Aê galera,
Mais um sabadão cinza do lado de fora mas coloridão neste espaço, especialmente c/ a colaboração de vários amigos e leitores. Muuuito obrigado aos que participaram desta edição: Ana César, Judith Almeida, Alex Fajardo, Marcos Henrique e Whaner Endo.
Big abraço
18.10.08
Setenta anos, por que não?
Acho essa coisa da idade fascinante: tem a ver com o modo como lidamos com a vida. Se a gente a considera uma ladeira que desce a partir da primeira ruga, ou do começo de barriguinha, então viver é de certa forma uma desgraceira que acaba na morte. Desse ponto de vista, a vida passa a ser uma doença crônica de prognóstico sombrio. Nessa festa sem graça, quem fica animado? Quem não se amargura?
O tempo me intriga, como tantas coisas, desde quando eu tinha uns 5 anos. Quando esta coluna for publicada, mais ou menos por aqueles dias, estarei fazendo 70. Primeiro, há meses, pensei numa grande festa, eu que sou avessa a badalações e gosto de grupos bem pequenos. Mas pensei, bem, 70 vale a pena! Aos poucos fui percebendo que hoje em dia fazer 70 anos é uma banalidade. Vou reunir filhos e pouquíssimos amigos e fazer aquela festona nos 80. Ou 90.
Pois se minhas avós eram damas idosas aos 50, sempre de livro na mão lendo na poltrona junto à janela, com vestidos discretíssimos, pretos de florzinha branca (ou, em horas mais festivas, minúsculas flores ou bolinhas coloridas), hoje aos 70 estamos fazendo projetos, viajando (pode ser simplesmente à cidade vizinha para visitar uma amiga), indo ao teatro e ao cinema, indo a restaurante (pode ser o de quilo, ali na esquina), eventualmente namorando ou casando de novo. Ou dando risada à toa com os netos, e fazendo uma excursão com os filhos. Tudo isso sem esquecer a universidade, ou aprender a ler, ou visitar pela primeira vez uma galeria de arte, ou comer sorvete na calçada batendo papo com alguma nova amiga.
Outro dia minha neta de quase 10 anos me disse: "Você é a pessoa mais divertida que conheço, é a única avó do mundo que sai para comprar mamão e volta com um buldogue". Era verdade. Se sou tão divertida não sei, mas gosto que me vejam não como a chata que se queixa, reclama e cobra, mas como aquela que de verdade vai comprar a fruta de que o marido mais gosta, anda com vontade de ter de novo um cachorro e entra na loja quase ao lado do mercado. Por um acaso singular, pois não são cachorros muito comuns, ali há um filhotinho de buldogue inglês que voltou comigo para casa em lugar da fruta. Foi batizada de Emily e virou mais uma alegria.
E por que não? Por que a passagem do tempo deveria nos tornar mais rígidas, mais chatas, mais queixosas, mais intolerantes, espantalhos dos afetos e da alegria? "Why be normal?", dizia o adesivo que amigos meus mandaram fazer há muitos anos para colocarmos em nossos carros só pela diversão, pois no fundo não queria dizer nada além disso: em nossas vidas atribuladas, cheias de compromissos, trabalho, pouco dinheiro, cada um com seus ônus e bônus, a gente podia cometer essa transgressão tão inocente e engraçada, de ter aquele adesivo no carro.
Não precisamos ser tão incrivelmente sérios, cobrar tanto de nós, dos outros e da vida, críticos o tempo todo, vendo só o lado mais feio do mundo. Das pessoas. Da própria família. Dos amigos. Se formos os eternos acusadores, acabaremos com um gosto amargo na boca: o amargor de nossas próprias palavras e sentimentos. Se não soubermos rir, se tivermos desaprendido como dar uma boa risada, ficaremos com a cara hirta das máscaras das cirurgias exageradas, dos remendos e intervenções para manter ou recuperar a "beleza". A alma tem suas dores, e para se curar necessita de projetos e afetos. Precisa acreditar em alguma coisa.
O projeto pode ser comprar um vaso de flor e botar na janela ou na mesa, para contemplarmos beleza. Pode ser o telefonema para o velho amigo enfermo. Pode ser a reconciliação com o filho que nos magoou, ou com o pai que relegamos, quando não nos podia mais sustentar. O afeto pode incluir uma pequena buldogue chamada Emily, para alegrar ainda mais a casa, as pessoas, sobretudo as crianças, que estão sempre por aqui, o maior presente de uma vida de apenas 70 anos.
Lya Luft, na Veja.
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O tempo me intriga, como tantas coisas, desde quando eu tinha uns 5 anos. Quando esta coluna for publicada, mais ou menos por aqueles dias, estarei fazendo 70. Primeiro, há meses, pensei numa grande festa, eu que sou avessa a badalações e gosto de grupos bem pequenos. Mas pensei, bem, 70 vale a pena! Aos poucos fui percebendo que hoje em dia fazer 70 anos é uma banalidade. Vou reunir filhos e pouquíssimos amigos e fazer aquela festona nos 80. Ou 90.
Pois se minhas avós eram damas idosas aos 50, sempre de livro na mão lendo na poltrona junto à janela, com vestidos discretíssimos, pretos de florzinha branca (ou, em horas mais festivas, minúsculas flores ou bolinhas coloridas), hoje aos 70 estamos fazendo projetos, viajando (pode ser simplesmente à cidade vizinha para visitar uma amiga), indo ao teatro e ao cinema, indo a restaurante (pode ser o de quilo, ali na esquina), eventualmente namorando ou casando de novo. Ou dando risada à toa com os netos, e fazendo uma excursão com os filhos. Tudo isso sem esquecer a universidade, ou aprender a ler, ou visitar pela primeira vez uma galeria de arte, ou comer sorvete na calçada batendo papo com alguma nova amiga.
Outro dia minha neta de quase 10 anos me disse: "Você é a pessoa mais divertida que conheço, é a única avó do mundo que sai para comprar mamão e volta com um buldogue". Era verdade. Se sou tão divertida não sei, mas gosto que me vejam não como a chata que se queixa, reclama e cobra, mas como aquela que de verdade vai comprar a fruta de que o marido mais gosta, anda com vontade de ter de novo um cachorro e entra na loja quase ao lado do mercado. Por um acaso singular, pois não são cachorros muito comuns, ali há um filhotinho de buldogue inglês que voltou comigo para casa em lugar da fruta. Foi batizada de Emily e virou mais uma alegria.
E por que não? Por que a passagem do tempo deveria nos tornar mais rígidas, mais chatas, mais queixosas, mais intolerantes, espantalhos dos afetos e da alegria? "Why be normal?", dizia o adesivo que amigos meus mandaram fazer há muitos anos para colocarmos em nossos carros só pela diversão, pois no fundo não queria dizer nada além disso: em nossas vidas atribuladas, cheias de compromissos, trabalho, pouco dinheiro, cada um com seus ônus e bônus, a gente podia cometer essa transgressão tão inocente e engraçada, de ter aquele adesivo no carro.
Não precisamos ser tão incrivelmente sérios, cobrar tanto de nós, dos outros e da vida, críticos o tempo todo, vendo só o lado mais feio do mundo. Das pessoas. Da própria família. Dos amigos. Se formos os eternos acusadores, acabaremos com um gosto amargo na boca: o amargor de nossas próprias palavras e sentimentos. Se não soubermos rir, se tivermos desaprendido como dar uma boa risada, ficaremos com a cara hirta das máscaras das cirurgias exageradas, dos remendos e intervenções para manter ou recuperar a "beleza". A alma tem suas dores, e para se curar necessita de projetos e afetos. Precisa acreditar em alguma coisa.
O projeto pode ser comprar um vaso de flor e botar na janela ou na mesa, para contemplarmos beleza. Pode ser o telefonema para o velho amigo enfermo. Pode ser a reconciliação com o filho que nos magoou, ou com o pai que relegamos, quando não nos podia mais sustentar. O afeto pode incluir uma pequena buldogue chamada Emily, para alegrar ainda mais a casa, as pessoas, sobretudo as crianças, que estão sempre por aqui, o maior presente de uma vida de apenas 70 anos.
Lya Luft, na Veja.
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O grande amor
Haja o que houver
Há sempre um homem para uma mulher
E há de sempre haver
Para esquecer um falso amor
E uma vontade de morrer
Seja como for
Há de vencer o grande amor
Que há de ser no coração
Como um perdão pra quem chorou
Vinicius de Moraes
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Há sempre um homem para uma mulher
E há de sempre haver
Para esquecer um falso amor
E uma vontade de morrer
Seja como for
Há de vencer o grande amor
Que há de ser no coração
Como um perdão pra quem chorou
Vinicius de Moraes
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O que eu tenho eles costumam chamar de tristeza
Lisa & Eric Benet numa espertíssima releitura de Rainy days and Mondays, dos Carpenters. Duca! =)
Suicídio de Van Gogh
Os corvos eram bandeiras
nos mastros da manhã
Um céu vivo, azul
sem desespero
Já devíamos desconfiar
por não haver um fio de água
e o rio ser uma seara
de trigo
no caudal do vento
Devíamos lembrar Van Gogh
muitas tardes com olhos sozinhos
diante da linha irregular
do céu e da planície rasa.
