Quando tudo virar pó é possível que o juiz nos pergunte por qual motivo sacrificamos o amor real e nos apegamos, através de uma suposta fé, a um suposto amor que rasgaria o mundo em dois e nos redimiria a todos; é provável que ele nos inquira sobre o mal uso que fizemos da esperança, distorcendo-a até ao ponto de torná-la uma justificativa para nossa negligência.
Por querer encontrar o Reino de Deus em algum lugar depois da estratosfera é que o perderemos irremediavelmente; como alguém que tem os óculos na gola da camisa e procura em um domingo desabitado um oculista que lhe redima.
Quando era carne ele nos lecionou que seu Reino está embrenhando em nosso humano sangue como possibilidade. Vertê-lo é o ministério e a missão, e antes de todos ele foi o ministro e o missionário. Antes de qualquer um ele verteu o sangue e o reino.
O reino vertido salvou a prostituta das pedras, redimiu o publicano de sua consciência. Vertido, o reino encheu as taças e estendeu a festa, banhou o ponto mais baixo e animalesco dos homens.
É possível que ao cabo de tudo, soprando o pó, o juiz chore amargamente.
Alysson Amorim, no blog Amarelo Fosco.
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23.11.08
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