Abandonei uma carreira de 12 anos, juntei minha poupança e abri um negócio próprio. Como sou mais técnico do que vendedor, fiz sociedade com um amigo, que ficou encarregado de conseguir clientes. Só que, passados quatro meses, ele não conseguiu nenhum. Estou me matando sozinho, enquanto meu amigo passa o dia falando ao telefone, acessando a internet e repetindo que “as coisas estão difíceis”. – W.T.
Converse com seu contador e peça para ele preparar um demonstrativo dos custos e direitos, seus e de seu sócio, para desfazer a sociedade. Se seu sócio entrou com um capital equivalente ao seu, menos mau. Cada um sai com o que investiu. Se ele entrou apenas com a boa vontade, na pior das hipóteses você perderá metade de sua poupança. Isso é ruim, mas ainda é melhor que carregar um sócio inoperante, que poderá lhe custar a poupança inteira. Para nossos leitores que pensam em abrir um negócio próprio, uma dica: em se tratando de sociedades, a palavra “amigo” costuma ser perigosa.
Estou indignado, porque mando currículos para empresas e não recebo respostas... – H.I.M.
Eu diria que 20% das empresas, se tanto, lêem os currículos que recebem. Se o seu foi lido, o motivo mais lógico para a falta de resposta é também o mais doloroso. Seu currículo não interessou. E a causa mais provável é que você esteja se candidatando a funções que exigem mais experiência ou escolaridade do que você possui. Ou, então, você está mirando em algum setor saturado, em que as contratações são majoritariamente feitas por meio de indicações. Portanto, ou baixe suas exigências, ou procure conhecer pessoas que possam indicá-lo. Indignação, eu lamento dizer, não gera oportunidades de emprego.
Estou satisfeita com meu trabalho. Mas, por referência de um amigo, fui convidada a participar de um processo seletivo em outra empresa. Fui sem muita expectativa, e agora estou entre os três finalistas. Aí vem o problema. Já ouvi várias pessoas dizendo que lá a pressão é enorme e que não há nenhuma consideração para com o ser humano. Porém, o salário é maior do que eu ganho aqui. O que faço? – L.M.A.
Na verdade, você já decidiu, ao colocar a pressão e o tratamento despersonalizado como fatores negativos. Para muita gente, isso tem menos importância que um bom salário, e esse deve ser o caso dos outros dois finalistas. Acontece que empresas fortemente focadas em resultados não mentem em processos seletivos, porque não faz sentido para elas contratar alguém que poderá entrar em parafuso. Por isso, eu acredito que lhe tenha sido perguntado se você suportaria a pressão. E você respondeu que sim, induzindo o entrevistador a uma conclusão errada. Minha sugestão: fique onde você está. Se você já entrar desconfiada na nova empresa, vai interpretar qualquer suspiro do futuro chefe como assédio moral.
Curso de Ensino a Distância é bom? – C.J.
É bom se você deseja se aperfeiçoar no que já faz, ou aprender coisas novas, porque poderá fazer isso sem perder tempo de deslocamento, e no aconchego de seu lar. Porém, se você está pensando somente em seu currículo, um curso superior presencial ainda agrada muito mais aos recrutadores de empresas do que o EAD.
Tudo o que eu faço, meu chefe diz que foi idéia dele quando dá certo. E me atribui a culpa se algo sai errado. Isso é justo? – F.G.
Não, não é justo. Só não entendi bem se você quer apenas receber os méritos pelos acertos, ou também a compreensão e o perdão pelos erros, como forma de compensação. Se for o primeiro caso, você certamente encontrará chefes melhores na vida. Se for o segundo caso, você terá problemas com chefes mais justos que o atual, porque eles não perdoam erros.
Max Gehringer, na revista Época.
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15.9.08
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