Fica combinado assim: os políticos não prestam. Assim a opinião pública e seus críticos implacáveis se sentem limpinhos – assim como os americanos adúlteros gritavam aliviados contra Clinton e suas escapadas.
O estereótipo fedorento dos políticos serve para isso. Para o cidadão comum se sentir cheiroso. Mesmo que de vez em quando pague umas consultas sem recibo.
Fora do estereótipo, a coisa é mais complicada. O político pode ser mau e ter atitudes certas, e pode ser bom e ter atitudes erradas. No mensalão, o Brasil ficou morrendo de vergonha de parar para ouvir Roberto Jefferson, político fisiológico e conservador.
Mas Jefferson escreveu um capítulo da moralidade brasileira. E o Brasil pudico finge que não viu.
No caso das passagens aéreas, como o uso foi generalizado, a opinião pública já saca da manga sua solução terminal, do tipo “é tudo pilantra”. É a situação mais confortável para os verdadeiros pilantras. Ficam a salvo, bem protegidos pela generalização burra.
Por isso os escândalos se sucedem e somem após meia-dúzia de gritinhos de basta.
E é por isso que três anos depois de autoridades do governo sangrarem o Banco do Brasil em favor do PT, por meio do valerioduto, a cúpula do Banco do Brasil (seis vice-presidências) é entregue ao PT. Sem valerioduto.
Esculachem os deputados à vontade. Detonem Fernando Gabeira. Amanhã os vampiros do Congresso estarão morrendo de rir de vocês.
Guilherme Fiuza, no site da Época.
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26.4.09
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