1.5.10
Desculpaê
Como protestante nas diversas acepções do termo (inclusive a religiosa), peço desculpas pela invasão de pastores na TV. Você tá lá sussa querendo esquecer do trampo e aparece um indivíduo de terno gelo, alfinete (não o do Pânico) na gravata e um sorriso plastificado para contar as vantagens de você pagar carnês. Tipow um Baú da Felicidade Gospel que você deve pagar religiosamente (com trocadilho) e no final recebe um nada divino conjunto de 6 pratos âmbar. #credo
Você muda de canal e aparece uma ex-presidiária coberta de maquiagem gemendo e repetindo frases positivas, do tipo “decrete aos céus que vai conseguir um varão (ui!) pra casar e você vai conseguir, amada”. Please não pense besteiras porque o dialeto evangélico é pra lá de surreal mesmo. Aposto que você ainda vai ouvir alguns crentes chamando outros de “vaso”. Aff...
O maridão dessa senhora disse que foi visitado na penitenciária por um anjo que lhe revelou o nome do demônio por trás (capeta sodomita?) da Rede Globo. Crédulos como o Kaká, os irmãos da igreja fizeram campanha pela falência da Vênus Platinada e o expediente tão-somente contribuiu para a quase bancarrota da credibilidade dos cristãos. Malz aê.
Entediado, você desliga a TV e resolve tentar o rádio. Nem a invasão dos marcianos no badalado programa radiofônico de 1938 provocaria tantos sustos como acompanhar as ondas (literalmente) curtas evangélicas. De pastor berrando para expulsar demônios surdos a cantores decadentes que converteram sua área de atuação, vale (quase) tudo. #muitomedo
Uma ligeira espiada no cenário político já é suficiente para mostrar como anda a cambada, digo, bancada evangélica. A primeira imagem que aparece na mente é a da “oração da propina”, episódio emblemático das safadezas que ainda são feitas usando (em vão) o nome de Deus. Isso sem falar que grande parcela de crentes (em quê?) envolvidos no escândalo dos sanguessugas. Estamos em todas, hein!
Tem muita gente de cara e fazendo beicinho por conta do sucesso do filme do Chico Xavier. Todo santo dia aparece na blogosfera alguém afirmando que existe uma estratégia para difundir o espiritismo patrocinada... pela Globo. RÁ! Esse complexo de vira-lata é ½ furado. Explico: é só a gente juntar os atores evangélicos e dar o troco. Depois da inesquecível atuação em Cinderela Baiana, ninguém melhor que Carla Perez para ser a protagonista. Irmãos na fé, Dedé Santana e Kid Bengala também poderiam participar, neam... Aliás, que tal o cara trocar a nome artístico para Kid Varão? :P
Melhor parar por aqui com esse refogado gospel de abobrinhas para evitar compressão testicular em quem teve paciência de chegar até aqui. No entanto, não posso meter (ops) um ponto final neste panteão tosco antes de mencionar a Maria Osmarina. Analfabeta e com a saúde frágil, ela só aprendeu a ver as horas com 14 anos. Não vou desfi(l)ar toda a trajetória dela porque em breve a jornalista Marília Cesar vai fazer isso com + competência. Recorrendo ao poeta, “Marina [Silva], você já é bonita com o que Deus lhe deu”. #salve
Sei que a irmã senadora não tem chances e será repelida até no seio (muxiba) da igreja evangélica. Enfadado, emputecido e desnorteado com a pasmaceira que vivemos, peço vênia pra sonhar um pouco. “Se tenho de sonhar, porque não sonhar os meus próprios sonhos?”, orou Pessoa. Marina é quimera... Os outros são “quimer(d)a”. Deus nos ajude.
meu texto de abril no Blog das 30 pessoas.
recomendo a leitura dos comentários hiperlegais.
Pequenas artes
O artista tem blogs dos projetos Little People e Innercitysnail, onde é possível ver fotos de várias instalações dele como as que estão abaixo.

Diversas conversões
Na maturidade, houve outras mudanças em minha caminhada religiosa. Abandonei projetos grandiosos, “billygrahaminianos”, de impactar o mundo; perdi ideias românticas sobre a “verdadeira igreja”; desiludi-me com as afirmações absolutas da teologia sistemática que pretende catalogar de forma exaustiva o que se deve saber sobre Deus e o mundo vindouro; desencantei-me com as lógicas da espiritualidade engrenada de “causa e efeito”; fugi da beligerância dos apologetas da “reta doutrina”.
Alguns amigos, inquietos com a minha rota, questionam se não há retorno, se estou mesmo decidido a permanecer no processo de repensar a fé e a espiritualidade. Pelas marretadas que já levei, pelos companheiros que já perdi e pelas censuras que já sofri, confesso que fui tentado a reconsiderar. Entretanto, voltar atrás, neste caso, seria um retrocesso covarde. Tudo o que entusiasma pede para ser aprofundado, alongado, problematizado, nunca esvaziado.
Para apagar o que absorvi sobre a relação com Deus
Eu precisaria negar que a mais linda revelação do evangelho é o esvaziamento de Deus na encarnação;
Eu precisaria afirmar que as portentosas narrativas bíblicas de milagre são jornalísticas e que servem para convencer os incrédulos de que Deus é poderoso;
Eu precisaria insistir em dizer que as condições sub-humanas dos que vivem em monturos de lixo fazem parte de um um plano traçado por Deus antes da criação. Não consigo imaginar-me falando: “Deus é soberano e decidiu que eles viveriam assim; e os porquês da Providência, só saberemos na eternidade”.
Eu precisaria pregar que Deus está em controle de todas as coisas, inclusive do estuprador que matou a adolescente, do fornos crematórios de Auschwitz, das machadadas que dizimaram Ruanda e da estupidez de Pol Pot no Camboja, que executou dois milhões de inocentes.
Eu precisaria escrever revistas de escola dominical para mostrar que as crianças são perversas, mentirosas, verdadeiras víboras em gestação, e que elas devem se arrepender o quanto antes e “aceitar Jesus” para não terminarem prematuramente no inferno.
Eu precisaria ensinar que sem o credo confessional dos evangélicos bilhões arderão no enxofre e que Deus se sentirá feliz e vingado ao ouvir o choro e o ranger de dentes dos condenados por toda a eternidade.
Eu precisaria postar textos na internet sobre o “direito” do Oleiro matar os miseráveis no Haiti. Teria de insistir que somos barro sem autoridade de questionar os atos do Senhor. Precisaria teimar no “mistério insondável” de Deus escolher exatamente os mais pobres para derramar o cálice de sua ira; e que é meu dever arregaçar as mangas e amenizar o sofrimento dos que foram vítimas do ódio de Javé, sempre ofendido pelo pecado.
Como não consigo voltar a essas lógicas, só me resta prosseguir na compreensão de Deus com outras premissas. Através de Jesus, tento entender o Divino. Como o Deus invisível nunca se deixou ver por ninguém, tenho apenas o rosto, as palavras e os gestos de Jesus para intui-lo. Faço revisão teológica sem grandes pretensões, não intento formar nenhum movimento, quero tão somente ser honesto com minhas, só minhas, inquietações.
Sim, pretendo experimentar novas conversões. De passo em passo, alargar meus parcos conhecimentos e minhas estreitas convicções. Mas como o Divino é oceano mais imenso que a soma das galáxias, tenho muita transformação pela frente.
Ricardo Gondim
Fé 1 X 1 Ciência
Os partidários do Design Inteligente acreditam que algo, seja um Deus ou até mesmo um extraterrestre, seria o responsável pelas criações da maioria dos seres na Terra, em oposição ao darwinismo, que responsabiliza o mecanismo de seleção natural pela evolução dos seres vivos, inclusive o homem.
