Não se importam os exegetas em exporem as disparidades interpretativas da Bíblia, mas concluem que há, sob algum ponto obscuro da teologia sistemática, devida formalização da leitura bíblica, o antídoto indescoberto perante a subjetivação da espiritualidade cristã. De fato, ocorre que as tentativas para a aproximação objetiva da exegese e a sistematização da leitura religiosa é o passo sutil pelas veredas da aniquilação filosófica, cujos conceitos somente se respaldam pelas teses inéditas.
O estudo filosófico religioso se transfigura, portanto, na famigerada filosofia sacra, não sectária - termo que não assumidamente almeja o relativismo teológico dentro da sistemática teológica conservadora: fazem a filosofia que segura as rédeas de novos pensamentos. Porém a insistência em equiparar tamanho equívoco do conhecimento à filosofia e sua mutabilidade dá-me o parecer de que toda sua estrutura ascética está voltada minimamente ao conservadorismo das palavras antes proferidas, argumentos que hoje sumamente moldam as estruturas eclesiásticas.
Quando exercida em seu livre ensejo, a filosofia é destruição e escombros se o pensamento ortodoxo não a observa atentamente; a produção filosófica nos salões da espiritualidade é o convite inefável ao subjetivo.
A separação filosófica religiosa - a ascese do conhecimento místico - somente se ampara no equívoco da secularização do pensamento como um pressuposto de envenenamento dos alicerces ortodoxos: uma preocupação deveras interessante, se a Verdade se demonstrou em brilho e clareza ímpares, como afirmam os preletores da limitação filosófica. Bradam-se conceitos classificatórios: o subjetivo se perfaz errôneo, e a obviedade objetiva teológica se faz Verdade.
Perguntaram-me os motivos inerentes aos textos selecionados de Nietzsche. Pressuponho de suas palavras a representação máxima dos olhos filosóficos aos conceitos fundamentais da teologia, e com letras concretiza certa visão sectária, antieclesiástica, não especulativa, mas que desvenda belamente questões simplórias do pensamento religioso - o ascético pensamento teológico.
Filipe Liepkan, no blog O Templo Felpo.
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21.9.08
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