2.9.08

A hora do SPAM(to)

Quem reclama da quantidade de spams na caixa de mensagens talvez precise repensar os próprios hábitos. Pesquisa feita pela Marshal, que vende programas para segurança na internet, revelou que cerca de 30% dos usuários compram os produtos oferecidos nas mensagens de spam.

A amostragem abrangeu 622 internautas e 136 disseram ter comprado itens vistos nos e-mails. Os mais populares eram pílulas para a melhora da performance sexual, produtos de conteúdo adulto, programas legais ou piratas e itens de luxo, como relógios, jóias e roupas.

Uma pesquisa anterior, feita em 2004 pela Forrester Research, detectou que 20% pediam produtos oferecidos pelo spam. É uma alta de 10 pontos porcentuais em quatro anos e parece demonstrar uma certa ingenuidade no usuário comum. “Muitos se perguntam a origem de tanto spam. A resposta é simples: um número suficiente de pessoas faz compras, a ponto de o negócio se tornar vantajoso para os que controlam a emissão dessas mensagens”, disse o vice-presidente da Marshal, Bradley Anstis, ao site inglês Channel Web.

Segundo os cálculos do executivo, 150 bilhões de mensagens de spam circulam todos os dias e constituem 85% de todo o volume de e-mails. Esse lixo internético sobrecarrega os servidores, consome a banda de transmissão, os recursos, o tempo e a paciência de quem os abre.

É, ainda, um negócio relativamente barato. Computadores infectados por vírus são tomados como emissores de spam, controlados remotamente, e fazem parte de redes de emissão chamadas botnets. Um spammer pode cobrar cerca de 10 reais para cada milhão de mensagens enviadas e confia na conveniência e no anonimato propiciados pela internet. “Os usuários que querem comprar produtos ilegais ou restritos usam essas mensagens. É um mercado negro e o spam se tornou o método convencional de vender produtos a uma audiência de milhões”, explicou Anstis.

Além dos vírus que transformam um computador em uma pequena estação transmissora de spams, outros roubam informações sigilosas do usuário, como senhas para jogos on-line. Foi esse o tipo de vírus que infectou os computadores da Estação Espacial Internacional em julho, de acordo com a Nasa, e não é a primeira infecção conhecida pela agência.

A ação afetou alguns laptops da estação, utilizados pelos astronautas para checar e-mails ou conduzir experimentos mais simples. O mistério a ser investigado agora pela Nasa é o caminho do vírus até os laptops. A estação espacial não possui uma conexão permanente à internet. Os dados são enviados por uma conexão via satélite, usada somente para transmitir e-mails, dados e alguns vídeos. Todo o tráfego é monitorado. Supõe-se, portanto, que o vírus se espalhou pela rede interna ou por pen drives, e que possa ter chegado a bordo instalado em um laptop da estação, normalmente comprado nos Estados Unidos ou na Rússia.

Uma porta-voz da Nasa, Kelly Humphries, diz não saber se os laptops também se conectam à rede de computadores que mantém os sistemas críticos para a operação da estação espacial. Estranho escancarar a porta dessa forma.

fonte: CartaCapital

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