"Tradição é ilusão de permanência" (Woody Allen).
Contabilizados todos os dados referentes a 2007, e por diferentes institutos e instituições que monitoram o comércio virtual, as constatações confirmaram e superaram todas as expectativas. O crescimento permanece acelerado, e a classe C está "invadindo a e-praia das A e B".
Começando pelos números – ebit, Ibope, Cetelem, TGI, Iab Brasil e Valor – em 2001 era 1,1 milhão de e-consumidores em nosso País. Em 2002 esse número saltou para 2 milhões e, na seqüência, foi evoluindo para 2,6/3,4/4,8/7,0/batendo nos 9,5 milhões de 2007. E se nos primeiros anos a presença da classe C era meramente simbólica, com o prevalecimento quase que absoluto das classes A e B, em 2007 a classe C – renda familiar entre R$ 1 e 3 mil mensais – já respondeu por 35% de tudo o que foi movimentado na rede.
Considerando-se os produtos que são comprados com maior regularidade na internet, pode se afirmar que a diferença no valor dos tíquetes das classes de maior poder aquisitivo e da C não obedece à mesma proporção de seus rendimentos respectivos. A classe C se aproxima muito rapidamente do valor dos tíquetes das compras das classes A e B.
Em todas as três classes que praticamente respondem por mais de 90% das compras realizadas pela internet, o grande produto é, surpresa..., o livro. Isso mesmo, até agora, e ao invés de afastar as pessoas dos livros, o mínimo que se pode dizer é que a internet está colocando o livro mais próximo das pessoas. 12% das compras da classe C e 17% da A e B. Depois e nos dois grupos, vêm, e na mesma ordem, produtos de informática e perfumes e cosméticos. CDs e DVDs que pontuaram no início agora vêm declinando de forma suave, mas permanente.
Isso posto, e olhando dois ou três anos na frente, considerando-se a densidade das classes A, B e C, é mais do que óbvio que a C dominará as compras na www, muito especialmente pela queda significativa no preço dos equipamentos e nas assinaturas de conexão em banda larga. E isso torna inevitável e inadiável a adesão plena, geral e irrestrita das principais organizações de varejo ao comércio pela rede. Nenhuma das principais organizações comenta sobre seus planos, mas todas, sem exceção, estão com seus portais na rampa de decolagem.
Casas Bahia disfarça e diz que apenas está considerando, Carrefour afirma que não pretende abrir uma loja virtual e Wal-Mart promete seu comércio eletrônico ainda para este ano de 2008. E quando o Wal-Mart colocar seu time em campo, ninguém, ninguém mesmo, vai esperar mais para ver o que acontece.
Nesse sentido, e pagando todos os preços do pioneirismo, o Pão de Açúcar, que naufragou com seu Amélia, mas, resiliente, não desistiu e deu a volta por cima com seu paodeacucar.com.br, contabiliza todas as vantagens de ser o "first mover", de ter saído na frente: "Mais vale ser o primeiro do que ser o melhor", conforme nos ensinaram Al Ries e Jack Trout, quando ainda escreviam livros juntos. E isso faz e fará uma tremenda diferença.
Francisco A. Madia, no Propaganda & Marketing.
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