João Tomaz Parreira, no Cronópios.
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nos mastros da manhã
Um céu vivo, azul
sem desespero
Já devíamos desconfiar
por não haver um fio de água
e o rio ser uma seara
de trigo
no caudal do vento
Devíamos lembrar Van Gogh
muitas tardes com olhos sozinhos
diante da linha irregular
do céu e da planície rasa.
João Tomaz Parreira, no Cronópios.
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Eu ? adesivos
Se o leitor ou a leitora conhecerem um bom psiquiatra, favor entrar em contato -- sofro de um raríssimo distúrbio cognitivo: não entendo adesivos.
Tudo começou com “Deus é fiel”. Li e pensei: como assim? Seria um complô corintiano? Deus não era apenas brasileiro como torcedor do Timão e membro de sua torcida organizada? Fontes ligadas ao parque São Jorge, no entanto, me asseguraram que não: a Gaviões não tinha nada a ver com aquilo. Mas então... Por acaso alguém acha que Deus vai deixar o pessoal na mão? Que na hora agá ele pode resolver barrar as almas caridosas e salvar, sei lá, o Ozzy Osbourn, só de sacanagem?
Se com o problema religioso-desportivo fiquei intrigado, qual não foi minha desorientação ao ver pipocar, em dezenas de carros, a enigmática mensagem “No vaca”. Seria um surto de moralismo? Quem sabe a mesma turma da fidelidade divina quer agora dizer que naquele carro só entra moça direita? Mas chamar mulher de vaca, assim, sem o menor pudor, me parecia bem pouco cristão. Um amigo me explicou: “vaca” é o termo utilizado por surfistas para denominar aquilo que os comuns dos mortais conhecem como caldo ou capote, a saber: ser arrastado pela onda, girando, engolindo água, areia e estrelas do mar. O que eles querem dizer - em portunglês - é que surfam bem. Por que raios alguém comunica aos outros motoristas suas qualidades surfísticas, isso meus amigos não souberam explicar.
Nos últimos meses achei que a doença estava piorando. Em vários carros via um pequeno emaranhado de fios e bolinhas, uma espécie de ideograma cambojano, coisa estranhíssima. Já não era apenas o sentido do adesivo que me escapava: os próprios caracteres estavam embolados. Mais uma vez os bons amigos me explicaram, pacientemente: o emaranhado era um contorno da Virgem Maria, envolta por um terço. Ahhh...
Curioso. Um arqueólogo que tente decifrar nossos dias daqui a milênios ficará confuso. Baseando-se nos carros encontrados nas escavações, dirá que o começo do século XXI assistiu a uma acirrada divisão da humanidade, entre cristãos e praticantes de esportes aquáticos. E, caso encontre, no porta-luvas de um automóvel, as páginas amareladas deste guia, verá que enquanto uns pregavam a salvação celestial e outros alardeavam suas habilidades aquáticas, havia quem assistisse a tudo com os dois pés atolados na areia movediça da perplexidade. Tempos estranhos aqueles...
Antonio Prata, no Blônicas.
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Tudo começou com “Deus é fiel”. Li e pensei: como assim? Seria um complô corintiano? Deus não era apenas brasileiro como torcedor do Timão e membro de sua torcida organizada? Fontes ligadas ao parque São Jorge, no entanto, me asseguraram que não: a Gaviões não tinha nada a ver com aquilo. Mas então... Por acaso alguém acha que Deus vai deixar o pessoal na mão? Que na hora agá ele pode resolver barrar as almas caridosas e salvar, sei lá, o Ozzy Osbourn, só de sacanagem?
Se com o problema religioso-desportivo fiquei intrigado, qual não foi minha desorientação ao ver pipocar, em dezenas de carros, a enigmática mensagem “No vaca”. Seria um surto de moralismo? Quem sabe a mesma turma da fidelidade divina quer agora dizer que naquele carro só entra moça direita? Mas chamar mulher de vaca, assim, sem o menor pudor, me parecia bem pouco cristão. Um amigo me explicou: “vaca” é o termo utilizado por surfistas para denominar aquilo que os comuns dos mortais conhecem como caldo ou capote, a saber: ser arrastado pela onda, girando, engolindo água, areia e estrelas do mar. O que eles querem dizer - em portunglês - é que surfam bem. Por que raios alguém comunica aos outros motoristas suas qualidades surfísticas, isso meus amigos não souberam explicar.
Nos últimos meses achei que a doença estava piorando. Em vários carros via um pequeno emaranhado de fios e bolinhas, uma espécie de ideograma cambojano, coisa estranhíssima. Já não era apenas o sentido do adesivo que me escapava: os próprios caracteres estavam embolados. Mais uma vez os bons amigos me explicaram, pacientemente: o emaranhado era um contorno da Virgem Maria, envolta por um terço. Ahhh...
Curioso. Um arqueólogo que tente decifrar nossos dias daqui a milênios ficará confuso. Baseando-se nos carros encontrados nas escavações, dirá que o começo do século XXI assistiu a uma acirrada divisão da humanidade, entre cristãos e praticantes de esportes aquáticos. E, caso encontre, no porta-luvas de um automóvel, as páginas amareladas deste guia, verá que enquanto uns pregavam a salvação celestial e outros alardeavam suas habilidades aquáticas, havia quem assistisse a tudo com os dois pés atolados na areia movediça da perplexidade. Tempos estranhos aqueles...
Antonio Prata, no Blônicas.
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Carros? Caraca!

Duas coisas que o homem não tolera ouvir de uma mulher: insinuações sobre o tamanho do seu sexo e que dirige mal. O resto é negociável.
É óbvio que o tamanho do sexo somente se refere ao diminutivo. Quando ela pedir sua "coisinha", mesmo carregada de ternura, mesmo sem querer, é para falir na hora.
"Cadê o teu pauzinho?" merece uma resposta sem piedade:
- Calma, mulher, estou procurando. Estranho, eu o vi ontem.
Ternura às favas. Homem - no seu íntimo - quer ser dotado de "trabuco". Ele empregará somente a régua na adolescência com a certeza de que ultrapassará os quinze centímetros. Na indecisão, não ousará enquadrar seu instrumento de trabalho ao longo da vida e se ausentará de qualquer discussão sobre os animais superdotados da National Geographic. Será adepto do escuro e do clique do abajur. Não coçará muito o saco para não chamar atenção. É educado por insuficiência de recursos. Tanto que uma das melhores invenções higiênicas foram as paredes que colocaram entre mictórios nos aeroportos, preservando a identidade secreta dos rapazes.
Não necessita ser algo descarado. Sugestões femininas aniquilam um relacionamento.
Alguém imagina o desespero de um homem ao escutar de sua parceria que ele vá mais fundo, mais fundo, aos gritos lânguidos de "mete mais", quando ele já não tem mais o que oferecer?
De acordo com suas potencialidades, o cara está lá no útero, e o corpo sinuoso dela permanece insensível. Isso é o que caracterizo de "Nervos de aço", sr. Lupicinio Rodrigues. Dor-de-corno são nervos de alumínio.
Os atenuantes deprimem tanto quanto. Receber a comiseração de frases como "tamanho não é documento". Qual é o motivo dessa pérola, senão a de lembrar que seu órgão é diminuto?
Duvido que Long Dong Silver, ator descomunal no sentido físico, confessasse numa mescla de sabedoria e arrependimento: “tamanho não é documento”. Quem tem tamanho, não precisa de documento. Quem não tem, provará todo o momento que é normal. Ou será extremamente sensível para compensar a ausência de protuberâncias.
Demorei um tempão para usar sunga. Não cheguei à façanha de empregar a branca, que transparece até o pantanal. Compro as mais coloridas e extravagantes, com desenhos e mapas, para distrair o volume das espectadoras praianas. Não me peça mais, estou no grau máximo de minha evolução, em comparação às largas bermudas da adolescência. Sunga sortida significa minha aposentadoria por invalidez.
Pior do que as indiretas em relação ao corpo é suportar as mulheres comentando o desempenho no trânsito. Carro é a prótese masculina.
Um risco na lataria revela uma cicatriz nos países baixos. Amasso é sífilis. Num vendaval, telhas voaram ao capô. Afundou uma mera impressão digital. Envergonhei-me da versão que transmiti ao corretor, de que teria que pintar o carro inteiro. Exagerei, parecia que a casa havia soterrado o veículo. Quando ele foi vistoriar, não encontrava o arranhão. Nem eu.