Pesquisas feitas no mundo inteiro constatam que, quanto maior a renda e o grau de instrução das pessoas, mais elas acreditam no darwinismo. Porém, nos Estados Unidos, acontece o contrário. Segundo um levantamento de 2008, 44% dos americanos são criacionistas. Isso significa que quase metade da população americana acredita que Deus criou os seres literalmente como está descrito na Bíblia. Por isso, o Design Inteligente é chamado por seus críticos de “criacionismo disfarçado”, uma tentativa de dar um verniz científico a uma crença religiosa.
No Brasil, de acordo com uma pesquisa Datafolha desde ano, 59% das pessoas creem que o homem resulta de milhões de anos de evolução, mas que esta foi guiada por um ente supremo, ou seja, instintivamente, misturam as duas teorias. Apenas 8% acreditam que a evolução acontece sem interferência divina.
"Não negamos a evolução de seres unicelulares, pequenas mutações ou diferenças entre espécies como, por exemplo, entre as mesmas flores", afirma um dos organizadores do simpósio do Mackenzie, o doutor em literatura e pastor Mauro Meister. No entanto, ele e o pesquisador da Universidade de Idaho, nos Estados Unidos, Scott A. Minnich acreditam que as algumas lacunas na Teoria da Evolução de Darwin podem ser explicadas por esse conceito.
"As lacunas são questões ainda não completamente explicadas pela Teoria da Evolução", conta o biólogo da Universidade de São Paulo (USP), Atila Iamarino. "Isso porque é muito difícil que todos os organismos que documentariam a evolução pela qual passou uma espécie sejam preservados como fóssels e ainda sejam encontrados depois", completa.
Minnich, em entrevista ao iG, afirmou com convicção: "O Design Inteligente não é baseado em qualquer religião, mas, sim, na observação da natureza". E cita um exemplo de lacuna: "Parte das células é impelida por uma espécie de máquina molecular, como se fosse uma turbina", conta o americano, que acredita que esse sistema seja sofisticado demais para não ter sido concebido por “alguém”. Como não foram encontrados os ancestrais desse sistema, os partidários do Design Inteligente usam esse e outros detalhes como base para sua hipótese. "O principal problema do Design Inteligente é montar sua teoria em cima de falhas na Teoria da Evolução", explica o biólogo e pesquisador da Universidade Católica de Minas Gerais (PUC-MG), Henrique Paprocki. Exatamente por isso, o Design Inteligente é visto por muitos como uma linha de pensamento filosófico ou religioso.
"O Design Inteligente é como dizer que o céu é azul porque alguém o deseja assim, não explica nem acrescenta", acredita Iamarino. Mesmo assim, o biólogo conclui que, de certa maneira, o Design Inteligente pode ajudar a evolução da biologia: "Ele pode apontar áreas que não são tão estudadas ou que explicamos com poucos detalhes que, posteriormente, se revelam muito importantes. Acaba sendo um 'editor', checando os locais que ainda precisam de mais estudo". "Design inteligente é ter fé, é crer. Ciência é evidência", finaliza Paprocki. Leia+
Enquanto é gratuito eu quero o seu amor
via Bombou na web
dica do Guilherme Massuia
Pelo bem de sua memória
Não me peça para fazer discurso ou poema. Não me peça nada. Nem que eu resista e que não sofra. Sou imprevisível. Toda perda é imprevisível, apesar do pessimismo ensaiado. Posso ser forte e insensível, posso ser fraco e derramado. Meu temperamento terá mais a ver com o morto do que comigo. Não irei combinar as meias com os sapatos e não lembrarei a camisa no dia seguinte.
Cansa-me enterros pela encenação. Quem é contido ao pé do túmulo não viveu com o morto. Inventou o morto. A saudade inventa. Cria afinidades e lembranças para ganhar importância de testemunha, para alardear uma cumplicidade única e inseparável.
Já tive amigos que falavam que redescobriram o pai ou a mãe. Mas não se descobre ninguém depois de morto, descobre-se o que não é mais, o que não será. Há gente que nunca vai admitir, mas se tranquiliza com o fim de um parente. Esperava com ardência, torcia, ruminava em segredo.
Na hora da reza, pressente um contentamento. Por detrás dos pêsames e das palavras poucas, corre um alívio. Ao lançar o punhado de terra, percebe que a vida recomeça com a partida do fardo. Festeja por dentro a distância. Agora está leve perante a ausência de futuras explicações. Está alegre e não confessa. Não suportava mais a convivência, porém nunca anunciou o fracasso dos laços.
Seria muito mais honesto se separar em vida do que pela morte, afastar-se do pai ou da mãe enquanto é tempo, por motivos claros e conscientes do que manter o ódio silencioso enferrujando os pregos do caixão. A morte não cura desavenças. A morte salva a aparência de quem fica. Homenageamos o finado para mostrar que somos um bom filho, um bom marido, um bom amigo.
Procuramos a reverência para não ferir nossa imagem. Completamos a maquiagem mortuária com nossas sombras. Preservamos um pudor incompreensível. Somente um serial killer é praguejado, e ainda com educação.
Não se ofende o morto de modo nenhum, nem que tenha nos maltratado até a exaustão. Guardamos um respeito ecumênico, não afirmando aquilo que no fundo pretendíamos: ele não prestava e foi tarde.
Não é por pena, não é por medo de assombração, é por oportunismo. Usamos a morte do outro para nos melhorar. É quase como roubar uma loja aproveitando a depredação.
Verei muita gente chorando no velório porque velório é para chorar. Não significa que sentem muito.
É tão desumano mentir na despedida.
O luto mesmo destrinchará os piores insultos, reclamará pavorosamente das mesquinharias, da ausência de gentileza e de compreensão nos últimos meses.
O abandonado mesmo é capaz de rasgar a camisa do morto, arrancar o sapato, cuspir no rosto, morder as mãos frias para arrancar os anéis e roer as unhas indefesas.
Brigará com toda razão e desrazão. Com palavrões fortes e pichações de banheiro. Andará como uma viatura pedindo passagem, atropelando qualquer um que surgir pela frente.
O amor finito traz o vexame, a confissão intragável; saía de perto.
A indelicadeza é carregada de verdades.
Fabrício Carpinejar
arte: John Piper
Força para viver
Viver é muito perigoso, dizia Guimarães Rosa pela boca do memorável Riobaldo. A vida tem mesmo seus altos e baixos e, além da dificuldade de saber a direção, falta a cada um a força e a competência de seguir em frente. Os obstáculos se multiplicam. A vida é contingente: cheia de imprevistos e surpresas, boas e ruins. Uma proposta para morar longe, um diagnóstico inesperado, a chegada de um bebê, um assalto, um desmoronamento, o cancelamento do voo, a festa de aniversário, os amigos ao redor da mesa e a demissão inesperada. Além disso, a doença da mãe, o imposto de renda, as aventuras dos filhos e o sobrepeso, obesidade mesmo, denunciada pelo espelho e pela calça que já não se usa mais. E tem também a teimosia dos vícios, as dores da alma, a insegurança emocional, os conflitos relacionais, a culpa, o medo, a ansiedade e a síndrome do pânico – ai que medo. Tem que arrumar o quarto, buscar a roupa na lavanderia, votar para presidente e superar o divórcio. O show não pode parar. E porque viver é muito perigoso, aprender a viver é imperativo.
Como enfrentar a travessia? Já que navegar é preciso e viver não é preciso, como dizia o poeta português. Viver é necessário. É preciso viver, não há que desistir da vida. Mas viver é perigoso, justamente porque não é preciso – não é exato. Não é possível singrar a vida como quem corta os mares. A gente quer ter voz ativa, no nosso destino mandar, mas eis que chega a roda viva e carrega o destino pra lá, disse o Chico brasileiro.
