28.7.08

Max responde (23)

Trabalho em um órgão público e vou me aposentar daqui a três anos. Estou inseguro, porque não quero ficar parado, mas não sei o que fazer. Tenho receio de me sentir imprestável na vida pós-aposentadoria. – J.M.

Eu sugiro que você comece já, prestando serviço a uma ONG. Sua experiência e seus contatos poderão ser muito úteis a ela, e esse aprendizado prático talvez lhe permita constituir sua própria ONG daqui a três anos. Outra sugestão é que você faça aquele curso que você gostaria de ter feito, mas não fez porque ele teria pouco impacto em sua carreira. Filosofia, por exemplo, já que todos somos meio filósofos por natureza. O ambiente acadêmico lhe abriria novas perspectivas, incluindo uma possível docência. De resto, você está absolutamente certo: a aposentadoria não é o fim, é um recomeço.

Não posso pagar um bom advogado... – Wilson

Existem opções gratuitas, Wilson. A primeira são os sindicatos, que por lei devem prestar assistência jurídica a seus associados. Como você é de São Paulo, uma alternativa é o Departamento Jurídico XI de Agosto, órgão ligado à Faculdade de Direito da USP. Fica na Praça João Mendes, 62, 17o andar. Para leitores de outras cidades, imagino que faculdades renomadas de Direito ofereçam serviços semelhantes. Vale a pena pesquisar.

Quando eu tinha 18 anos, fiz um teste vocacional, e a conclusão foi que eu deveria estudar Psicologia. Confesso que estranhei, porque sempre gostei de Artes, principalmente Design. Mas minha família me pressionou e eu me formei psicóloga. Hoje, aos 32 anos, sei que foi a escolha errada. Dá tempo para eu mudar de rumo? – Luciane

Sempre dá, Luciane. Mas tudo depende de sua situação econômica. Se você tem um rendimento decente como psicóloga, não abandone o que você já conseguiu para perseguir um sonho, a não ser que você esteja disposta a baixar seu padrão de vida. Matricule-se num curso de Design, faça contatos, comece a prestar serviços como freelance e só depois decida se mudar de rumo lhe será mesmo conveniente. Depois de ter essa experiência prática, talvez você descubra que o teste vocacional estava certo, e que Artes poderá vir a ser um belo hobby para você, mas não uma profissão.

Planejamento de carreira funciona? – Héber

Para pessoas metódicas e disciplinadas, funciona muito bem. Essas pessoas se colocam objetivos específicos de carreira para daqui a três, cinco e dez anos e listam o que precisam fazer para atingi-los. A cada seis meses, esse plano é cuidadosamente reavaliado. Mas eu lhe diria que isso funciona melhor nos países nórdicos do que por aqui. De modo geral, o profissional brasileiro é emocional, reativo e imediatista, três fatores que furam qualquer planejamento de longo prazo. O que a maioria de nós tem é uma noção da direção a seguir, algo aceitável para um país em que as coisas mudam com muito mais freqüência que nas nações já estabilizadas.

Estou me formando em Relações Públicas e tenho dúvidas... – Mara

Deve tê-las, Mara. Há seis meses, fiz um comentário não muito alvissareiro na rádio CBN sobre o mercado de RP. Em troca, foi-me enviado pela seção paulista da associação um ótimo material com brochuras, o texto da lei que regula a profissão e um release sobre a importância do profissional de RP. Respondi agradecendo e fiz duas perguntas: (1) quantos profissionais de RP se formam por ano no Brasil?; (2) qual é o número de profissionais empregados no setor? Ainda não recebi as respostas, mas terei prazer em divulgá-las quando (e se) recebê-las.

Max Gehringer, na revista Época.

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Um comentário:

Anônimo disse...

demaaaaaaaais.

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