Estou insatisfeito com o rumo de minha vida profissional. Vale a pena arriscar uma mudança radical? Mudar de área, fazer outro curso ou mesmo me tornar autônomo?
Essa mosquinha da mudança costuma picar profissionais ali por volta dos 40 anos. É nessa idade que os questionamentos sobre a carreira ficam mais fortes, porque o que deveria ter acontecido não aconteceu, e a impressão é que só uma virada radical colocaria as coisas nos eixos. Empregados consideram abrir um negócio próprio e microempresários querem retornar ao mercado de trabalho. Professores pensam em ser executivos, e executivos em se tornar professores. Mudanças radicais podem funcionar, desde que quatro critérios sejam observados.
Primeiro: mude por uma oportunidade, não por uma desilusão. Não mude porque você não gosta de seu chefe ou de sua empresa.
Segundo: não mude só porque você conhece alguém que se deu bem fazendo algo que você acha que também poderia fazer.
Terceiro: não mude sem entender bem as exigências da nova carreira. Ter vontade é bom e ser otimista também, mas cada carreira tem suas exigências específicas.
Quarto – e mais importante: não chute o pau da barraca. Não minimize o que você já conseguiu. Pense na mudança como um projeto progressivo. Prepare-se para ela fazendo cursos e – principalmente – estabelecendo contatos com pessoas da área. Sempre é possível recuperar o tempo perdido, mas mudar sem planejamento adequado normalmente resulta em mais perda de tempo.
Vou deixar a empresa após três anos. Gostaria de mandar uma mensagem simpática de despedida, para deixar as portas abertas. O que escrever?
Por que você escreveria uma mensagem dizendo a mesma coisa para “trocentas” pessoas? O efeito seria o mesmo de um spam – aquelas inutilidades que pipocam diariamente em nossos correios eletrônicos e que lemos, apagamos e esquecemos. Ao escrever aos colegas em geral, você estaria dizendo àqueles que realmente apreciam você, como pessoa e como profissional, que você os considera iguais a todos os outros. E o efeito é que você perderá simpatias, ao invés de ganhá-las. Em vez disso, converse pessoalmente com aquela meia dúzia cujo contato vale a pena manter, ou por gratidão, ou porque essas pessoas poderão ser relevantes para seu futuro profissional. Quanto a deixar portas abertas, uma mensagem final não vai ajudar muito. As portas se abrem ou se fecham não pelo que um empregado escreve na despedida, mas pelo que demonstrou durante os anos de convivência.
Aceitei sair de uma multinacional para ser gerente em uma pequena empresa familiar. O problema é que o dono prefere perguntar direto para meus subordinados.
Há muitas vantagens em mudar para uma empresa menor: menos pressão, menos anonimato e não existe aquela concorrência acirrada das multinacionais. Mas também há desvantagens: aprender a conviver com o dono, uma figura ímpar que começou o negócio do nada e conseguiu sucesso. Isso dá a ele, no mínimo, o direito de perguntar o que quiser para quem quiser.
Max Gehringer, na revista Época.
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15.6.09
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