Acho que foi por isso que o sábio Salomão começou a escrever seu Eclesiastes. Queria aprender a viver. Dedicou o coração para saber, inquirir e buscar a sabedoria e a razão das coisas. E concluiu que a verdade está no distante e profundo. A vida é mistério. Viver continuará sendo sempre perigoso.
Então apareceu Jesus. Não negou a contingência da vida, nem iludiu os seus com promessas falsas e fantasiosas. Mas apontou um caminho. Apresentou seu Pai aos homens e os homens ao seu Pai. Autorizou todo mundo a buscar, usar e abusar de seu Pai.
Jesus disse a todos: Chamem pelo Abba. Ele os ouvirá. Falem com ele em meu nome. Batam na porta. Busquem. Peçam. Gritem. Importunem meu Pai, de dia e de noite. A porta se abrirá. Vocês acharão o meu Pai. Vocês receberão respostas. Serão recompensados pela sua busca, jamais ficarão sem galardão. Meu Pai é atento e cuidadoso. Meu Pai é bom. Meu Pai é amor. Não tenham medo dele. Não se escondam dele. Não fujam dele. Corram para os braços dele. Ele cuida de flores e passarinhos. Vai cuidar de vocês. Sigam os meus passos. Foi o que fiz. Fechem a porta do quarto e façam suas orações. Eu atravessei a vida de joelhos. E venci. Eu venci o mundo, eu venci o mal, eu venci a morte. E vocês também poderão vencer. Não desistam. Não tenham medo. Viver é perigoso. Mas a graça do meu Pai é maior que vida.
Ed René Kivitz
30.4.10
Misericórdia, justiça e a comunidade GLBT (3)
A Fundação Marin descobriu que 86% da comunidade GLBT americana foi criada em um grupo religioso denominacional. Desse grupo, 72% já não são praticantes. 62% desses 86% disseram que não há “absolutamente nada” que os faria voltar à igreja. Obviamente, muitos relacionamentos da igreja com a comunidade GLBT são terríveis, insalubres, cheios da fobia ou simplesmente inexistentes.
Penso que um número demasiado de igrejas demais trabalhou no modelo “comporte-se, creia, pertença”. Por exemplo, se alguém se comporta da maneira esperada e acredita na doutrina, poderá frequentar ou pertencer à igreja. O que nós realmente deveríamos promover são comunidades onde você pode pertencer, cercado de cristãos que estão aprendendo sobre o amor de Cristo. Então, depois de pertencer a pessoa irá crer. Somente depois de crer no Cristo ressurreto e no poder do Espírito Santo irá acontecer a transformação ou a mudança de comportamento. Ou seja, a ordem é “pertença, creia, comporte-se”.
Contudo, uma das coisas mais importantes que as igrejas podem fazer para corrigir seus erros é desculparem-se. Mesmo se não fizeram qualquer coisa “errada” à comunidade de GLBT, um pecado foi cometido. Muitas vozes responsabilizaram gays e lésbicas pelo 11 de setembro ou pelo furacão Katrina. Precisamos desculpar-nos por isso, pelos erros que foram cometidos em nome de Cristo. Precisamos tomar uma postura, humilharmo-nos e pedir desculpas a uma comunidade inteira.
Desculpe-nos pelos erros cometidos, pela dor que temos causado, por pregarmos o ódio e o exclusivismo ao invés de graça e amor, desculpe-nos por ter dito “conserte sua vida antes de entrar em uma igreja”, ao invés de “venha como está”, desculpe ter levado a comunidade GLBT para longe do lugar em que ela deveria receber as boas-vindas!
Também, quando não conhecemos gays e lésbicas, frequentemente os demonizamos e desumanizamos. Devemos começar a escutar suas histórias e experiências, aprender sobre sua comunidade da perspectiva deles, assim poderemos demonstrar amor por eles. Assim como os missionários enviados à Tailândia aprendem sobre a cultura e a língua tailandesa, e escutam histórias dos tailandeses deveríamos fazer o mesmo com a comunidade GLBT.
A Fundação Marin existe para construir pontes entre a igreja e a comunidade gay em um nível individual. O que poderíamos fazer para alcançar a comunidade gay de uma maneira positiva?
Deixe-me contar sobre meu pai. Ele é um homem bastante conservador. Por causa do meu trabalho com a Fundação, ele começou a fazer muitas perguntas sobre a comunidade GLBT, leu alguma literatura sobre o assunto e eventualmente me perguntou o que deveria fazer com um colega de trabalho gay. Eles já se conhecem a algum tempo e o colega de trabalho (um judeu) sabia que meu pai é cristão que se orgulha disso. Disse ao meu pai para correr o risco, humilhar-se e fazer uma pergunta ao seu colega de trabalho. A pergunta era simples, “como é ser um homem gay neste trabalho? ” Então disse ao meu pai para apenas escutar.
Você sabe o que aconteceu quando meu pai fez esta pergunta? Começou uma conversa incrivelmente longa sobre a vida daquele homem, suas experiências no trabalho, e até mesmo sobre a sua fé. No final do diálogo, o colega de trabalho perguntou ao meu pai se iríamos a um churrasco em sua casa. Agora eles não são apenas colegas de trabalho, são amigos também. Por causa disto, meu pai também está trabalhando para que paremos de demonizar e desumanizar o outro.
Aquelas pessoas que tem amigos gays devem encontrar um momento para perguntar-lhes como é ser gay em um(a) determinado(a) trabalho/escola/igreja. Comece dizendo que você é um cristão que está tentando aprender sobre um assunto que é desconfortável para muitos. Seja honesto e autêntico. Esteja disposto a desculpar-se por sua própria fobia. E escute. Escute suas histórias; elas podem mudar a sua vida. É algo confuso e assustador, mas dará frutos. Por fim, seja alguém cheio da benevolência, cheio de amor e seja corajoso!
fonte: Tim Schraeder
tradução: Jarbas Aragão
Música para vestir


Pensando em transmitir o seu recado, a designer estadunidense Alyce Santoro inspirou-se nas "bandeiras de oração" e desenvolveu o tecido Sonic que, confeccionado com as obsoletas fitas cassetes, emite sons e muita sustentabilidade através de peças super criativas.
Feito com 50% de poliéster e 50% da fita, o tecido surpreende não apenas por ser ecologicamente eficiente, já que tira do lixo as mídias que não são mais utilizadas, mas também por ser audível. Exatamente: é possível extrair sons de vestidos, chapéus e gravatas criadas com o Sonic apenas com o auxilio de um dispositivo criado com walkman - dispositivo esse que a própria designer ensina em sua página virtual.
Desde de que começou com o trabalho, Alyce conseguiu apoio de inúmeras pessoas para o recebimento de sua matéria-prima, as antigas tapes, mas a designer adianta que temporariamente não aceita doações, pois já tem uma grande quantidade de cassetes e agora se dedica ao desafio de confeccionar novas criações.
Brasileiro à frente
Interessante, inovador e sustentável. É assim que grande parte dos designers enxerga o tecido Sonic. Um deles é o brasileiro Júlio César. À frente em uma parceria com Santoro, o estilista foi o responsável pelo design de gravatas, chapéus e até alças de guitarras com o material – criações exclusivas e limitadas que podem ser encontradas no site do designer ou em seu ateliê, situado na cidade de Nova York, nos Estados Unidos.
Com cores que vão dos básicos preto e marrom a tons de azul e bordô, as peças feitas com o tecido ganham um brilho único por conta da inusitada mistura e têm um forte apelo entre os amantes de vinil, já que possuem um efeito similar.No site da Sonic, é possível adquirir o tecido ou algumas peças desenvolvidas com ele.