Curiosamente compro carros cada vez maiores. De um Fusca para um Gol, de um Gol para Cross Fox, minha próxima aspiração é um jipe e devo terminar com uma colheitadeira. O carro é a vingança peniana. O revide ao complexo, uma revolução no carma. Entre o psiquiatra e a concessionária, fico com a concessionária.
A única chance que tenho para exibir minha virilidade. De me sentir alto e gostoso. É um instinto filial à máquina. Ela me protege das suspeitas. As guerras são carros à última potência de sujeitos com desproporções eretas. Feliz era meu pai que estacionava um Galaxy preto nos anos 70.
Feliz era meu avô que transitava com um Studebaker vinho na década de 50. Os carros eram naturalmente banheiras de hidromassagem. Dava até para transar em seus estofados – glória chauvinista – sem encontrar o câmbio.
Na primeira vez em que eu saí com uma menina, ela inventou de cochichar: "você muda a marcha de forma grosseira!". Seu propósito generoso era interromper o nosso terrível silêncio e puxar assunto. Para quê? Nunca mais a vi. Sequer justifiquei o sumiço. Desapareci por completo num maço de cigarros. Ela nunca entendeu. Tomara que leia esse blog.
Foi muito infeliz e sincera, infeliz porque sincera. É igual a olhar para ela e disparar: "percebi celulite, estrias e gorduras localizadas, mas gosto de você assim". Alguma mulher agüentaria o tranco?
O carro para o homem é seu salão de beleza, sua massoterapeuta, sua cirurgia plástica.
A reprovação no exame de habilitação produzirá mais estrago emocional do que rodar no vestibular. A tragédia será completa acrescida da aprovação no mesmo exame e no mesmo dia da namorada. Há homens que não dirigem para não enfrentar esse constrangimento. Preferem ônibus, táxis e trens, com a esperança ecológica de que ajudam o planeta e, de tabela, sua estima.
Minha mais ácida discussão com a esposa não foi no quarto. Ocorreu em plena estrada quando, nervosa pela cobrança, me aviltou de "motorista burro". Reagi com excessivas maldades que me arrependo amargamente. Nosso casamento não terminou por um triz ou terminou ali e começou de outra forma e não percebemos. Tomei uma via errada porque ela me aconselhou a permanecer à direita e o acesso era na esquerda. Ela não tinha obrigação de me orientar, eu estava ao volante enxergando as placas. Homem quando decide errado culpa a mulher. Foi o que fiz. Mas ela poderia ter me chamado de "burro" que o sangue não subiria à cabeça, inclusive a ajudaria na acusação. O "motorista burro" me encrespou. Uma reação defensiva. É o equivalente a debochar da ejaculação precoce.
Se carro tivesse caixa-preta, descobriríamos que a maior origem dos divórcios são os diálogos banais e conflituosos entre o piloto e a co-piloto.
No fim do ano, o condutor de uma D-20 apanhou meu carro num cruzamento. Deixou a faixa do canteiro, obrigado a fazer curva, e seguiu reto. Como um jogo de xadrez, pulou pistas e se esqueceu de localizar as demais peças. Entrou na minha porta lateral enquanto eu dobrava.
A imperícia foi dele. Pulei do carro pronto para refrega. Mas o motorista logo admitiu a falha, passou seus telefones e dados, antecipou que o conserto seria por sua conta. Uma gentileza em pessoa. Dispensei as testemunhas, a ocorrência e o diabo das desconfianças. No dia seguinte, era um homem distinto, arrogante e veemente. Avisou que não cometeu nenhuma infração, e desligou o telefone na minha cara, ameaçando que iria me processar. Sua seguradora endossou a história de um modo invertido: que eu cruzei o carro dele. Sua mulher também descreveu essa versão. Já desacreditava de minha sanidade. Entendi uma das estratégias masculinas para fugir da responsabilidade em acidentes. Fingir-se de cordial para evitar o flagrante. Ao mesmo tempo, dificilmente um homem admitirá que falhou no trânsito. A questão não é financeira, é de orgulho. Não pretende carregar o estigma de que é "facão" diante dos seus próximos. É colocar sua sexualidade à mostra. Prefere mentir a enfrentar a gozação dos amigos e a dúvida de sua segurança com as mulheres.
Diante de peças irrefutáveis, forjará teses de que foi vítima. Repetirá infinitamente sua versão fantasiosa até convencer sua memória.
Excesso de velocidade, infalibilidade e truculência são variações de homens mal resolvidos. Carro é evidente drama de reconhecimento sexual. A pista vira uma cama; o retrovisor, espelho no teto. Garanhões sobrevoam com vidro fumê, confundindo o automóvel com a extensão das pernas.
Falta humor no trânsito, aceitar as imperfeições para não repeti-las. E mais honestidade. E mais colhão. Ainda que seja pequeno.
arte de Roy Lichtenstein e Andy Warhol
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Esperança equilibrista
Bom, foi nas andanças em várias quebradas que cruzei a primeira vez com ele. Andava sempre arrumado, camisa com botões, sempre aberta, um boné estilo Baiseball e uma corrente banhada com um pingente de Jesus.
A identificação foi imediata, curtia rap mas tinha vontade de aprender com a literatura, convidei para ir em casa, e me surpreendi quando no outro dia ele tava lá.
O apelido Nego Dú, era um resumo do seu nome Eduardo, conversamos por algumas horas, e ele ficou de voltar, na época revirou todos meus livros para pegar um emprestado.
Depois disso foi constante sua presença, chegava já falando em comida, minha mãe fazia o prato e quando eu não tava, era a mesma coisa, não sei explicar, mas minha mãe adorava ele.
Nego Dú era presença confirmada em todos os meus lançamentos, sempre tava com livros nas mãos, fazia parte de um grupo de rap chamado Realismo Frontal que mais tarde adotaria o nome de Negredo.
Com o Nego Dú eu gravei um especial pra a Record na laje de uma casa, que era um ponto de venda de drogas, casa essa mais tarde que de tanto agente encher o saco os caras largaram.
Foi aí que o Brown e o Negredo se apropriaram da casa e começara a pensar em fazer uma rádio.
O tempo foi passando, as coisas mudando, e o projeto da rádio não saia, foi quando eu dei a idéia de fazer uma biblioteca no lugar, convenci um a um, e o mais difícil foi o Brown, mas ele e o pessoal acabaram aceitando.
Juntamos alguns trocados e sempre compramos os materiais, o Brown chegava sempre com vontade de comprar caixas de som, de comprar discos, e eu pensando nos livros, e assim se passaram cinco anos, até que a casa estivesse pronta.
Pra manter a ordem das nossas idéias, separamos dois ambientes, um pra livro e outro pra som, o Dj Ale junto com o Dj Odair sempre tava lá montando as pickup’s e fazendo um som, e eu pensava: - como isso vai ser uma biblioteca com um barulho desses?
O Brown contratou um marceneiro que fez as estantes, e eu organizei os livros, entre um trampo e outro, muita conversa, quem ganhava era todos nós com tanto ponto de vista diferente. Graças ao Arnaldo estava tudo pintado e só faltava bolar a inauguração, quando a laje começou a vazar, cada chuva vazava mais, até que ficou lastimável a situação.
O que seria o certo? Derrubar tudo e fazer de novo, e ainda tinha outro problema, um mano tava requisitando que era dono da laje da casa, e queria mudar pra lá de todo jeito, mas no debate ele perdeu, afinal nós somos fortes na comunidade, e estávamos lutando não por algo pessoal, mas por algo que envolve toda comunidade, mesmo assim, com o consenso de que ele precisava de uma casa, alguns manos juntaram uma grana e compraram um barraco pra ele.
Enquanto tudo isso acontecia para que a biblioteca ficasse pronta, num dia fatídico saiu um tiroteio na rua, e dois caras discutindo chegaram a trocar tiro e acertaram uma criança de 4 anos, e vocês não tem idéia do que ter um peso desses na mente, afinal se a biblioteca tivesse funcionando talvez esse pequeno estaria vivo.
E começamos a reconstrução da biblioteca, chegaram com agente a Sophia Bisiliat e a sua mãe Maureen que trouxeram várias idéias entre elas a de se fazer um Dvd, com a festa que o Negredo organizava todo ano na mesma rua da biblioteca, e a renda desse dvd seria para terminar a obra.
Começamos a projetar o Dvd, juntamos várias artistas de hip-hop e no meio do caminha também nos decepcionamos com vários manos que de projeto social tem nojo até do nome, mas nem tudo é ruim, outros manos somaram mil graus, como o Gog, o Realidade Cruel, Záfrica, Detentos do Rap, RDG, Muralha sul, Colt 44, Rosana Bronx, Consciência humana, Otraversão, e Detentos do Rap. E a festa aconteceu com a presença de 8.000 pessoas.
O Dvd foi realizado, chama-se 100% favela, além do show tem um documentário comigo, o Brown e o Negredo, além dos caras no estúdio. O Dvd Foi um sucesso pela qualidade e pelo trabalho de juntar tanta gente boa do rap, os que não quiseram se envolver hoje ficam se lamentando.
