26.8.09

Viciados em mediocridade

“O contato com a mediocridade gera mais mediocridade. Os medíocres têm medo da literatura, dos clássicos e da leitura. Têm medo do esforço, do trabalho - e da história. Acham que a escola serve para paparicar a banalidade que os miúdos levam da rua e da televisão. Eles são um perigo que anda à solta, espalhando mais mediocridade, impunemente.” (Francisco Viegas, Jornal de Notícias.)

O mal do século, segundo Richard Foster, não é o câncer, não é a AIDS, nem a Gripe H1N1, nem ainda a violência ou a corrupção, mas é a superficialidade. Um produto natural de uma época como esta é a mediocridade. Tanto a superficialidade como a mediocridade (irmãs gêmeas), não existem no vácuo, mas se expressam em pessoas. Todos nós temos, em algum momento da nossa vida, oportunidade (vergonhosa!) de expressar um “pouquinho” de mediocridade, mas tem pessoas que são absolutamente viciadas!

Esse vício, como produto do meio (e também como fomentador do meio) é assustador porque, entre outras coisas, ele é causador de outros vícios. Além disso, ele também cresce e se espalha como uma grande epidemia! Não há esfera da sociedade que não sofra de algum modo com esse mal. Mas não há lugar pior para esse vício maldito mostrar as suas garras do que na Igreja!

Os viciados em mediocridade na Igreja são amantes de si mesmo, amantes da teologia da prosperidade, caçadores dos caminhos fáceis, dos atalhos; fascinados pelos milagres, vivem enfiados nas “milagrolandias” da vida. As “milagrolandias” são igrejas sem compromisso com a Verdade, espalhafatosamente dirigidas por verdadeiros traficantes de “promessinhas”, que misturam linguajar e versos bíblicos em seus discursos entorpecentes, causando dependência mortal, e tirando daí o seu sustento!

Quanto aos viciados, a pregação bíblica lhes causa crise de abstinência (do besteirol); a leitura, sobretudo da Bíblia, é para eles um martírio; a reflexão teológica, um pesadelo. Quando estão em suas “viagens” têm sensação de plenitude, e quando afinal espalmam as mãos para cima e dizem “amém”, voltam para casa com o ar de dever cumprido: “domingo tem mais!”-... Pobres viciados!
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fonte: Bereianos

2 comentários:

Robertson Frizero disse...

Excelente!

Kátia disse...

É uma combinação perigosa: ignorância e arrogância! Sim, porque eu acho que somente se pode atribuir a essas qualidades pessoais imaginar um deus tão adulável e vingativo, operando em proveito individual de cada um de seus fiéis, a depender das suas forças de barganha (fé, ardor, penitências...) e ainda acharem-se muito melhor do que o resto dos pobres mortais incrédulos...

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