14.12.08

Justiça divina

A lei de Deus me parece bastante simples na boca de Jesus. Tudo não passa de fazer com o outro aquilo que você quer que seja feito consigo mesmo. (cf. Mt 7,12) Tal ideal fortalece o princípio de justiça para todas as pessoas como responsabilidade de cada um de nós e, por conseguinte, quebra a noção de que o único caminho possivelmente justo no planeta é o toma-lá-dá-cá, ou o velho olho-por-olho-dente-por-dente.

De quebra, ainda ficamos com um embaraço: tudo o que quero é o meu bem, mas será que quero o bem do outro? Na verdade, esta pergunta ainda não se faz entendida. Gostaríamos de ficar sem roupa para vestir ou sem alimento para comer? Gostaríamos que as pessoas nos passassem a perna? Gostaríamos que fossem injustos para conosco?

Neste exato momento, ouço os seguintes versos cantados:

Heal the world (Cure o mundo)
Make it a better place (Faça dele um lugar melhor)
For you and for me (Para mim e para você)
And the entire human race. (E para toda a humanidade.)
There are people dying. (Há pessoas morrendo.)
If you care enough for the living (Se você liga pra quem está vivo)
Make it a better place (Faça do mundo um lugar melhor)
For you and for me. (Para você e para mim.)

Quando ouço as pessoas dizerem na igreja que Jesus morreu, é quase que instintivo reagir assim: “Mas ele ressuscitou.” Ressuscitou e ressuscita. Olha ele aí falando pela boca do Michael Jackson!
Felipe Fanuel

Leia +

impossível não lembrar as palavras de jonathan sacks: "a vida é o chamado de deus à responsabilidade". aliás, o título da obra singular do rabino já revela a missão (para curar um mundo fraturado). encontrar vislumbres numa canção do michael jackson mostra que o problema não está na falta de conteúdo à nossa volta; que a miopia não anule nossa sensibilidade, emaciando o brilho da vida.

Um comentário:

Felipe Fanuel disse...

Pava,

Obrigado pelo comentário em verde... Um amigo disse hoje lá no blog que Jesus também fala pela dança do Michael Jackson. Bendita seja a cultura cuja substância sempre é divina. E que nós não a profanemos.

Aquele abraço.

Blog Widget by LinkWithin