A renda do Dvd é destinada ao projeto, mas uma má fé na distribuição acabou nos deixando na mão, e pouca coisa sobrando para a biblioteca, enquanto isso o tempo ia passando.
Só com os recursos nossos tava difícil terminar, e chegou uma parceria que aos poucos foi somando que é o Marcelo Loureiro da Hucka.
Ele começou a trazer um engenheiro, que redesenhou o projeto, e começou a nova obra. Um corre danado e o Arnaldo (Negredo) tava de linha de frente na reconstrução de tudo.
Um dia chego lá todo animado e o Arnaldo ta com uma marreta de 3 quilos derrubando as paredes, quando vi tudo destruído quase chorei, mas depois de alguns meses vi que tava valendo a pena recomeçar.
Pelo terreno ser úmido e a casa mal desenhada, era necessário refazer, e até intervir em casas próximas já que a favela é muito desorganizada.
Bom, finalmente terminou a obra, enquanto estava construindo recebemos escritores importantes entre eles, Paulo Lins (Cidade de Deus), Buzo (O trem), Arnaldo Antunes, Lourenço Mutarelli.
Levar tanto tempo valeu a pena, porque vimos um ponto de droga virar um ponto de cultura, e naturalmente quem usava drogas nas vielas foram saindo e deram espaço para um novo público o da leitura.
Hoje depois da inauguração, da pra ver que valeu muito a pena, o segundo andar da biblioteca chama Nego Dú e vive lotado de criança, chamando agente de tio pra cá de tio pra lá.
A gente ta tendo que aprender a lidar com elas, pois não esperávamos esse público, pensamos em jovens e adultos. E foi uma surpresa como tem sido todos os dias, cada coisa que elas falam, a cada ato que fazem, quem aprende muito mais somos nós.
O Gel que é um grafiteiro daqui, juntou mais 20 nomes do grafite e pintou todas as vielas próximas a biblioteca, e não é difícil você trombar com palavras como Sabedoria, e Conhecimento entre um beco e outro.
É pouco, sei disso, comparado com as mil bibliotecas que o governo prometeu no começo do mandado, mas essa única biblioteca na favela é de todos nós e ao contrário das mil do governo, essa é real.
Ferréz
Esse texto é dedicado ao Nego Dú, mano tão raro, que nunca mais vi nenhum andar tanto para pegar comigo um livro do Fernando Pessoa. Hoje meu amigo os livros estão na sua comunidade.
Como algumas pessoas estão perguntando, o DVD 100% favela está a avenda tanto na loja da 1dasul Capão, como em Santo Amaro na galeria borba gato, também na loja do Negredo e na galeria 24 de maio em qualquer loja de Hip-Hop, e só pra constar estamos terminando de editar o número 2 com vários grupos de quebrada.
Caraca... o relato cortante do Ferréz me fez chorar... Enquanto isso, o horário político eleitoral continua no mundo da fantasia, assim como muitas igrejas.
A identificação foi imediata, curtia rap mas tinha vontade de aprender com a literatura, convidei para ir em casa, e me surpreendi quando no outro dia ele tava lá.
O apelido Nego Dú, era um resumo do seu nome Eduardo, conversamos por algumas horas, e ele ficou de voltar, na época revirou todos meus livros para pegar um emprestado.
Depois disso foi constante sua presença, chegava já falando em comida, minha mãe fazia o prato e quando eu não tava, era a mesma coisa, não sei explicar, mas minha mãe adorava ele.
Nego Dú era presença confirmada em todos os meus lançamentos, sempre tava com livros nas mãos, fazia parte de um grupo de rap chamado Realismo Frontal que mais tarde adotaria o nome de Negredo.
Com o Nego Dú eu gravei um especial pra a Record na laje de uma casa, que era um ponto de venda de drogas, casa essa mais tarde que de tanto agente encher o saco os caras largaram.
Foi aí que o Brown e o Negredo se apropriaram da casa e começara a pensar em fazer uma rádio.
O tempo foi passando, as coisas mudando, e o projeto da rádio não saia, foi quando eu dei a idéia de fazer uma biblioteca no lugar, convenci um a um, e o mais difícil foi o Brown, mas ele e o pessoal acabaram aceitando.
Juntamos alguns trocados e sempre compramos os materiais, o Brown chegava sempre com vontade de comprar caixas de som, de comprar discos, e eu pensando nos livros, e assim se passaram cinco anos, até que a casa estivesse pronta.
Pra manter a ordem das nossas idéias, separamos dois ambientes, um pra livro e outro pra som, o Dj Ale junto com o Dj Odair sempre tava lá montando as pickup’s e fazendo um som, e eu pensava: - como isso vai ser uma biblioteca com um barulho desses?
O Brown contratou um marceneiro que fez as estantes, e eu organizei os livros, entre um trampo e outro, muita conversa, quem ganhava era todos nós com tanto ponto de vista diferente. Graças ao Arnaldo estava tudo pintado e só faltava bolar a inauguração, quando a laje começou a vazar, cada chuva vazava mais, até que ficou lastimável a situação.
O que seria o certo? Derrubar tudo e fazer de novo, e ainda tinha outro problema, um mano tava requisitando que era dono da laje da casa, e queria mudar pra lá de todo jeito, mas no debate ele perdeu, afinal nós somos fortes na comunidade, e estávamos lutando não por algo pessoal, mas por algo que envolve toda comunidade, mesmo assim, com o consenso de que ele precisava de uma casa, alguns manos juntaram uma grana e compraram um barraco pra ele.
Enquanto tudo isso acontecia para que a biblioteca ficasse pronta, num dia fatídico saiu um tiroteio na rua, e dois caras discutindo chegaram a trocar tiro e acertaram uma criança de 4 anos, e vocês não tem idéia do que ter um peso desses na mente, afinal se a biblioteca tivesse funcionando talvez esse pequeno estaria vivo.
E começamos a reconstrução da biblioteca, chegaram com agente a Sophia Bisiliat e a sua mãe Maureen que trouxeram várias idéias entre elas a de se fazer um Dvd, com a festa que o Negredo organizava todo ano na mesma rua da biblioteca, e a renda desse dvd seria para terminar a obra.
Começamos a projetar o Dvd, juntamos várias artistas de hip-hop e no meio do caminha também nos decepcionamos com vários manos que de projeto social tem nojo até do nome, mas nem tudo é ruim, outros manos somaram mil graus, como o Gog, o Realidade Cruel, Záfrica, Detentos do Rap, RDG, Muralha sul, Colt 44, Rosana Bronx, Consciência humana, Otraversão, e Detentos do Rap. E a festa aconteceu com a presença de 8.000 pessoas.
O Dvd foi realizado, chama-se 100% favela, além do show tem um documentário comigo, o Brown e o Negredo, além dos caras no estúdio. O Dvd Foi um sucesso pela qualidade e pelo trabalho de juntar tanta gente boa do rap, os que não quiseram se envolver hoje ficam se lamentando.
A renda do Dvd é destinada ao projeto, mas uma má fé na distribuição acabou nos deixando na mão, e pouca coisa sobrando para a biblioteca, enquanto isso o tempo ia passando.
Só com os recursos nossos tava difícil terminar, e chegou uma parceria que aos poucos foi somando que é o Marcelo Loureiro da Hucka.
Ele começou a trazer um engenheiro, que redesenhou o projeto, e começou a nova obra. Um corre danado e o Arnaldo (Negredo) tava de linha de frente na reconstrução de tudo.
Um dia chego lá todo animado e o Arnaldo ta com uma marreta de 3 quilos derrubando as paredes, quando vi tudo destruído quase chorei, mas depois de alguns meses vi que tava valendo a pena recomeçar.
Pelo terreno ser úmido e a casa mal desenhada, era necessário refazer, e até intervir em casas próximas já que a favela é muito desorganizada.
Bom, finalmente terminou a obra, enquanto estava construindo recebemos escritores importantes entre eles, Paulo Lins (Cidade de Deus), Buzo (O trem), Arnaldo Antunes, Lourenço Mutarelli.
Levar tanto tempo valeu a pena, porque vimos um ponto de droga virar um ponto de cultura, e naturalmente quem usava drogas nas vielas foram saindo e deram espaço para um novo público o da leitura.
Hoje depois da inauguração, da pra ver que valeu muito a pena, o segundo andar da biblioteca chama Nego Dú e vive lotado de criança, chamando agente de tio pra cá de tio pra lá.
A gente ta tendo que aprender a lidar com elas, pois não esperávamos esse público, pensamos em jovens e adultos. E foi uma surpresa como tem sido todos os dias, cada coisa que elas falam, a cada ato que fazem, quem aprende muito mais somos nós.
O Gel que é um grafiteiro daqui, juntou mais 20 nomes do grafite e pintou todas as vielas próximas a biblioteca, e não é difícil você trombar com palavras como Sabedoria, e Conhecimento entre um beco e outro.