Fonte: Ecodesenvolvimento
Para "ouvir" a roupa usando um Walkman velho, siga as instruções deste video
Do megafone ao Twitter
Um saco de maçãs, doze caixas de leite desnatado, um cacho de bananas, um saco de pão francês, uma caixa de suco de abacaxi, queijo minas, ricota, biscoitos, um saco de limões e alguns galões de água. Foi com este "arsenal" que cerca de 50 estudantes ligados ao movimento "Fora Arruda e Toda Máfia" enfrentaram quase 24 horas de ocupação da nova sede da Câmara Legislativa do Distrito Federal – encerrada na noite desta quinta-feira.O objetivo do protesto era político: impugnar a eleição indireta que elegeu o governador Rogério Rosso (PMDB), transformar o novo prédio em espaço cultural ou uma escola de ética, fazer auditoria nas contas da construção do prédio, entre outros pontos. Mas tudo isso regado a leite desnatado?
E quanto ao estigma que marcou a atuação do movimento estudantil na época da ditadura militar (1964-1985), profundamente arraigado no fenômeno da contracultura? Por onde andam sexo, drogas e rock'n'roll? O perfil "geração saúde" do atual movimento estudantil inclui gel de cabelo, camisas com mensagens bem-humoradas, sandália de dedo nacional que faz sucesso na Europa, logotipo do Movimento dos Trabalhadores Sem-Terra pregado em alguma peça de roupa e uma rejeição incomensurável aos rótulos de "consumista" e "indiferente".
Itens, outrora, pouco comuns. No lugar do Twitter, o megafone. No do notebook, o mimeógrafo. Ex-presidente do Grêmio do Colégio de Aplicação da UERJ entre 1968 e 1969, o deputado Chico Alencar lembra que este último aparelho, que servia para imprimir panfletos, ganhou o apelido de "cachacinha" entre os estudantes da época da ditadura, por funcionar a base de álcool.
"Mas não era cachaça de verdade, era álcool mesmo", recorda Alencar. "Havia um controle muito rígido nos congressos, para não dar razão aos órgãos de repressão. Mas nada era proibido. O pessoal fazia muito amor, debaixo das mesas, atrás dos armários". O deputado define o movimento estudantil atual como "multifacetado", que "se revela uma força contestadora, que combina combatividade com irreverência, menos nitidez ideológica e mais humor". Porém, risca no chão a seguinte linha:
"Por um lado, (a nossa luta) era mais fácil porque naquela época enfrentávamos um inimigo monolítico, muito definido, que era a ditadura. Agora o horizonte utópico é mais nebuloso, se mobiliza mais pelo imediato, não tem discurso da revolução socialista como nós tínhamos. Mas essa pluralidade ideológica não desmerece em nada esse movimento".
A estudante de direito da Universidade de Brasília (UnB), Talitha Mendonça, 24 anos, uma das lideranças na ocupação da Câmara do DF, explica que o movimento estudantil "vive um momento histórico diferente". Para ela, não tem "como querer que (o movimento atual) tenha a mesma cara do movimento anterior". "Talvez naquela época fosse necessário aquele tipo de comportamento para quebrar com as barreiras. Hoje estamos muito mais preocupados em fazer com que as pessoas questionem ou critiquem", pontua Talitha. "A responsabilidade em relação à postura é diferente. Não tem como fazer uma festa num espaço publico".
A estudante lembra, no entanto, que a diversidade está presente nas manifestações no DF. Segundo ela, a ocupação anterior, na sede atual da Câmara, marcou o movimento: houve uma reorganização, então desmobilizada, no que vem sendo chamado de "coletivos". "Existem diversos tipos de coletivos, com revindicações distintas. A política ainda funciona por meio de partidos, mas em Brasília a ideia de poder popular está muito mais forte. Ficou claro que as reivindicações do coletivo têm mais força".
O sociólogo e pesquisador da Universidade de Brasília, Marcello Barra, que acompanhou a manifestação, arrisca: "Hoje ainda há jovens que são herdeiros de geração hippie. Mas, neste meio tempo, surgiram outros grupos, o que provocou uma diversificação muito grande na ação da juventude".
Para Barra, acontecimentos históricos, como fim do mundo dividido entre Estados Unidos e União Soviética, tornaram "menos claros" os caminhos a serem tomados pela militância estudantil - o que, segundo o sociólogo, influi no comportamento dos jovens. "Com o maior número de oportunidades a seguir, fica mais difícil saber quem é quem na política", reforça. "O jovem continua entrando na militância com a convicção política de transformação, mas acaba encontrando outros modos de manifestação na vida social".
Fred Raposo, no Ig Jovem.
Católicos contra protestantes ecumênicos

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E o Brasil virou Belfast. A guerra religiosa promovida por católicos contra protestantes foi iniciada oficialmente em março com um post equivocado no blog do padre Joãozinho a respeito de uma declaração em vídeo da cantora protestante Ana Paula Valadão. O padre repetiu o boato de que Ana Paula havia profetizado a queda do catolicismo. Uma acusação falsa que logo foi esclarecida no blog do sacerdote após protestos contra a falta de acuracidade do padre.
Apesar disso o boato continuou. Constrangida com a perseguição injustificada, a cantora viu-se obrigada a posicionar-se sobre o assunto “ecumenismo”. Ela declarou, em entrevista, admiração pela religiosidade de alguns católicos e criticou o fato de muitos protestantes se considerarem proprietários de Deus.
A afirmação de uma das mais conhecidas cantoras protestantes do Brasil – Ana Paula Valadão tem cds com o selo da Som Livre – é uma demonstração clara de que o anti-catolicismo protestante vem perdendo lugar no País.
O fenômeno só não é mais surpreendente que a reação de alguns católicos: eles se levantaram contra Ana Paula e contra todos os que apoiam o discurso ecumênico que ela sustenta. Prova disso foi a discussão, via Twitter, entre o cantor católico Walmir Alencar (Ministério Adoração e Vida) e um seguidor.
Walmir foi agredido por declarar ouvir músicas do grupo Diante do Trono, do qual Ana Paula é integrante. Em resposta às agressões o cantor publicou, para seus 10.350 seguidores, no Twitter, as seguintes proposições pessoais:
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Por que os católicos não deveriam se alegrar com a postura de Walmir e Ana Paula? Somente por grande incompreensão dos fatos é possível indignar-se com a postura ecumênica de ambos. Nenhum dos cantores quer mudar de Igreja e todos os dois se reconhecem como cristãos.
Acredito que Walmir, sendo um católico esclarecido, sabe que o protestantismo não pode alcançar a plenitude da Revelação sem se aniquilar. O protestantismo é um projeto falido que acreditando restaurar a fidelidade à Tradição cristã, se afasta mais e mais dessa Tradição. Isso provam as igrejas protestantes que aprovam métodos anticoncepcionais, aborto e uniões homossexuais, só para darmos exemplos recentes de corrupção religiosa.
É justamente para apresentar a plenitude da Revelação, missão do catolicismo, que o ecumenismo se propõe. Mas existem barreiras, como o forte ranço de anticatolicismo por parte dos protestantes, no Brasil. Ora, se os protestantes sequer reconhecem um católico como cristão, como poderão ouvir o que o catolicismo tem a dizer?
Sabendo disso, por que um católico impediria que a queda/diminuição desse anticatolicismo protestante avançasse? Não faz o menor sentido. Mas é justamente esse non sense o resultado de uma postura falsamente ortodoxa que usa de boatos (ou deixa-se usar por eles) para contaminar as possibilidades de um verdadeiro diálogo ecumênico.
Verdadeira ortodoxia tem muito a ver com sanidade. A falta dela é o que faz o modernismo e suas virtudes loucas, isoladas uma das outras. A condenação do protestantismo de Ana Paula não pode se confundir com uma condenação à Ana Paula e tornar tudo o que ela faz algo reprovável somente por sua adesão a uma fé que desconhece a verdadeira Tradição cristã.
Em nome da Verdade cristã não se pode fazer isso. Em nome de uma verdade enlouquecida, impiedosa, isolada da caridade e da esperança, sim. Mas isso não é ortodoxia e não serve nem para fazer um católico de uma tigela inteira.
