8.12.08

Max responde (39)

Sou autêntica e sempre digo o que penso, mas isso tem causado conflitos com meus colegas. Meu chefe vive repetindo que sou do contra, porque não tenho medo de criticar o que vejo de errado. Quem está certo? Eu ou meu chefe? – W.L.H.

Pessoas autênticas alternam críticas e elogios, dependendo da situação, e esse equilíbrio faz com que suas opiniões sejam ouvidas e respeitadas. Pessoas que se limitam apenas às críticas não são autênticas, são realmente do contra. A solução é simples: você não deve deixar de dizer o que pensa, mas deve pensar mais no que diz.

Minha filha sempre foi ótima nos estudos, mas está pensando em prestar um vestibular muito concorrido. Tenho receio de que ela não seja aprovada e perca o entusiasmo com os estudos. – M.A.F.

Sem dúvida, ela deve tentar o vestibular mais difícil. Se ela não passar, será um aprendizado, e não uma catástrofe irrecuperável. Por outro lado, se sua filha prestar o vestibular mais fácil e passar, ela não terá como avaliar o verdadeiro nível que possui. Em minha opinião, sua filha está certa ao não se contentar com menos, porque esse é o primeiro passo para construir uma carreira de sucesso.

Tenho 19 anos e tenho dúvidas quanto ao melhor curso... – P.T.

Quando há dúvida, sempre é melhor optar por cursos que ampliem o leque de opções na hora de batalhar um emprego, e não cursos que sejam restritivos. Dos vários que você listou, os mais interessantes são Secretariado (função que toda empresa tem e continuará tendo) e Sistemas de Informação (toda empresa precisa e vai precisar cada vez mais). Cursos restritivos são os que limitam o campo de procura por uma vaga (caso de Biblioteconomia, entre os vários que você listou) ou que formam profissionais em áreas já razoavelmente saturadas (caso de Comunicação Social, ainda usando um exemplo de sua lista).

Trabalho em uma empresa pequena, ganho bem e meu trabalho é apreciado. Mas já bati no teto, porque a gestão é familiar e não tenho chance de crescimento (já fui avisada disso). É hora de eu sair? – Y.S.

A hora de sair será aquela em que você conseguir uma proposta que lhe dê salário e ambiente compatíveis com os que você já tem, além das oportunidades que você não terá se ficar. Mas não corra o risco, não só desnecessário, como principalmente pouco sábio, de primeiro pedir a conta e depois procurar outro emprego. Um dos erros profissionais mais comuns é o de trocar o certo por nada.

O presidente de minha empresa disse numa reunião: “Se um funcionário não consegue vender uma idéia para o chefe, deve levá-la ao chefe do chefe, porque o funcionário trabalha para a empresa, e não para o chefe”. É isso mesmo? – P.

Como ninguém chega à presidência de uma empresa por acaso, só posso deduzir que o seu presidente tenha dito o que disse para solucionar um problema específico – o de alguns chefes que ficam engavetando idéias. O que o presidente não disse, e certamente não pensa, é que subordinados devam ser incentivados a passar por cima da autoridade do chefe direto em qualquer situação operacional ou comportamental. Acredito, também, que seu presidente decidiu usar essa frase para dar um último recado aos chefes acomodados, em vez de simplesmente demiti-los.

Max Gehringer, na revista Época.

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