É pouco, sei disso, comparado com as mil bibliotecas que o governo prometeu no começo do mandado, mas essa única biblioteca na favela é de todos nós e ao contrário das mil do governo, essa é real.
Ferréz
Esse texto é dedicado ao Nego Dú, mano tão raro, que nunca mais vi nenhum andar tanto para pegar comigo um livro do Fernando Pessoa. Hoje meu amigo os livros estão na sua comunidade.
Como algumas pessoas estão perguntando, o DVD 100% favela está a avenda tanto na loja da 1dasul Capão, como em Santo Amaro na galeria borba gato, também na loja do Negredo e na galeria 24 de maio em qualquer loja de Hip-Hop, e só pra constar estamos terminando de editar o número 2 com vários grupos de quebrada.
Caraca... o relato cortante do Ferréz me fez chorar... Enquanto isso, o horário político eleitoral continua no mundo da fantasia, assim como muitas igrejas.
Toda nudez (não) será castigada (7)
Acho que Pedro Cardoso enlouqueceu. Tudo bem. As pessoas têm todo o direito a serem ciumentas, possessivas, sisudas, mau humoradas (mesmo sendo comediantes e tal). Agora, lançarem um “manifesto” contra a nudez e justamente no cinema, é de uma imbecilidade ÚNICA!
E por quê?
Porque cinema significa, necessariamente, voyeurismo. É isso que a câmera faz pela gente. Ela “penetra” os lugares mais impróprios, fura os lugares mais privados e indevidos, sejam eles físicos, metafísicos, zoides ou esquizóides. Esse é o poder da LENTE. Essa é a beleza da lumiere.
Assim é o mundo virtual. Querer restringi-lo, censurá-lo é querer impôr um regime de forca (com ou sem cedilha) num país e num mundo que já está se tornando extremamente VIGIADO por falsos puritanismos e por FALSOS valores e pudores. Ah, sim, você pergunta: Falsos valores e pudores… por quê? Porque temos que ser “polite” (educados) dentro desse mundo de EXTREMISTAS, seja de um lado, seja de outro.
E, justamente quando o mundo está numa tremenda NUDEZ FINANCEIRA (ou seria melhor chamá-la de “re-design”, repaginação?), vem o Pedro Cardoso e lança um manifesto Castigando a Nudez!!!
Digo isso com a consciência limpa, já que encenei pouquíssima gente nua no palco, homens ou mulheres. Mas NÃO condeno aqueles que encenam ou esculpem ou pintam a nudez, desde Michelangelo até Goya, passando por Lucien Freud. Que bobagem! Adoro o Pedro como autor e ator, diga-se de passagem.
Mais interessante seria lançar um manifesto contra a nossa “passividade” relativa ao CIRCO de HORRORES na questão da Bolsa de Valores, como Citigroup e a JPMorgan Chase e os bilhões injetados no Bank of America, que está comprando a Merrill Lynch, e a Wells Fargo, que, por sua vez, compra a Wachovia Corporation. Eles receberão $25 billion. Goldman Sachs and Morgan Stanley receberão $10 bilhões cada. Ah, e a nudez do Bank of New York Mellon and State Street ganhará $2 ou $3 bilhões, isso hoje, depois do fracassado “bailout”.
E Pedro Cardoso quer nos tirar o voyeurismo. Entendam a palavra voyeurismo como tudo o que temos nesse momento: vemos as guerras pela tv como um espetáculo de horrores sendo entrecortado por anúncios de homens e mulheres VESTIDOS! Ou crianças famintas entrecortados por comerciais de automóveis, esses sim, nus! Um automóvel deveria estar VESTIDO, Pedro?
Pedro: SOMOS voyeurs. Ou será que você poderia nos explicar a beleza do “Discreto Charme da Burguesia”, de Bunuel ou aquela foda linda entre Marlon Brando e Maria Schneider em “O Último Tango em Paris”? Ah, esqueci. Você não é Marlon Brando. Talvez seja isso.
Amargura pura!
Gerald Thomas
E por quê?
Porque cinema significa, necessariamente, voyeurismo. É isso que a câmera faz pela gente. Ela “penetra” os lugares mais impróprios, fura os lugares mais privados e indevidos, sejam eles físicos, metafísicos, zoides ou esquizóides. Esse é o poder da LENTE. Essa é a beleza da lumiere.
Assim é o mundo virtual. Querer restringi-lo, censurá-lo é querer impôr um regime de forca (com ou sem cedilha) num país e num mundo que já está se tornando extremamente VIGIADO por falsos puritanismos e por FALSOS valores e pudores. Ah, sim, você pergunta: Falsos valores e pudores… por quê? Porque temos que ser “polite” (educados) dentro desse mundo de EXTREMISTAS, seja de um lado, seja de outro.
E, justamente quando o mundo está numa tremenda NUDEZ FINANCEIRA (ou seria melhor chamá-la de “re-design”, repaginação?), vem o Pedro Cardoso e lança um manifesto Castigando a Nudez!!!
Digo isso com a consciência limpa, já que encenei pouquíssima gente nua no palco, homens ou mulheres. Mas NÃO condeno aqueles que encenam ou esculpem ou pintam a nudez, desde Michelangelo até Goya, passando por Lucien Freud. Que bobagem! Adoro o Pedro como autor e ator, diga-se de passagem.
Mais interessante seria lançar um manifesto contra a nossa “passividade” relativa ao CIRCO de HORRORES na questão da Bolsa de Valores, como Citigroup e a JPMorgan Chase e os bilhões injetados no Bank of America, que está comprando a Merrill Lynch, e a Wells Fargo, que, por sua vez, compra a Wachovia Corporation. Eles receberão $25 billion. Goldman Sachs and Morgan Stanley receberão $10 bilhões cada. Ah, e a nudez do Bank of New York Mellon and State Street ganhará $2 ou $3 bilhões, isso hoje, depois do fracassado “bailout”.
E Pedro Cardoso quer nos tirar o voyeurismo. Entendam a palavra voyeurismo como tudo o que temos nesse momento: vemos as guerras pela tv como um espetáculo de horrores sendo entrecortado por anúncios de homens e mulheres VESTIDOS! Ou crianças famintas entrecortados por comerciais de automóveis, esses sim, nus! Um automóvel deveria estar VESTIDO, Pedro?
Pedro: SOMOS voyeurs. Ou será que você poderia nos explicar a beleza do “Discreto Charme da Burguesia”, de Bunuel ou aquela foda linda entre Marlon Brando e Maria Schneider em “O Último Tango em Paris”? Ah, esqueci. Você não é Marlon Brando. Talvez seja isso.
Amargura pura!
Gerald Thomas
Notícias do Império
Entre tapas e beijos, antecipo uma vitória constrangedora de Barack Obama na eleição de 2008. Constrangedora, porque os “red-necks”, os evangélicos fundamentalistas, os politicamente conservadores, vão ter de engoli-lo. A não ser que um cataclisma de enorme magnitude surpreenda a todos, não acredito que John McCain tenha vigor para reverter o embalo que vai guindar Obama como o primeiro negro na presidência dos Estados Unidos.Enquanto viajei de automóvel de Chicago para Boston, vesti uma camiseta pró-Obama. Estranhei que ninguém tenha se solidarizado com a minha militância secreta. Porém, enquanto almoçava em um restaurante perdido no interior do estado de Nova Iorque, fui repreendido por um velho de bengala. Sem saber que eu era estrangeiro, o senhor veio até a nossa mesa e com o dedo em riste, perguntou: “Obama?” Procurando esconder o sotaque, respondi: “Yes, all the way”. Com furor, ele retrucou: “Big mistake, big mistake”.
Quem sabe Obama consiga implementar algumas políticas realmente vanguardistas na sede do império. Tomara que sim. Sou ressabiado, lembro-me que o pique transformador do metalúrgico presidente do Brasil acabou abafado pelas alianças que seu partido precisou fazer.
O que tenho a ver com a eleição americana? Sou brasileiro sem a menor pretensão de viver nos Estados Unidos. A rigor, não deveria interessar-me com a sorte deles.
Acontece que há muitos anos, os gringos elegeram Jimmy Carter, um presidente digno e por quem tenho grande admiração. Sua política externa afetou a minha história, porque Carter se recusou a chancelar a diplomacia conspiradora e intervencionista de Henry Kissinger. (Kissinger ajudou, por exemplo, a articular o golpe de estado contra Allende no Chile, como também apadrinhou Pinochet).
O presidente Carter enviou a sua mulher em uma missão oficial ao Brasil para expressar verbalmente que os Estados Unidos não se aliariam a torturadores. E que a ditadura militar não deveria contar com o suporte ou auxílio do Departamento de Estado. A partir de sua visita, a petulância do regime despencou. Devo, portanto, a Jimmy Carter a paz que passou a reinar em minha família - e ele nem sabe que existo.