Wagner Moura no O possível e o extraordinário
[E o feliz aqui achando que só eu tinha problemas com trolls]
Bíblia & breja (2)
Poucas coisas surpreendem o plantador de igrejas Charles Hill, 36, casado, 3 filhos e com uma larga experiência de ministério. Mas ele realmente foi pego desprevenido quando seu sustento para seu ministério (em meio a uma comunidade predominantemente mórmon) foi retirado.Ele foi para South Jordan, cidade no interior do Utah, estado americano onde a igreja mórmon tem sua sede e domina o cenário religioso. Hill diz que seu chefe o havia autorizado a começar estudos num encontro chamado “Cerveja e Bíblia” no mês passado. Agora, a sua denominação o demitiu e lhe deu 60 dias para encontrar um novo ministério. “É perturbador”, disse Hill ao Christian Post, “estamos tentando alcançar pessoas como Jesus fazia”.
Em uma cidade onde 7 ou 8 de cada 10 pessoas são mórmons, Hill disse que orou muito e se debateu com estratégias de como alcançar essas pessoas. Por fim, observou que os bares e cafeterias eram alguns dos poucos lugares onde poderia encontrar pessoas que não frequentavam igreja nem eram mórmons.
Mesmo sabendo que reunir-se em um bar era uma questão controversa na denominação, pediu autorização ao seu chefe. Recebeu sinal verde. Mas as notícias sobre os encontros “Cerveja e Bíblia” se espalharam, chegando ao conhecimento do líderes da denominação. Ele acredita que poderia iniciar uma igreja dentro de 5 meses, numa região de 25 cidades onde não existe nenhuma igreja não-mórmon.
Um dos líderes, que prefere se manter anônimo, deu uma breve declaração ao Christian Post, dizendo: “Não se trata de uma questão moral ou de comportamento anti-bíblico. Apenas descobrimos que havia questões que não conseguimos conciliar com os princípios da denominação”.
O pai de Hill era alcoólatra e ele nem gosta muito de beber. Quando era pastor em Ohio ele não bebia porque não queria dar um mau testemunho numa comunidade que tinha problemas sérios de alcoolismo. Realidade distinta do Utah, onde 7 ou 8 de cada 10 pessoas nem sequer bebe, por causa da proibição da igreja mórmon.
"A cultura aqui é muito diferente do que conheci em minhas raízes na comunidade majoritariamente cristã do Meio-Oeste." Desde que ele se mudou para o estado de Utah, as pessoas perguntavam qual sua posição sobre o álcool e ele dizia acreditar que Jesus não proibia. Isso, por sua vez daria início a uma conversa.
"Foi estranho para as pessoas que gostam de bebidas alcoólicas aqui, e um fator determinante porque "eu não sou parte da igreja mórmon", disse. "Se eu tiver que sair e tomar uma cerveja para assim poder conversar sobre o Senhor e manter alguém fora do inferno, eu vou."
Depois de receber a chocante notícia de que ele estava demitido, Hill enviou uma carta de desculpas formal ao presidente da denominação, afirmando não saber que essa questão seria um problema e pedindo perdão. Ele prometeu que não iria beber em público, caso isso satisfizesse as normas.
"Continuaríamos a fazer os encontros ‘Cerveja e Bíblia’, mas eu iria beber água ou Coca", disse ele. Hill não recebeu uma resposta. No entanto, o missionário foi contatado por vários pastores da denominação que lhe disseram que consomem álcool. "No final, o problema era que eu bebia publicamente", Hill especula. "O que eu acredito estava nas entrelinhas era 'se você tomar uma bebida em sua casa então está tudo bem'."
"Não fiquei amargurado nem bravo", ele deixa claro. "Estamos decepcionados, claro. Afinal perdemos esse tipo de apoio financeiro e minha família está aqui. Estávamos a cinco meses de inaugurar a igreja. Não sei ao certo para onde estarei indo em seis semanas onde iremos morar ou como vamos sobreviver. "
"O que me preocupa não é receber o perdão", acrescentou. "Onde está o amor cristão? Eu acho que ... precisamos ler nossa Bíblia de vez em quando, voltar ao seu centro."
No momento, Hill está procurando outros grupos e pessoas que poderiam apoiar sua missão em Utah. Apesar do futuro incerto, esse plantador de igrejas não tem nenhuma intenção de abandonar o chamado de Deus.
"Se tivermos de montar uma barraca e viver nela, vivendo de comida que alguém nos doou, então é isso que vamos fazer", disse. "Amamos esta comunidade. Acreditamos que Deus nos chamou para cá e que Ele vai levantar um exército de apoiadores para que isso aconteça.
"A coisa mais importante agora é: existe alguém aí fora que se preocupa com 25 cidades sem uma igreja evangélica que deseja mostrar o amor de Jesus e queira no apoiar-nos nesta obra? Não é o projeto "Cerveja e Bíblia"... mas fazer algo para livrar as pessoas do inferno e nos ajudar a plantar essa igreja."
Que fique claro, Hill não quer ser conhecida como o cara da ‘Cerveja e Bíblia, como alguns se referem a ele, apesar de só fazer isso por um breve período. Hill também liderava uma célula, no sistema Alpha, em separado, sem álcool, para aqueles que estavam curiosos sobre a Bíblia.
Fonte: Christian Post
Hill tem blog e Twitter. O assunto apareceu no noticiário local (vídeo em inglês).
Só pra lembrar: o Project Church realiza um evento do tipo e essa galera animada se reúne p/ tomar cerveja e cantar hinos.
Desabafo de um blogueiro
Boa parte dos que me criticaram, alguns com impressionante violência, pergunta: “Oh, mas que conservador é você? Defende o fim do celibato sacerdotal; agora, a adoção de crianças por gays. Isso é incoerente.” Pois é! Sou um indivíduo, não uma gaveta de badulaques do conservadorismo. Uma das razões fundamentais por que deploro os vários esquerdismos é a sua incapacidade de reconhecer a autoridade do indivíduo sobre a manada. Eu não me obrigo, nunca!, a pensar isso ou aquilo para não contrariar o meu público!!! Até porque não tenho “público”, tenho leitores. São autônomos. Pensam com a própria cabeça — freqüentemente contra a opinião do blogueiro. E daí? Isso não é uma igreja, os internautas não são fiéis, e sagrada, aqui, é só a obrigação de pensar. Respondo a algumas questões que apareceram nos comentários:
“Não te leio mais”
Ok. É do jogo. Alguém já me viu aqui a recorrer àquele truque vigarista de estimular os leitores a dizer primeiro o que pensam para que eu, “como cachorro de sarjeta, saia atrás do batalhão”, para lembrar música antiga? No dia em que eu deixar de dizer o que penso porque “vão me levar a mal”, fecho o blog, vou fazer outra coisa. Não tenho milhares de leitores, muitos milhares, porque puxo o saco de pensamentos influentes, de um ou de outro lado. Quem freqüenta o blog na expectativa de que SÓ VAI LER coisas com as quais concorda não quer ler o blog, mas a si mesmo. Recomendo que crie a própria página e passe a adorá-la, todos os dias, como se fosse um altar de verdades reveladas. Comigo, não, violão! Leia +.
Fonte: Blog do Reinaldo AzevedoAscensão e queda do líder mais influente do mundo

A revista faz uma tradicional indicação anual das 100 pessoas mais influentes do mundo. Líderes, heróis, artistas e pensadores. Bill Clinton foi escolhido como primeiro na lista dos heróis e teve sua apresentação redigida por Bono, enquanto Lady Gaga é a artista mais influente, apresentada por um artigo de Cyndi Lauper. Na categoria pensadores, a primeira da lista é Zaha Hadid. O ex-governador do Paraná Jaime Lerner foi apontado como 16º na lista dos pensadores.
