7.4.09

O jornalismo trabalha com a verdade

"Diário de Notícias". Esse é o nome do telejornal lançado recentemente pela Rede Gospel. À frente dele, está o jornalista José Carlos Bernardi, ex-editor chefe e apresentador de telejornais da RedeTV!.

Com 30 minutos de duração o telejornal é feito por cerca de 15 profissionais e tem como objetivo oferecer um noticiário dinâmico com conteúdo nacional, internacional e prestação de serviço, além de entrevistas que repercutem assuntos atuais. "É um jornal de fim de noite, sem pretensão de furar todo mundo. Ele é voltado para deixar a pessoas bem informadas sobre o dia", diz Bernardi.

Questionado sobre as possíveis dificuldades de trabalhar em uma emissora evangélica, o jornalista é enfático: "A programação da emissora é evangélica, o jornal não. Queremos quebrar o estigma com esse produto. o jornalismo trabalha com a verdade, independente da religião, e isso é o mais importante".

Portal IMPRENSA - Conte um pouco sobre a sua carreira e os objetivos do novo telejornal.

Jose Carlos Bernardi - Há três anos, a RedeTV! realizou um corte de funcionários, e eu estava nesse bolo. A partir daí, fui para a TV Assembleia, onde estou hoje como chefe de redação. Lá recebi o convite para apresentar o "Diário de Notícias", da Rede Gospel - por onde já tive outras duas passagens. Como continuo na TV Assembleia, só faço a apresentação do telejornal e ajudo em alguma coisa na reunião de pauta. É um jornal de fim de noite, sem pretensão de furar todo mundo. Ele é voltado para deixar a pessoas bem informadas sobre o dia, não temos pretensão nenhuma de ser o melhor jornal. Além disso, a apresentação é descontraída, sempre temos uma entrevista, às vezes meio alternativa; a ideia é dar um outro enfoque.

IMPRENSA - É um jornal voltado para o público da emissora ou tem autonomia editorial?

Bernardi - Tem total autonomia, nós sabemos onde estamos pisando, não vamos criar animosidade. A linha editorial é feita com cautela, já que é uma TV segmentada. Mas a programação da emissora é evangélica, o jornal não. Queremos quebrar o estigma com esse produto. O interessante é que é um trabalho terceirizado, a produtora GG12 produz conteúdo para outras empresas. Este é o primeiro projeto, e estão surgindo outros de terceirização de telejornais. Com a prestação de serviço, há a redução de custo para a empresa que contrata, e teoricamente salários melhores para os trabalhadores.

IMPRENSA - O que esse cargo de apresentador representa para você neste momento da sua carreira?

Bernardi - Eu trabalhava em grandes emissoras, como SBT, Manchete, RedeTV!. Eu acho que é bom porque não estou fora do ar. O mais legal é a liberdade que eu tenho. Em emissoras maiores a fente fica engessado, lá eu fico confortável, bem à vontade. E a repercussão é grande, a gente nem imagina. Não temos noção da visibilidade.

IMPRENSA - É possível ser objetivo em uma emissora religiosa?

Bernardi - Claro que sim. Apesar de não frequentar a Igreja Renascer, eu também sou cristão, mas o jornalismo trabalha com a verdade, independente da religião, e isso é o mais importante.

IMPRENSA - Que medidas foram tomadas depois da interdição da sede da Rede Gospel? Isso afetou o seu programa?

Bernardi - O ruim foi termos que trocar de estúdio, porque achava o cenário antigo maravilhoso. Com o cenário reduzido, perde um pouco a qualidade do que eu proponho fazer: antes apresentava o jornal caminhando, em pé, e agora não tenho como me deslocar. No resto, não influencia em nada. Acredito que toda e qualquer modificação na sede vai melhorar as condições de trabalho para todo mundo. E lá eu nunca percebi nada de errado, estou torcendo para que isso se resolva porque quero o estúdio de volta.

fonte: Portal Imprensa
dica do Rodney Eloy

"sabemos onde estamos pisando, não vamos criar animosidade..."

os mornos serão vomitados. neste caso, pelo público.

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