Sinto que o mundo há de respirar com mais oxigênio (literal e metaforicamente), caso Obama seja eleito. Não, não me iludo, sei que ele pode decepcionar. Estou velho demais para ser ingênuo ou otimista com o seu possível mandato. Mas que é bom ver Bush e sua equipe sairem de cena, isso é.
Esperemos...
Soli Deo Gloria.
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Reforma: graça e desgraça
A Reforma Protestante ocorrida na Europa Ocidental no século XVI foi um dos mais importantes capítulos da História do Cristianismo. Ela se dá dentro de uma moldura “secular” inevitável: o colapso da unidade transnacional representada pelo Sacro-Império Germânico-Romano, o nacionalismo, o surgimento dos Estados-Nacionais independentes, o declínio do feudalismo e o fortalecimento do Absolutismo monárquico, a substituição do modo de produção feudal pelo capitalismo mercantil, o surgimento da burguesia como classe fadada à hegemonia em um novo momento histórico.
Do ponto de vista religioso, havia o enfraquecimento do poder temporal do Papado, e um crescente questionamento à vida moral do clero, e a dogmas, exageros e superstições, de uma Cristandade esgotada em seu modelo, e uma cosmovisão marcada por um Cristo débil, santos fortes e anjos importantes, onde a venda de indulgência e a simonia eram apenas alguns aspectos de um modelo em crise. Por um século e meio o espírito da Pré-Reforma (especialmente Huss e Wycliffe) se espalhava por toda a Europa, notadamente nas Universidades. O palco da História estava pronto, quaisquer que fossem os seus atores, no caso, Lutero, Zwinglio, Calvino, Cranmer, Melanchton, Beza, Knox, e tantos outros.
O “espírito” da Reforma incluía a Liturgia e a Bíblia no vernáculo (com o livre acesso e exame desta), uma percepção do laicato dentro de uma concepção de um “sacerdócio universal de todos os crentes”, o lugar das Sagradas Escrituras como fonte última da revelação escrita, e regra de fé e de vida, e, mais importante: a salvação pela Graça de Deus por meio do sacrifício vicário de Cristo, recebido pela Fé.
Uma vez afirmei que o 31 de outubro de 1517 foi o dia mais importante para a História da Igreja desde o Pentecostes. Nenhum daqueles postulados centrais, que são pontos convergentes das Confissões de Fé reformadas, estão ultrapassados ou podem ser minimizados ou substituídos, antes sempre reafirmados e atualizados. Como Anglicanos, temos o Livro de Oração Comum (edições de 1552 e 1662), e, particularmente, os XXXIX Artigos de Religião como marcas da nossa fé reformada.
Por outro lado, a atitude das Igrejas Orientais diante da Reforma foi de rejeição e de distanciamento, e a Igreja de Roma, com os Concílios de Trento e do Vaticano I, encetou uma Contra-Reforma de reforço de disciplina interna e de “anátema” aos princípios reformados. Nenhum dogma foi revogado, desde então. Novos dogmas (p.ex. Imaculada Conceição e Infalibilidade Papal) foram adicionados, novas criaturas foram beatificadas e santificadas. O Concílio Vaticano II, com sua abertura de atitude, linguagem e métodos, também nada acrescentou para reduzir as diferenças doutrinárias entre Roma e a Reforma.
Ninguém pode negar o impacto civilizatório da Reforma, na alfabetização, na universalização da educação básica e profissionalizante, no avanço do Capitalismo, e na crítica a esse, no fortalecimento do Estado Democrático de Direito, na valorização da pessoa humana (particularmente a mulher), do trabalho, da cidadania.
O empreendimento missionário foi tardio, pois no século XVI se buscava apenas sobreviver, no meio das lamentáveis “guerras de religião”, além do equívoco de alguns reformadores de acharem que a Grande Comissão já havia sido cumprida pelos Apóstolos no primeiro século. A partir do século XIX, porém, os herdeiros da Reforma realizaram memoráveis empreendimentos de pregação e serviço a todos os povos.
Dentre as massas nominais e sincréticas da América Latina, o Protestantismo de linha evangélica trouxe experiências de conversão e de novidade de vida.
Por isso, nesse mês de Outubro, há razões de sobra para voltarmos ao tema da Reforma, e, mais ainda, para comemorarmos as graças da sua herança. Mesmo com tudo o que de negativo veio a ocorrer depois – e hoje – essas ações de graças devem se dar.
Não podemos, todavia, ser nem acríticos, nem triunfalistas. Reconhecemos que a ênfase na autoridade da revelação escrita e na soteriologia da graça concorreu para um descuido na eclesiologia, e para uma desvalorização da Tradição (como conjunto do consenso dos fiéis através dos séculos, como herança apostólica acorde com as Escrituras), mais no segundo (Calvinismo) e no terceiro (Anabatismo) momentos do que no primeiro (Luteranismo, Anglicanismo). O Episcopado Histórico foi substituído, em alguns setores, por novas formas (Presbiterianismo, Congregacionalismo), com instituições mais débeis para enfrentar as adversidades dos séculos seguintes.
A herança reformada foi levada de roldão na Europa Ocidental, parte da América do Norte e Oceania (Austrália e Nova Zelândia) pelas expressões teológicas Liberais, fruto do racionalismo iluminista, trazendo desolação e morte. No lugar da afirmação dos postulados da Reforma, a heresia, como negação da sã doutrina. A reação fundamentalista (inicialmente bem intencionada e válida) degenerou no sectarismo anti-intelectual, estéril, reacionário, legalista, e, algumas vezes, racista.
A fragilidade eclesiológica (o confundir “livre exame” com “livre interpretação”) descambaria para a fragmentação sem fim do denominacionalismo, dilacerando o Corpo de Cristo, em um clima cismático caótico, carnal, pecaminoso, racionalizado pela desculpa platônica da unidade “invisível” e pelo anti-institucionalismo. A negação do Episcopado Histórico, no passado, vê reaparecer hoje, o neo-episcopalismo ou o neo-apostolismo de forma selvagem e caudilhesca.
O pecado contra a Verdade: as Heresias; e o pecado contra a Unidade: os Cismas, o denominacionalismo, são as des-graças que a Reforma não pretendeu, mas concorreu, e dos quais não nos cabe orgulho, mas, antes, vergonha e convicção de pecado.
Atualizando a fé uma vez dada aos santos; atualizando a herança multissecular da Igreja de Jesus Cristo, Una, Santa, Católica e Reformada, procurando denunciar as des-graças e afirmar as graças, ousamos continuar o canto:
Robinson Cavalcanti, bispo anglicano.
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Do ponto de vista religioso, havia o enfraquecimento do poder temporal do Papado, e um crescente questionamento à vida moral do clero, e a dogmas, exageros e superstições, de uma Cristandade esgotada em seu modelo, e uma cosmovisão marcada por um Cristo débil, santos fortes e anjos importantes, onde a venda de indulgência e a simonia eram apenas alguns aspectos de um modelo em crise. Por um século e meio o espírito da Pré-Reforma (especialmente Huss e Wycliffe) se espalhava por toda a Europa, notadamente nas Universidades. O palco da História estava pronto, quaisquer que fossem os seus atores, no caso, Lutero, Zwinglio, Calvino, Cranmer, Melanchton, Beza, Knox, e tantos outros.
O “espírito” da Reforma incluía a Liturgia e a Bíblia no vernáculo (com o livre acesso e exame desta), uma percepção do laicato dentro de uma concepção de um “sacerdócio universal de todos os crentes”, o lugar das Sagradas Escrituras como fonte última da revelação escrita, e regra de fé e de vida, e, mais importante: a salvação pela Graça de Deus por meio do sacrifício vicário de Cristo, recebido pela Fé.
Uma vez afirmei que o 31 de outubro de 1517 foi o dia mais importante para a História da Igreja desde o Pentecostes. Nenhum daqueles postulados centrais, que são pontos convergentes das Confissões de Fé reformadas, estão ultrapassados ou podem ser minimizados ou substituídos, antes sempre reafirmados e atualizados. Como Anglicanos, temos o Livro de Oração Comum (edições de 1552 e 1662), e, particularmente, os XXXIX Artigos de Religião como marcas da nossa fé reformada.
Por outro lado, a atitude das Igrejas Orientais diante da Reforma foi de rejeição e de distanciamento, e a Igreja de Roma, com os Concílios de Trento e do Vaticano I, encetou uma Contra-Reforma de reforço de disciplina interna e de “anátema” aos princípios reformados. Nenhum dogma foi revogado, desde então. Novos dogmas (p.ex. Imaculada Conceição e Infalibilidade Papal) foram adicionados, novas criaturas foram beatificadas e santificadas. O Concílio Vaticano II, com sua abertura de atitude, linguagem e métodos, também nada acrescentou para reduzir as diferenças doutrinárias entre Roma e a Reforma.