O documentarista Michael Moore foi o responsável por escrever o texto no qual apresenta uma breve biografia de Lula. "O que Lula quer para o Brasil é o que nós [dos Estados Unidos] costumávamos chamar de sonho americano", avalia o documentarista.
Lula já havia recebido outras homenagens de jornais e revistas importantes no cenário internacional. Em 2009, foi escolhido pelo jornal britânico "Financial Times" como uma das 50 personalidades que moldaram a última década.
Também foi eleito o "homem do ano 2009" pelo jornal francês 'Le Monde', na primeira vez que o veículo decide conferir a honraria a uma personalidade. No mesmo ano, o jornal espanhol 'El País' escolheu Lula o personagem do ano. Na ocasião, Zapatero refigiu o artigo de apresentação do brasileiro e disse que Lula 'surpreende' o mundo.
Veja a lista dos 10 líderes mais influentes da Time pela manhã
1 - Luiz Inácio Lula da Silva
2 - J.T. Wang
3 - Admiral Mike Mullen
4 - Barack Obama
5 - Ron Bloom
6 - Yukio Hatoyama
7 - Dominique Strauss-Kahn
8 - Nancy Pelosi
9 - Sarah Palin
10 - Salam Fayyad
A revista "Time" negou no início da tarde que tivesse colocado o presidente Luiz Inácio Lula da Silva como o primeiro em uma lista de líderes mais influentes do mundo. Pela manhã, o site da revista norte-americana divulgou a relação acima, com os nomes dos 25 líderes mais influentes do mundo escolhidos pela publicação. A lista era numerada de 1 a 25, não estava em ordem alfabética, e colocava o presidente brasileiro em primeiro, ao lado do número 1.
O UOL e outros sites noticiosos brasileiros e internacionais divulgaram a informação que Lula havia sido escolhido o líder mais influente do mundo. A redação do UOL Notícias entrou em contato com o departamento de Relações Públicas da revista "Time", que negou que a lista numerada era um ranking. Segundo a assessoria, "a Time não faz distinção no nível de influência das 100 pessoas que aparecem na lista."
Após os questionamentos do UOL, o site da "Time" retirou os números na lista de líderes mais influentes do mundo.
Artigo Original da TIME aqui (em inglês)
O artigo descreve Lula quase como um herói. O Michael Moore é um fanfarrão, não é mesmo?
29.4.10
Oh! Minas Gerais (31)
Aí ficou sabendo que havia um curandeiro nas redondezas, lá pros lados de Jacuí, que fazia umas rezas e benzeções e era a única pessoa que poderia salvar seu rebanho e o chamou.
O curandeiro disse que salvaria o gado do mineirim, mas que, para isso, teria que ficar trancado no quarto sozinho com a mulher dele - (uma morena gatíssima) - para fazer o ritual.
O caipira ficou meio preocupado, mas topou. Afinal, era o única maneira de salvar o seu gadinho....
O benzedor apanhou um pedaço de pau no quintal, foi para o quarto com a moça, apagou a luz e começou:
- Passo o pau nos joeio, pra curá os boi vermeio!
- Passo o pau nas coxa, pra curá as vaca mocha!
- Passo o pau na viría, pra curá as novía!
Nesse ponto, o mineirim, que estava ouvindo o ritual com o ouvido colado na porta, gritou depressa:
- As vaca preta e os boi zebu cê pode dêxá morrê...
Papai não sabe
Estávamos eu e as crianças em uma fila no shopping, um pouco mais a frente um rapaz com uma opção sexual diferente da tradicional vestindo uma calça tipicamente feminina, com sapato de salto alto tipicamente femininos, uma blusa tipicamente feminina e segurando uma bolsa que seria denominada por alguns como absolutamente fashion, e claro, com a maior cara de homem.
A menina foi a primeira a perceber.
- Pai, aquele é homem ou mulher?
Pensei em explicar sobre o terceiro sexo, mas se eu tomasse esse caminho teria que explicar sobre os outros dois com mais detalhes.
- Bem filha, é…. não sei!
- Não sabe?
- É filha, papai não sabe se é homem ou mulher.
Então o menino se manifestou.
- Vamos lá perguntar pra ele.
- Não filho, não vamos!
- Por que pai?
- Porque ele provavelmente também não sabe.
Do blog No Improviso
Homens são de Marte (159)
O Homem, até os 20 anos:
Avião de Papel.
Apenas vôos rápidos, de curto alcance e duração.
Dos 20 aos 30:
Caça Militar.
Sempre a postos, 7 dias por semana. Ataca qualquer objetivo. Capaz de executar várias missões, mesmo quando separadas por curtos intervalos de tempo.
Dos 30 aos 40:
Aeronave Comercial de Voos Internacionais.
Opera em horário regular. Destinos de alto nível. Vôos longos, com raros sobressaltos. A clientela chega com grande expectativa; ao final, sai cansada, mas satisfeita.
Dos 40 aos 50:
Aeronave Comercial de Vôos Regionais.
Mantém horários regulares. Destinos bastante conhecidos e rotineiros. Os voos nem sempre saem no horário previsto, o que demanda mudanças e adaptações que irritam a clientela.
Dos 50 aos 60:
Aeronave de Carga.
Preparação intensa e muito trabalho antes da decolagem. Uma vez no ar, manobra lentamente e proporciona menor conforto durante a viagem. A clientela é composta majoritariamente por malas e bagulhos diversos.
Dos 60 aos 70:
Asa Delta.
Exige excelentes condições externas para alçar voo. Dá um trabalho enorme para decolar e, depois, evita manobras bruscas para não cair antes da hora. Após aterrissagem, desmonta e guarda o equipamento.
Dos 70 aos 80:
Planador.
Só voa eventualmente e com auxílio. Repertório de manobras extremamente limitado. Uma vez no chão, precisa de ajuda até para voltar ao hangar.
Após os 80:
Modelo Antigo.
Só enfeite
via Blog do Amendoim
Mudança de perspectiva
Jornalista desempregado (269)
28.4.10
Graça barata - Golpe da faculdade teológica
Segundo o Ministério Público Federal, a Faculdade de Teologia Evangélica da Igreja de Deus, mantida pela Igreja de Deus no Brasil, anunciava cursos de "bacharelado em teologia" e "mestrado em ministério", mas nunca possuiu autorização do Ministério da Educação para isso. O órgão federal diz que desde 1995 tenta fazer a faculdade mudar a denominação de seus cursos, que deveriam ser apresentados apenas como "cursos livres" ou "seminários religiosos".
De acordo com a sentença, todos os alunos que estudaram na faculdade e comprovarem que não sabiam que o curso ministrado não era de nível superior deverão receber o dobro do valor pago. A faculdade e a igreja também vão ter que pagar R$ 10 mil referentes a despesas com o processo.
Para o Ministério Público, o fato de o estabelecimento se autodenominar "faculdade" pode ser considerado uma propaganda enganosa. Também questiona o procedimento da empresa de publicar anúncios de "vestibular".
A defesa da igreja diz que mudou em 2009, quando soube do processo, o nome da faculdade e dos cursos e que nenhum aluno foi "ludibriado" com isso. Afirma ainda que não tomou conhecimento da sentença, mas que pretende recorrer. A decisão judicial foi assinada na semana passada.
Segundo a defesa, a intenção dos organizadores era apenas formar líderes dentro da própria igreja. A mensalidade, afirma, custa hoje por volta de R$ 200. A duração pode chegar a até seis anos. O nome do estabelecimento, agora, é "Seminário Evangélico".
A Igreja de Deus, de orientação cristã evangélica, foi fundada nos Estados Unidos no século 19.
fonte: Folha Online
O império de (P)Edir Macedo (90)
Estou longe de ser um sujeito importante e, portanto, não é meu propósito “esclarecer à sociedade” coisa alguma. Mas, como meus amigos sempre dão uma espiada neste blogue, acho bacana esclarecer algumas coisas a eles sobre minha última experiência profissional.
