povo palestino padece horrores.

Bertolt Brecht afirmou: "Do rio que tudo arrasta se diz que é violento, mas ninguém diz violentas as margens que o oprimem".

Quem conseguiria não reagir diante de grande opressão? Os palestinos vivem sem comida, sem o direito de ir e vir, sem trabalho, espremido numa faixa que mais parece um grande cortiço. Sim, há ódios antigos, mas eles reagem porque paz não existe sem justiça.

O governo de Israel promove um massacre absurdo sobre um povo geometricamente menos poderoso. Mas faz porque tem o respaldo dos Estados Unidos e conta com o silêncio corrupto dos países árabes.

A imprensa mundial está proibida de entrar na Faixa de Gaza. Quando Israel veta a imprensa mundial de testemunhar o que acontece em Gaza, tudo fica muito suspeito. Será que o seu objetivo último não seria fazer uma limpeza étnica, ver-se livre de um povo que o odeia, sem ser denunciado pelo mundo livre?

Como sou líder de uma comunidade cristã, horrorizo-me com os evangélicos, que mais uma vez sustentam a leitura simplória da Bíblia que sempre fizeram. Para se manterem coerentes, apóiam um exército profissional numa carnificina sem precedentes. Tenho vergonha dos crentes! Já recebi e-mails celebrando as bombas como sinal da volta de Cristo (certamente eleitas pelo Divino), com direito a Aleluia, e acompanhados do mais abjeto chavão: "Deus está no controle"!

Sei de todos os argumentos, não sou ingênuo. Sobram explicações que legitimam o direito de um povo trucidar o outro. Os mortos das valas comuns, que entulham a história, foram enterrados com tais explicações. Para mim, basta um argumento, o de Jesus Cristo: "Vocês ouviram o que foi dito: 'Ame o seu próximo e odeie o seu inimigo'. Mas eu lhes digo: 'Amem os seus inimigos e orem por aqueles que os perseguem, para que vocês venham a ser filhos de seu Pai que está nos céus'" - Mt.5.43).

Violência só acrescenta ira ao ódio, para gerar mais morte. Não, não aprovo que os palestinos disparem foguetes, não concordo com o terrorismo (religioso ou de Estado), não faço vista grossa à ira fundamentalista islâmica que busca jogar Israel no meio do mar. Contudo alguém tem que quebrar o ciclo perverso da vingança. Sugiro que o mais forte comece. Só isso!

Soli Deo Gloria.

Ricardo Gondim

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2 comentários:

Anônimo disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Anônimo disse...

O que Israel tem feito é um absurdo... É, literalmente uma guerra de Davi contra Golias...

Então qual a solução?? Deixar com que suas cidades sejam bombardeadas por tanto tempo e não reagir?? Sinceramente não sei... Concordo que não há paz sem justiça.

O que eu sei é que, para acabar com o nazismo (causa mto justa), não se deve jogar bomba atômica em cima de duas cidades do Japão. Para matar um Osama Bin Laden (o que é justo) não se deve destruir um país inteiro como o Afeganistão... Para matar um Saddam Hussein (tb é justo) não se deve destruir um Iraque... E para acabar com o "Hamas" (justíssimo) não se deve atacar todos os palestinos...

Do mesmo jeito que fui contra as Guerras do Iraque e do Afeganistão, mantenho a coerência agora e abomino as atitudes israelenses...

E acho que Israel se esconde atrás dos fatos históricos que aconteceram (e que tb foram absurdos) contra eles pra esconder e justificar a violência e a barbárie que eles tb fazem contra os outros...

O que Israel faz ultimamente, infelizmente, aumentará o sentimento antissemita no mundo sim, assim como nos últimos anos as "Guerras Contra o Terror" aumentaram mto o sentimento anti-americano... E isso não tem mais a ver com o passado histórico...
A maioria que está contra Israel agora nem sabe o que é ser antissemita... Apenas percebe que para Israel os "fins justificam os meios"... Acabar com os terroristas do "Hamas" é justo... Fazer o q eles estão fazendo não é...

Mesmo que se apóie Israel como povo e se defenda sua visão contra os palestinos, o momento deve ser de indignação perante o sangue que eles tem derramado, ainda que a causa final dos ataques possa ser nobre. Isso não justifica nada...

Só pra me identificar...
Meu nome é Silas, sou irmão do Vitor Carvalho Ferola de Uberlândia-MG e cheguei a esse post por indicação dele.

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