Depois de uma semana de ceticismo e total falta da esperança na série sobre evangelismo, vou falar neste único post, sobre a simplicidade do ato de evangelizar.
Se fosse sintetizar tudo o que eu tenho a dizer a conclusão seria: Eu acredito em evangelismo contextualizado.
Evangelismo contextualizado é aquele que se adapta à situação/condição daquele momento, e isso significa diferenciar-se da corrente contemporânea de “estratégias”.
Se nos tempos da igreja primitiva funcionou que se gritasse a palavra nas praças, isso só deu certo porque o contexto da situação permitiu. Gritar a uma multidão de pessoas, em uma época onde mal se tem permissão para se falar baixo em sua casa, é contextualizar a mensagem saindo da estratégia comum. Nos dias de hoje gritar a uns milhares de ouvidos é fazer o apelo que a publicidade faz, que a TV faz e que todos os veículos focados na persuasão fazem com maestria.
Publiquei uma lista para coisas sem qualquer eficácia, então é justo que exista uma lista para coisas que funcionem. Vamos a ela:
Missões: o evangelismo missionário não é novidade, a sua proposta é que nunca fica velha. A mensagem é levada, ao pobre, ao índio, ao rico, ao universitário, ao analfabeto, de acordo com a liguagem que são capazes de entender. Missões leva ao extremo a contextualização das boas novas.
Relacionamentos: se isso é evangelismo? Estou certo que é. Diferente do que se divulga em igrejas do G12, essa relação entre pessoas é cultivar relacionamentos sem intenções evangelísticas. É amar o próximo, se preocupar com ele, perguntar se ele precisa de algo… É um estilo de boa vizinhança que leva o reino de Deus que está em sua vida para fazer do viver de outras pessoas algo melhor. Sou franco em afirmar que pode não ser o objetivo converter pessoas ao cristianismo, mas se a sua relação com alguém cria pessoas melhores, faz do homem um marido mais interessado, do adolescente um filho mais compreensivo , fique certo que você trouxe parte do reino para o viver na Terra. Não disse que seria fácil.
Justiça social: outra vez o evangelismo que traz o reino como ferramenta para a melhoria da vida de outras pessoas. Alguns podem afirmar que isso não é evangelizar. Talvez não é de forma explícita, mas como diz Derek Webb em uma de suas melhores músicas: eu abandonaria a espada (Bíblia) se ela não fizesse o bem. Se a minha mensagem não serve para mudar vidas, não devo continuar pregando. Já perceberam como cada milagre que Jesus fez na Bíblia visava sempre trazer dignidade às pessoas? Até mesmo os ricos carecem disso! Os pobres ainda mais.
Igreja: se igreja for o relacionamento de pessoas que são o corpo de Cristo, com certeza ela é o maior instrumento de evangelismo dos nossos dias. Na igreja há círculos sociais que incluem. A fé individualizada é difícil, diria que impossível.
Na minha lista falo de coisas que tratam as pessoas de forma particular e que, ao mesmo tempo, as incluem em grupos que compartilham de uma mesma fé e estilo de vida.
Evangelismo que trata as pessoas como grupo, estátística, usando técnicas de persuasão, está falido e fora de contexto. Contextualizar é se aproximar, compreender situações, falar no mesmo nível de linguagem, amar sem segundas intenções.
Thiago Bomfim, na Livraria do Thiago.
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Um comentário:
É por isso que Jesus disse-nos que temos que ser "o sal da terra". Guardadas as devidas proporções quanto ao seu uso, o sal não aparece em meio ao alimento pronto, mas sentimos a sua influencia no sabor. Acho que contextualizar a mensagem do evangelho nos moldes como você, Tiago, descreve seja uma tarefa difícil na atual situação da igreja por conta da visão distorcida de vida cristã que correntes teológicas, como a famigerada teologia da prosperidade, passa para as pessoas. Mas, vamos lá. Quem sabe um dia isto aconteça e vejamos a igreja influenciando para bem a sociedade em que vivemos. É isso. Abrss.
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