Passei seis meses no Portal R7, da Rede Record, período no qual participei daquele que pode ser chamado de “um tortuoso lançamento”. Sempre torci e, mesmo após minha saída, continuo torcendo pelo sucesso do portal. Lá eu convivi com amigos antigos, alguns dos quais estreitei amizade, e fiz realmente outras tantas. Torço pelo portal porque torço por eles e disso eu não abro mão. Nunca duvidem disso.
No entanto, desprezo a concepção jeca tatu de administrar uma empresa de comunicação e de gerenciar pessoas que a Rede Record mantém na Barra Funda.
Há um cinismo soviético no discurso de que a empresa está no mesmo nível ou perto da Globo, e sem dúvida os pastores que tocam o barco da empresa têm a neopentecostal crença de que o dinheiro compra tudo e só ele é o bastante para o sucesso. Acreditaram que bastaria investir não sei quantos milhões de reais de fiéis para colocar no ar um portal em três meses e que, com isso, com mais três meses no ar, fazer dele o líder em audiência de notícias no país. É de uma ingenuidade padrão Família Buscapé: não é porque você achou petróleo no fundo do quintal que você vai se tornar um quatrocentão da noite pro dia.
Os descaminhos dos chefões da empresa fizeram com que ótimos profissionais ficassem distantes das decisões do portal depois do lançamento. É o que acontece em qualquer ambiente de trabalho problemático.
No mais, o lado positivo disso é que, hoje, guardo uma infinidade de anedotas que, por conta da distância temporal, rendem longas risadas no bar. Porque no fundo é isso que importa: viver bem, encontrar os amigos e saber tirar o humor dessa vida cumprida a sol.
É isso.
Fernando Vives, no Sorry Periferia.
entre outros lances, já publiquei s/ fiéis da igreja que monitoram e-mails e telefonemas dos funcionários do Grupo Record. No início do ano, um programa dominical sempre usado p/ matérias encomendadas mostrou números distorcidos p/ afirmar o "sucesso" do R7.
Depressão achocolatada
Uma pesquisa feita na Universidade da Califórnia em San Diego, nos Estados Unidos, verificou que mulheres e homens com depressão comem mais chocolate à medida que os sintomas do problema aumentam.Segundo eles, os resultados sugerem uma associação entre humor e o alimento à base de cacau. O estudo foi publicado na edição desta segunda-feira do periódico Archives of Internal Medicine.
“O estudo confirma uma suspeita antiga de que comer chocolate é algo que as pessoas fazem quando estão se sentindo por baixo”, disse Beatrice Golomb, professora associada de medicina da universidade norte-americana e um dos autores da pesquisa.
A pesquisadora ressalta que o objetivo do trabalho era analisar apenas uma possível associação entre o problema psíquico e o alimento e que, por conta disso, não procuraram observar se o consumo diminui ou intensifica o estado.
Os pesquisadores examinaram eventuais relações entre o consumo de chocolate e o humor em 1 mil adultos que não tomavam medicamentos antidepressivos e que tinham problemas cardiovasculares ou diabetes.
Os participantes foram submetidos a testes e avaliados de acordo com a escala de depressão (CES-D) do Centro de Estudos Epidemiológicos, dos Estados Unidos.
Os autores do estudo observaram que homens e mulheres que apresentaram níveis mais elevados na escala consumiram em média 12 porções de chocolate por mês, enquanto que aqueles sem depressão ingeriram menos de cinco porções no mesmo período.
Não houve diferenciação entre chocolate com leite ou com mais cacau. A porção considerada foi de cerca de 30 gramas. Não houve diferença, no período, no consumo de outros alimentos ricos em antioxidantes, como peixes, café, frutas e vegetais, entre os participantes.
“Os resultados não aparentam ter como explicação um aumento geral no consumo de cafeína, gordura ou carboidrato, indicando que foram específicos ao chocolate”, disse Beatrice.
Segundo os pesquisadores, novos estudos serão necessários para tentar determinar a base da associação, bem como o papel do chocolate na depressão, seja ele positivo ou negativo.
O artigo Chocolate and Depressive Symptoms in a Cross-sectional Analysis, de Beatrice Golomb e outros, pode ser lido por assinantes da Archives of Internal Medicine (Arch Intern Med. 2010;170(8):699-703)
Agência Fapesp
Facebook e Twitter crescem nas redes sociais, mas Orkut continua líder no acesso entre brasileiros
O Facebook cresceu 804% em acessos desde abril de 2009 e o Twitter subiu 768%. "O levantamento aponta que o Twitter manteve-se à frente do Facebook durante maior parte de 2009, mas o Facebook ultrapassou o Twitter na segunda semana de dezembro e segue à frente", afirma a pesquisa.
Apesar do crescimento, a porcentagem de visitas aos sites segue baixa em comparação ao todo: o Facebook tem 2,35% dos acessos da categoria Redes sociais e Fóruns da pesquisa e Twitter tem 1,91% da mesma categoria. O Orkut lidera a categoria com folga -tem 62,14% dos acessos- e quem mais se aproxima dele é o YouTube, com 17,23% das visitas.
Quando são contados todos os sites mais acessados pelos brasileiros, o Orkut ficou em segundo lugar, atrás apenas do Google Brasil (serviço de busca), informou o estudo. Apesar disso, no período das férias escolares (entre o final de novembro de 2009 e o começo de fevereiro de 2010), o Orkut chegou a ultrapassar o Google.
Quadro geral
As redes sociais e os fóruns só perdem em acesso para os mecanismos de busca, segundo a pesquisa do Serasa Experian Hitwise. Em seguida, estão serviços como portais, serviços de e-mail e games. As páginas menos acessadas são as de bancos e instituições financeiras.
Mas, em tempo médio de visita, as redes sociais ficam na liderança, com 22 minutos e 51 gastos nesses sites. Em seguida, ficam sites da categoria Entretenimento.
fonte: Folha de S.Paulo
O império de (P)Edir Macedo (89)
Cristina e seu sócio, Marcelo Birmarcker, aceitaram colaborar com as investigações nos dois países em troca de benefícios em caso de condenação, a chamada delação premiada. Cristina foi ouvida por três promotores paulistas. Ela já havia prestado o mesmo depoimento a 12 promotores de Nova York liderados por Adam Kaufmann, o mesmo que obteve a decretação da prisão do deputado federal Paulo Maluf (PP-SP), nos Estados Unidos - ele alega inocência.
Os doleiros resolveram colaborar depois que a Justiça norte-americana decidiu investigar a atividade deles nos EUA com base no pedido de cooperação internacional feito em novembro de 2009 por autoridades brasileiras. Em Nova York, eles são investigados por suspeita de fraude e de desvio de recursos da igreja em território norte-americano.
Ela afirmou aos promotores que começou a enviar dinheiro da Igreja Universal para o exterior em 1991. As operações teriam se intensificado entre 1995 e 2001, quando remetia em média R$ 5 milhões por mês, sempre pelo sistema do chamado dólar-cabo - o dono do montante entrega dinheiro vivo em reais, no Brasil, ao doleiro, que faz o depósito em dólares do valor correspondente em uma conta para o cliente no exterior. Cristina disse que recebia pessoalmente o dinheiro.
Outro lado
O advogado Antônio Sérgio Altieri de Moraes Pitombo, que defende a Igreja Universal e seus dirigentes, diz que já esperava o surgimento de um “fato novo” por parte do Ministério Público Estadual. “Todas as vezes que são impetradas medidas judiciais contra a ilegalidade na investigação são criados fatos e manchetes para perturbar a neutralidade do julgamento”, assinalou o criminalista.
