7.9.08

Eu não sou cristão

Quando declaro que não sou cristão, quem ouve automaticamente tira de mim toda bondade e fé estereotipadas de um homem que tem religião. E se digo sim, sou cristão o olhar que atraio é um olhar carregado da confiança trazida por anos de ‘confiança imposta’ na história da humanidade.

E se me declarar pertencente ao cristianismo, sendo cristão será que realmente isto me torna verdadeiramente uma pessoa inserida na graça de Cristo?

Mas carregar o rótulo “cristão” é um problema. Quando eu digo "EU não sou cristão" eu também digo “Olá eu sou o Marco" tenho uma identidade que está acima de qualquer religião e isso é autêntico.

E com isso pretendo te deixar além de um ponto de interrogação, um convite ao convívio e conhecimento da minha pessoa e revelação dos meus intentos gerados por minha consciência individual.

Cristão é um título que me dão e realmente eu não gosto de usá-lo como carta de referência, slogan, marketing de uma religião ou promessa de que sou realmente uma pessoa boa.

O cristianismo é feito e constituído por pessoas e nisso ele é falível, como religião, e em outros segmentos como doutrina. Falibilidade esta comprovada pela história das pessoas que constituíam o cristianismo e falibilidade esta comprovada hoje por nossos próprios defeitos e tendências que temos como cristãos hoje. E isso é extremamente natural.

O Cristo é infalível, não duvido disso, mas o cristianismo que não é o próprio Cristo e sim a prática interpretativa das pessoas referente aos ensinamentos Dele, (que se observar em muitos momentos foge aos mandamentos Dele) é completamente passível de erros.

O cristianismo hoje em um contexto generalizado, não segue a Cristo! E não quero estar inserido neste contexto generalizado e falido. Toda definição do que eu sou ou do que você é de onde vem?Se eu me declarar cristão eu sou alguém melhor?

E se eu declarar que sou nada, realmente nada que se enquadre a estes contextos e grupos, eu realmente não terei nenhuma identidade? Ser eu o Marco já não basta?!

Eu tenho mesmo que ser conhecido pelo grupo que estou inserido? Mesmo que este grupo não diga tudo o que sou?

Eu creio que acima do cristianismo com sua liturgia, dogmas e regras básicas de comportamento existe um ser único que se apresenta verdadeiramente a um Deus pessoal que sabe olhar o indivíduo e não somente o grupo. Ou será que este Deus é tão injusto assim que basta a pessoa ter o status quo de cristão para ser alguém verdadeiro?

Quando se fala em consciência pessoal muita gente torce o nariz por que já está condicionada a viver aquilo que aprendeu e que repetidamente toma como ação sem ao menos ter conhecimento das próprias motivações e de seus “porquês”.

Age de forma politicamente correta, mas o politicamente correto é falso, fraco e não tem certeza por si mesmo dos seus atos. Ou seja, está pessoa vive se anulando para viver o que outros dizem ser certo e por ai não há espírito e muito menos verdade.Mas quantos já não lhe disseram "Ora o cristão deve agir assim ou assado"?

Ora, se existe um andar no espírito existe então uma consciência espiritual e se existe tal consciência em uma pessoa por que outra pessoa que se diz “cristã há mais tempo” tem que dizer o que devemos fazer?

E se adotarmos o que nos foi dito como verdade logo dirá a outros, o que é verdade usando o título de cristão. Então a consciência pessoal será nula e o que existirá é somente uma tradição oral que será ditada pelo senso comum.

Paulo antes de se apontado como cristão foi Paulo, Madre Tereza antes de ser apontada cristã foi Tereza e estes são dois exemplos de pessoas que foram conhecidas por seus nomes por serem autênticas.

O autêntico é maior, é verdadeiro. Ser você mesmo antes de ser o que o título apresenta é se apresentar de forma única e marcar história no mundo.

Não quero receber os tapinhas nas costas daqueles que me tomam como irmão pelo título, mas não sabem nem o que realmente aspiro para comigo e com as outras pessoas e o mundo.

E o que há de verdadeiro nisso? O que há de verdade em ser empurrado pela maré? Por isso repito prefiro ser o que EU SOU.

Marco Finito, no blog Lion of Zion.

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