8.9.08

Max responde (28)

Fiz um planejamento de carreira e pretendo manter meu foco. Porém, as oportunidades que têm surgido são todas em outras áreas. – M.

O curto prazo e o longo prazo sempre tiveram dificuldades para manter um diálogo consistente. Enquanto o ponderado longo prazo pega o mapa para estudar o melhor caminho, o afoito curto prazo quer mais é botar o pé na estrada. Por isso, eles normalmente convocam o médio prazo, que é mais equilibrado, para desempatar a discussão. E ele recomendaria que você aceitasse uma boa oportunidade no curto prazo, mas numa empresa que poderá lhe proporcionar uma transferência interna para a área que você deseja. Assim, você estará seguindo a direção certa para o longo prazo, mas partindo de uma via secundária.

Com receio de não passar nem pela peneira inicial de um processo seletivo, declarei uma pretensão salarial abaixo do que eu queria e precisava. Fui admitida pelo que pedi, e agora estou desconsolada. Como devo agir? – L.J.

Primeira hipótese. Você ganha a mesma coisa que seus colegas de trabalho. Nesse caso, o que você pediu, embora não fosse o que você desejava, era seu real valor de mercado. A solução é esquecer o desconsolo e mostrar resultados que lhe permitam conseguir uma promoção ou um reajuste. Segunda hipótese. Aproveitando que você chutou baixo, a empresa a admitiu em uma função aquém de sua qualificação. A solução é procurar outro emprego, com calma. Mas você não deve usar, nem na empresa, nem em futuras entrevistas, o argumento de que errou na pretensão salarial.

Há cinco anos, trabalhei com um gerente. Pedi demissão porque, em termos morais, ele era a baixaria em pessoa. Agora, esse mesmo gerente é finalista em um processo na empresa em que estou trabalhando. Não na minha área, felizmente. Mesmo assim, fico preocupada, porque ele pode envenenar o ambiente. O que faço? – S.T.

Nada. Sendo finalista, ele já passou por algumas entrevistas, e foi bem avaliado pelos especialistas de sua empresa. Então, ou ele mudou ou sabe fingir muito bem. Em ambas as situações, se você levantar a lebre sem evidências concretas, poderá gerar a desconfiança de que você é que tinha um problema com ele. Se alguém da empresa consultá-la, sem dúvida você deve expressar sua opinião. Mas fazer isso voluntariamente iria lhe trazer mais transtornos que benefícios.

Por que empresas não adotam os mesmos métodos dos concursos públicos, que selecionam os melhores por meio de conhecimentos? – C.A.C.

Porque elas querem avaliar também o ser humano. Pela lógica corporativa, “os melhores” em testes de conhecimento não serão necessariamente os melhores colegas ou os melhores gestores. Uma pessoa que foi despedida cinco vezes pode passar num concurso público. Mas não passaria pelo crivo de uma empresa.

Minha empresa proíbe relacionamentos amorosos entre funcionários... – Ramón

Excetuando-se os casos de amor à primeira vista, a química amorosa é influenciada pela convivência. E em nenhum lugar se convive tanto com possíveis pares como no ambiente de trabalho. Portanto, a proibição da empresa é válida para evitar manifestações públicas e ostensivas de carinho, mas é inútil para evitar que duas pessoas se apaixonem.

Por que as pessoas que fazem perguntas não são identificadas? – Mauro Barros

Elas é que solicitam, talvez por temer represálias. Só coloco o nome de quem autoriza expressamente, como no seu caso e no do Ramón da resposta anterior, que se confessa apaixonado pela N.M., e faz questão que o mundo inteiro saiba. Mas a N.M., como dá para deduzir, acha mais prudente manter o emprego.

Max Gehringer, na revista Época.

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