“Não é necessário ressaltar que a palavra de um delator deve ser tomada com muita reserva. A defesa vai adotar as medidas pertinentes para evidenciar a verdade, que muitas vezes não está ainda nos autos.” Procurado, o advogado dos doleiros, Alberto Tichauer, não foi localizado para falar sobre o depoimento de seus clientes.
Marina, você já é bonita com o que Deus lhe deu (8)
dica do Marcos Florentino
Direito de nascer livre
Mas não há mera polêmica aqui. Sob um verniz quase didático de publicidade-choque Benetton há uma série de paralelos desagradáveis sobre o mundo que vivemos hoje em dia. Não é só o regime militar que maltrata a vida de gente por etnia nem uma Swat americana que faz às vezes de SS ao mesmo tempo que de exército israelense ou polícia de terceiro mundo, com crianças terroristas que poderiam ser palestinas, brasileiras ou irlandesas. É também uma tentativa de fazer a cultura pop voltar a ser crítica, política, militante - e desagradável. Em nove minutos Mia e Romain pulverizam a importância de “Telephone” de Lady Gaga, tornam todo o cinema político do século 21 obsoleto e destratam todo entretenimento cultural como coluna social.
Fonte: Trabalho Sujo
Talvez você não goste da música, ou ache o vídeo desagradável. Mas é inegável que já fez história. No primeiro dia de divulgação (27/04) foi retirado do ar pelo Youtube e recebeu mais de 500 mil acessos no Vimeo. A história do vídeo faz uma alegoria ao preconceito (no caso, os ruivos são o alvo) e revela um pouco da história da cantora cingalesa, que cresceu em meio a hostilidade racial e política.
Cleycianne sem filtro
Capa do caderno Ela de "O Globo"para ler a reportagem, clique na figura
fonte: twitpic da @samara7days
As duas caixas
Coisa parecida acontece comigo. Alguém me mostra um texto e diz que fui eu quem o escreveu. Leio-o, mas não o reconheço. É como se tivesse sido escrito por uma outra pessoa. Mas, à medida em que vou lendo, vou ficando alegre. É um texto bom, melhor do que eu! Faço então as mesmas perguntas que fazia Fernando Pessoa ao ler o texto que acabara de escrever.
Sinto, então, vontade de publicar aquele texto de novo. Se ele surpreendeu a mim, é de se esperar que o mesmo aconteça com os leitores. E por que não?
Sei que Freud achava que a compulsão à repetição é um sintoma neurótico. Mas essa não é toda a verdade. Digo que o desejo da repetição pode ser a reação da alma diante da beleza. Quero ouvir de novo a "Valsinha", quero ver de novo as telas de Carl Larsson, quero comer de novo um frango com quiabo mineiro, quero ver de novo os ipês floridos...
Eu gostaria de publicar inteiros dois artigos que escrevi faz muito tempo. Eu os reli e gostei. Para que meus leitores saibam o que penso da educação. Como não posso publicá-los inteiros, vou publicar o essencial. E foi isso que escrevi:
"Explicações conceituais são difíceis de se aprender e fáceis de se esquecer. Por isso, caminho sempre pelo caminho dos poetas, que é o caminho das imagens. Em vez de explicar por meio de conceitos abstratos, vou mostrar o que digo por meio de imagens. Quem aprender as imagens terá aprendido o essencial da minha filosofia de educação."
"O corpo carrega duas caixas. Na mão direita, mão da destreza e do poder, ele leva uma caixa de ferramentas. E na mão esquerda, mão do coração e do prazer, ele leva uma caixa de brinquedos."
"Os animais não precisam de ferramentas. Seus corpos são as ferramentas de que necessitam para viver. Diferentes dos animais, nossos corpos são fracos e incompetentes. Se fôssemos depender deles para sobreviver, como os animais, há muito teríamos desaparecido da Terra. A fraqueza e a incompetência obrigaram o corpo a pensar e a criar. E foi assim que inventamos porretes, pilões, facas, flechas, redes, barcos, casas, como extensões do corpo."
"A primeira tarefa de cada geração, dos pais e das escolas, é passar aos filhos, como herança, a caixa de ferramentas. Para que eles sobrevivam e não tenham de começar da estaca zero."
"Diante da caixa de ferramentas, a primeira pergunta que um professor tem de fazer é: "Isso que estou ensinando é ferramenta para quê? De que forma esse conhecimento aumenta a competência dos meus alunos para viver a sua vida?"
Mas há uma outra caixa, na mão esquerda, a mão do coração e do prazer. Essa caixa está cheia de coisas inúteis que não servem para nada. Lá estão um livro de poemas da Cecília Meireles, a estória de "Alice no País das Maravilhas", um pé de jasmim, um quadro do Monet, uma sonata de Mozart, um banho de cachoeira, um beijo... Coisas inúteis. E, no entanto, elas são parte da vida e nos fazem sorrir. E não é para isso que se educa? Para que saibamos, além de viver, sorrir e ter prazer?
Resumo da minha filosofia de educação:
Primeiro, aprender ferramentas, para ter poder.
Segundo: aprender os brinquedos, para ter prazer...
Rubem Alves, na Folha de S.Paulo.
27.4.10
O evangelho segundo Lula
Sentindo-se solitário e triste na escuridão do final dos tempos, disse Lula: “Fiat Dilma!” E Dilma se fez. E Lula viu que estava razoável, contratou um instituto de beleza e outro de opinião, e viu que com ele ninguém podia, e resolveu separar os bons dos maus e a luz das trevas, para uma nova batalha celeste. E acalmou seu rebanho indócil e arregimentou profetas de outras colônias para sua nova missão; chamou os anjos mensaleiros, convocou os santos antigos e ungiu velhos inimigos convertendo-os à Guerra Santa pelo báculo Lulista. “Vai ser fá cil!”, bradou ele na Assembleia do Purgatório, e os anjos abraçados fizeram “Hurra! Hurra! Hurra!” E Lula viu que isso era muito bom e foi descansar.E no segundo dia Lula resolveu desenterrar o Príncipe das Trevas, o satânico FHC, e viu que isso era bom; e lançou contra ele a Voz do Senhor, e separou as águas puras das impuras, o Bem do Mal, o Fim e o Início dos Tempos, e decidiu que o inimigo era FHC, e não o Can didato; e viu também que o Candidato não saía da moita, e augurou tempestades nas hostes dos inimigos, aflitos de indecisão, e viu também que isso era muito bom, e foi descansar.
No Terceiro Dia, o Senhor Lu la viajou pelos quatro cantos da Terra para levar sua palavra e re fazer o mundo; e ganhou muitos adeptos, santinhos autografados e fotografias na primeira página, e ele viu que isso, sim, era muito bom; e resolveu comprar avião de guerra, mas sem dizer, dizendo, de quem compraria; e ele viu que isso era bom, e tocou o barco pelos oceanos até que a água baixasse; e mandou uma pomba de paz com uma camisa da Seleção para o Irã, que soltou mísseis em regozijo, e um grande abraço para Cuba, que não soltou ninguém, porque os passos do Se nhor Lula são inescrutáveis e os fiéis abrem caminho, e isso, ele viu, é muito bom.
No Quinto Dia, decidiu Lula tirar o Profeta Ciro do caminho, e com retórica divina convenceu a seita de Ciro a colocá-lo para escanteio; e o Conselho do Lim bo deliberou pela Palavra do Senhor, e Ciro foi despojado de sua mitra e seu microfone, e condenado a passar 40 dias e 40 noites no deserto, e Lula viu que isso era ótimo; e encerrando a Obra em cinco dias, mandou Dilma fazer milagres e andar sobre as águas, abriu uma cervejinha e foi descansar, à espera do Dia do Juízo Final.
Cristóvão Tezza, na Gazeta do Povo.







