Ninguém pode negar o impacto civilizatório da Reforma, na alfabetização, na universalização da educação básica e profissionalizante, no avanço do Capitalismo, e na crítica a esse, no fortalecimento do Estado Democrático de Direito, na valorização da pessoa humana (particularmente a mulher), do trabalho, da cidadania.
O empreendimento missionário foi tardio, pois no século XVI se buscava apenas sobreviver, no meio das lamentáveis “guerras de religião”, além do equívoco de alguns reformadores de acharem que a Grande Comissão já havia sido cumprida pelos Apóstolos no primeiro século. A partir do século XIX, porém, os herdeiros da Reforma realizaram memoráveis empreendimentos de pregação e serviço a todos os povos.
Dentre as massas nominais e sincréticas da América Latina, o Protestantismo de linha evangélica trouxe experiências de conversão e de novidade de vida.
Por isso, nesse mês de Outubro, há razões de sobra para voltarmos ao tema da Reforma, e, mais ainda, para comemorarmos as graças da sua herança. Mesmo com tudo o que de negativo veio a ocorrer depois – e hoje – essas ações de graças devem se dar.
Não podemos, todavia, ser nem acríticos, nem triunfalistas. Reconhecemos que a ênfase na autoridade da revelação escrita e na soteriologia da graça concorreu para um descuido na eclesiologia, e para uma desvalorização da Tradição (como conjunto do consenso dos fiéis através dos séculos, como herança apostólica acorde com as Escrituras), mais no segundo (Calvinismo) e no terceiro (Anabatismo) momentos do que no primeiro (Luteranismo, Anglicanismo). O Episcopado Histórico foi substituído, em alguns setores, por novas formas (Presbiterianismo, Congregacionalismo), com instituições mais débeis para enfrentar as adversidades dos séculos seguintes.
A herança reformada foi levada de roldão na Europa Ocidental, parte da América do Norte e Oceania (Austrália e Nova Zelândia) pelas expressões teológicas Liberais, fruto do racionalismo iluminista, trazendo desolação e morte. No lugar da afirmação dos postulados da Reforma, a heresia, como negação da sã doutrina. A reação fundamentalista (inicialmente bem intencionada e válida) degenerou no sectarismo anti-intelectual, estéril, reacionário, legalista, e, algumas vezes, racista.
A fragilidade eclesiológica (o confundir “livre exame” com “livre interpretação”) descambaria para a fragmentação sem fim do denominacionalismo, dilacerando o Corpo de Cristo, em um clima cismático caótico, carnal, pecaminoso, racionalizado pela desculpa platônica da unidade “invisível” e pelo anti-institucionalismo. A negação do Episcopado Histórico, no passado, vê reaparecer hoje, o neo-episcopalismo ou o neo-apostolismo de forma selvagem e caudilhesca.
O pecado contra a Verdade: as Heresias; e o pecado contra a Unidade: os Cismas, o denominacionalismo, são as des-graças que a Reforma não pretendeu, mas concorreu, e dos quais não nos cabe orgulho, mas, antes, vergonha e convicção de pecado.
Atualizando a fé uma vez dada aos santos; atualizando a herança multissecular da Igreja de Jesus Cristo, Una, Santa, Católica e Reformada, procurando denunciar as des-graças e afirmar as graças, ousamos continuar o canto:
“Castelo Forte é o Nosso Deus,
Espada e Bom Escudo”.
Espada e Bom Escudo”.
Robinson Cavalcanti, bispo anglicano.
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A fogueira, as vaidades
Certas polêmicas que de tempos em tempos brotam no meio literário brasileiro, ou em alguns setores dele, poderiam resultar em discussões interessantes. Mas é comum tropeçar na superficialidade e na deselegância para onde com freqüência descambam.
Tem pipocado aqui e ali de vez em quando, por exemplo, a afirmativa de que entre os novos autores brasileiros ninguém presta. Recentemente, Felipe Pena concedeu entrevista ao Prosa on-line classificando os atuais escritores brasileiros de “chatos, herméticos e bestas”. Em outros veículos, uma ou outra afirmativa semelhante aparece – muitas vezes por parte de novos autores, ou aspirantes a.
É difícil não enxergar nas entrelinhas de tais atitudes ressentidas o recado: ninguém presta além de mim, que afirmo que ninguém presta. Quando concessões são feitas, elas evocam um patrulhamento ideológico bastante fora de época. Só o autor que vem da periferia é que presta. Os amigos-de-bar-do-fulano são uns oportunistas e, de modo geral, não prestam. O autor que passou pela universidade não presta. Os autores brasileiros atuais só escrevem para os seus pares. Generalizações levianas que não resistem a uma argumentação mais consistente. E que perigam tranformar o mundo literário numa arena de bate-boca digna não de suplemento literário, mas de revista de fofoca de novela (com a diferença de que literatura interessa a muito menos gente do que novela).
É uma arbitrariedade acusar os autores atuais de prestar um desserviço à disseminação da leitura no país devido a um suposto hermetismo de seus textos. André de Leones, que vai sempre direto ao assunto, resumiu: “Cada um escreve como pode, não como quer.” Há autores entre nós publicando desde a mais sofisticada prosa poética até ótimos romances policiais de se ler numa única tarde. Contistas de primeira com uma prosa ágil, poetas excepcionais e cronistas com um público cativo. Há quem tematize a violência dos centros urbanos, quem volte os olhos para os ambientes rurais e para as cidades do interior. Ou do exterior. Há quem fale de amor, de morte, de futebol, de relações familiares ou que não fale quase nada. Há quem escreva romance histórico. Há quem fragmente sua narrativa e quem opte pelo narrador onisciente e onipresente. Há doutores, pós-doutores e gente que terminou a escola nas coxas, se tanto. Ex-economistas, jornalistas e editores. Guitarristas e cristãos.
Alguns leram James Joyce, alguns leram João Cabral e alguns, Conan Doyle. Outros leram Cortázar, Clarice, Rubem Fonseca ou Thomas Pynchon. Alguns leram Machado e Cervantes, com quem aprenderam o valor da ironia e da auto-ironia. E outros não leram nada disso. A literatura brasileira contemporânea é rica, diversificada e interessantíssima, e não cabe na afirmação redutora de que se faz somente para os seus pares ou para os seus ímpares.
Há que se escrever para o leitor? Mas quem é ele? O leitor não é um dado a priori que determina autor e narrativa. No máximo, é possível tentar escrever para o leitor que somos. Tentar escrever aquilo que, enquanto leitores, gostaríamos de ler. O que não significa necessariamente agradar aos outros leitores. O que não parece válido é pôr na origem do processo criativo o desejo soberano de ser lido e compreendido, que periga comprometer a honestidade da voz do autor – justamente aquilo que o justifica enquanto autor.
Mas é fácil ser categórico. Confundir distribuição arbitrária de rótulos (isso sim um desserviço não só à disseminação da leitura mas à valorização do que se escreve no Brasil) com debate sério, que exige tempo, dedicação e generosidade.
Numa entrevista recente, Antonio Torres disse, com grande clareza: “Nós estamos vivendo um tempo tão curioso, em que o Brasil tem a sedução do estrangeiro. Nosso lado colonizado é forte. É forte demais. A gente vai ao Salão do Livro de Paris e temos, lá, um espaço de estima. E é assim na Alemanha e em qualquer lugar. Aqui, temos uma Bienal onde todos os espaços são para O livreiro de Cabul, O viado de Cabul, A puta de Cabul, O doido de Cabul, O baiano de Cabul. E mais trezentos autores brasileiros. O espaço para a gente é esse: E mais trezentos autores brasileiros.”
As distribuições de insultos que grassam nesse meio, azeitadas na blogosfera, parecem muito mais regidas pelos egos do que pela vontade de levar a cabo debates sérios. É preciso cuidado ao conferir ares de sabedoria ao que talvez não passe de ressentimento. Ou estratégia de marketing. Tão mais constrangedora quando nos damos conta (e é saudável fazê-lo), como disse Marcelo Moutinho, dessa “névoa que paira sobre o mundo literário, dando uma falsa impressão de importância a todos os que o integram.”
17.10.08
Me dá um dinheiro aí
Vou fazer um slideshow para você.Está preparado? É comum, você já viu essas imagens antes.
Quem sabe até já se acostumou com elas.
Começa com aquelas crianças famintas da África.
Aquelas com os ossos visíveis por baixo da pele.
Aquelas com moscas nos olhos.
Os slides se sucedem.
Êxodos de populações inteiras.
Gente faminta.
Gente pobre.
Gente sem futuro.
Durante décadas, vimos essas imagens.
No Discovery Channel, na National Geographic, nos concursos de foto.
Algumas viraram até objetos de arte, em livros de fotógrafos renomados.
São imagens de miséria que comovem.
São imagens que criam plataformas de governo.
Criam ONGs.
Criam entidades.
Criam movimentos sociais.
A miséria pelo mundo, seja em Uganda ou no Ceará, na Índia ou em Bogotá sensibiliza.
