12.9.08

Quando os crentes davam certo (6)

Os crentes, desde o início, formavam um povo que cantava. Dona Sarah Kalley, esposa do primeiro missionário congregacional, o pastor e médico escocês Robert R. Kalley, além de criar a primeira Escola Bíblica Dominical, em Petrópolis, foi a grande responsável pela primeira compilação de cânticos evangélicos, denominada de "Salmos e Hinos", usado por gerações e matriz de quase todos os cancioneiros protestantes do País.

Muitos hinos, com uma densidade de mensagem em sua letra, foram traduções da época da reforma, do pietismo, dos avivamentos, do movimento missionário, e, muitos foram compostos por autores brasileiros (Hinário Evangélico, Cantor Cristão, Harpa Cristã, e tantos outros). Havia hino para cada tema (fé, amor, arrependimento, conversão, santidade) e para cada ocasião (natal, páscoa, dia da reforma, funerais), o que reforçava a mensagem, adequados aos sermões. Canto de alegria, canto de quebrantamento, canto de apelo evangelístico, de forma congregacional, de corais ou de solos.

Muita gente foi tocada e se converteu pela via da música.

Ainda estão vivos dois dos grandes pioneiros das gravações de hinos, os cantores Feliciano Amaral e Luiz de Carvalho. No rádio, os dois primeiros programas foram "A Voz da Cruz", da Igreja Luterana (IELB) com o Reverendo Rodolfo Hasse, tendo como fundo o hino "Castelo Forte", e "A Voz da Profecia" da Igreja Adventista, com o Pastor Roberto Rabelo e o Quarteto Harmonia, com o hino "Servos de Deus a Trombeta Tocai: Jesus em Breve Virá".

O piano, o órgão e o violino foram os primeiros instrumentos.

Cada crente tinha seu(s) hino(s) favorito(s). As pessoas ficavam impressionadas com hinos cantados em funerais.

Como um povo que cantava sempre, com muita convicção, com harmonia melódica, e com letras com conteúdo (que você entendia quando cantada), os crentes tinham que dar certo...

Robinson Cavalcanti, bispo anglicano.

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4 comentários:

Julio disse...

É muito fácil e simples pegar nesses hinários e numerar dezenas de hinos sem qualquer fundamento teológico ou bíblico per se. Todos os hinos referindo a “segunda vinda de Jesus”, por exemplo, estão saturados de poesia demasiado infantil e irreal. Há quarenta anos atrás já se cantava “O Senhor vem breve! Aleluia!” Uma mentira poética.

Julio disse...

Considero Luiz de Carvalho um cantor medíocre. Ouvi centenas dos seus hinos quando trabalhava em programação evangélica para a RTM Suazilândia e FEBA Seychelles; considero os seus discos apenas COMÉRCIO e abuso do hinário.

Anônimo disse...

Pava, explica porque você insiste tanto em falar desses "anos dourados".

Nesse tempo "quando os crentes davam certo":

1. O Mackenzie abrigou o Comando de Caça aos Comunistas para assassinar os alunos da Escola de Sociologia do outro lado da calçada.

2. A Convenção Batista expulsou o Enéas Tognini porque era da "Renovação Pentecostal".

3. A TV Rio passou para as mãos do Nilson Fanini numa negociata, ainda hoje não explicada, com João Batista Figueiredo.

4. O rev. James Wright denunciou que várias denominações brasileiras entregaram "pastores subversivos" à ditadura.

Acho ridículo ficar idealizando o passado dessa forma.

Lucinda Almeida.

Pavarini disse...

São taaantos motivos, Lucinda! =]

Só o fato de vc rememorar o "Lado B" c/ tanta propriedade já me estimulou a postar as próximas edições da série.

Como diz a musiquinha do Silvio Santos, Robinson Cavalcanti "é coisa nossa". No caso, habitual colaborador deste sítio. =]

Big abraço

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