Ano após ano, discutiu-se o que fazer.
Anos de pressão para sensibilizar uma infinidade de líderes que se sucederam nas nações mais poderosas do planeta.
Dizem que 40 bilhões de dólares seriam necessários para resolver oproblema da fome no mundo.
Resolver, capicce?
Extinguir.
Não haveria mais nenhum menininho terrivelmente magro e sem futuro, em nenhum canto do planeta.
Não sei como calcularam este número.
Mas digamos que esteja subestimado.
Digamos que seja o dobro.
Ou o triplo.
Com 120 bilhões o mundo seria um lugar mais justo.
Não houve passeata, discurso político ou filosófico ou foto que sensibilizasse.
Não houve documentário, ong, lobby ou pressão que resolvesse.
Mas em uma semana, os mesmos líderes, as mesmas potências, tiraram da cartola 2.2 trilhões de dólares (700 bi nos EUA, 1.5 tri na Europa) para salvar da fome quem já estava de barriga cheia.
dica do Suênio Alves
Rei Google
A internet ultrapassou o jornal impresso como principal fonte de informação no trabalho dos jornalistas, de acordo com a terceira edição do Barômetro de Imprensa, pesquisa bimestral online feita pela FSB Comunicações para sondar opiniões dos jornalistas brasileiros sobre temas da profissão e da conjuntura nacional.
Para 57% dos entrevistados, sites e blogs da internet são as principais fontes de informação usadas cotidianamente no trabalho jornalístico. Os jornais são assim apontados em 28% das respostas, seguidos pelo rádio e telejornais.
A preponderância da internet sobre outras fontes de notícias é apontada pelos profissionais de todas as mídias, e alcança índices mais altos entre trabalhadores menos experientes e aqueles que atuam em veículos online (73%) ou impressos (54%).
Os jornais em papel, por sua vez, atingem seus maiores percentuais entre os jornalistas de TV (34%) e de impressos (33%).
Os profissionais de rádio registram o menor índice para os impressos como principal fonte. Na análise do Barômetro, esse resultado é explicado pelo fato de quase 1/3 (29%) ter o próprio rádio como fonte primordial de informações no trabalho.
Os jornalistas entrevistados também disseram que a segunda principal fonte de informação são os jornais (38%), seguidos da internet (30%), dos telejornais (16%), da rádio (8%) e das revistas (5%).
A terceira edição do Barômetro entrevistou 563 trabalhadores de todo o país – de mídia impressa, online, televisão e rádio –, que responderam a questionário enviado em setembro por email aos 39.772 profissionais inscritos no mailing Maxpress.
A FSB esclarece que os resultados da pesquisa não são automaticamente extrapoláveis para o universo dos jornalistas brasileiros.
fonte: Cidade Biz
colaboração: Rodney Eloy
Para 57% dos entrevistados, sites e blogs da internet são as principais fontes de informação usadas cotidianamente no trabalho jornalístico. Os jornais são assim apontados em 28% das respostas, seguidos pelo rádio e telejornais.
A preponderância da internet sobre outras fontes de notícias é apontada pelos profissionais de todas as mídias, e alcança índices mais altos entre trabalhadores menos experientes e aqueles que atuam em veículos online (73%) ou impressos (54%).
Os jornais em papel, por sua vez, atingem seus maiores percentuais entre os jornalistas de TV (34%) e de impressos (33%).
Os profissionais de rádio registram o menor índice para os impressos como principal fonte. Na análise do Barômetro, esse resultado é explicado pelo fato de quase 1/3 (29%) ter o próprio rádio como fonte primordial de informações no trabalho.
Os jornalistas entrevistados também disseram que a segunda principal fonte de informação são os jornais (38%), seguidos da internet (30%), dos telejornais (16%), da rádio (8%) e das revistas (5%).
A terceira edição do Barômetro entrevistou 563 trabalhadores de todo o país – de mídia impressa, online, televisão e rádio –, que responderam a questionário enviado em setembro por email aos 39.772 profissionais inscritos no mailing Maxpress.
A FSB esclarece que os resultados da pesquisa não são automaticamente extrapoláveis para o universo dos jornalistas brasileiros.
fonte: Cidade Biz
colaboração: Rodney Eloy
Na faixa (10)
LEITURA DE PEÇA
SAUDADE, de Leo Lama.
“Saudade” conta a história de Fernanda e Joaquina, cujos nomes homenageiam os poetas portugueses Fernando Pessoa e Joaquim Teixeira de Pascoaes. A ação se passa em um apartamento em São Vicente, primeira cidade brasileira, tida como uma pequena réplica de Lisboa. As duas parecem estar impossibilitadas de sair do lugar onde se encontram, sonham com um Portugal mítico de lembranças e saudades, lembram de pedaços de poemas como se fossem pistas a completar um quebra-cabeça. A peça propõe uma leitura não realista, na qual as cidades, os lugares e os personagens são símbolos que permitem várias interpretações. “Saudade” propõe um jogo de investigação entre a falta e a memória, o fim do tempo psicológico e o sexo como possibilidade da incorporação da alma e do Sagrado.
Direção: Andréah Dorim
Elenco: Adriana Londõno e Débora Duboc
Dia: Sábado, 18 de outubro, às 17h
Local: Casa do Saber (Jardins)
Censura: maiores de 16 anos
Inscrições gratuitas pelo telefone (11) 3707-8900.
Vagas limitadas.
Leo Lama é filho do dramaturgo Plínio Marcos e da atriz Walderez de Barros. Escreveu sua primeira peça aos 21 anos, a premiada “Dores de Amores”. Há quatro anos vem pesquisando uma nova dramaturgia e uma nova postura no palco: “O Ator em Repouso”.
Andréah Dorim é mestre em Artes pelo Departamento de Artes Cênicas da ECA-USP, onde dirigiu espetáculos como: “Hamlet”, de Shakespeare e “Volta ao Lar”, de Harold Pinter. Há nove anos, atua como arte educadora e encena textos de Guimarães Rosa a partir da manipulação de elementos cênicos e da musicalidade da oralidade de seus textos como recursos de ampliação sinestésica de subtextos metafísicos. Nos últimos três anos, desenvolve com Leo Lama, na condição de diretora de atores, a postura no palco do “Ator em Repouso”.
SAUDADE, de Leo Lama.
“Saudade” conta a história de Fernanda e Joaquina, cujos nomes homenageiam os poetas portugueses Fernando Pessoa e Joaquim Teixeira de Pascoaes. A ação se passa em um apartamento em São Vicente, primeira cidade brasileira, tida como uma pequena réplica de Lisboa. As duas parecem estar impossibilitadas de sair do lugar onde se encontram, sonham com um Portugal mítico de lembranças e saudades, lembram de pedaços de poemas como se fossem pistas a completar um quebra-cabeça. A peça propõe uma leitura não realista, na qual as cidades, os lugares e os personagens são símbolos que permitem várias interpretações. “Saudade” propõe um jogo de investigação entre a falta e a memória, o fim do tempo psicológico e o sexo como possibilidade da incorporação da alma e do Sagrado.
Direção: Andréah Dorim
Elenco: Adriana Londõno e Débora Duboc
Dia: Sábado, 18 de outubro, às 17h
Local: Casa do Saber (Jardins)
Censura: maiores de 16 anos
Inscrições gratuitas pelo telefone (11) 3707-8900.
Vagas limitadas.
Leo Lama é filho do dramaturgo Plínio Marcos e da atriz Walderez de Barros. Escreveu sua primeira peça aos 21 anos, a premiada “Dores de Amores”. Há quatro anos vem pesquisando uma nova dramaturgia e uma nova postura no palco: “O Ator em Repouso”.
Andréah Dorim é mestre em Artes pelo Departamento de Artes Cênicas da ECA-USP, onde dirigiu espetáculos como: “Hamlet”, de Shakespeare e “Volta ao Lar”, de Harold Pinter. Há nove anos, atua como arte educadora e encena textos de Guimarães Rosa a partir da manipulação de elementos cênicos e da musicalidade da oralidade de seus textos como recursos de ampliação sinestésica de subtextos metafísicos. Nos últimos três anos, desenvolve com Leo Lama, na condição de diretora de atores, a postura no palco do “Ator em Repouso”.
Um pé cá, outro lá
Um pé no reino e outro no mundo: consumo e lazer entre pentecostaisArtigo escrito por Wania Amélia Belchior Mesquita para a revista Horizontes Antropológicos
Este artigo analisa como os elementos doutrinários orientam as vidas de fiéis da Igreja Universal do Reino de Deus, o modo como interpretam e cumprem as prescrições religiosas e o seu direcionamento para o consumo e o lazer. Focaliza a corrente teológica chamada Teologia da Prosperidade e como esta possibilita a acomodação da mensagem pentecostal a um contexto socioeconômico em que os fiéis valorizam a poupança e os investimentos como estratégias de uma ética de consumo. Deslocando-se a relação religião/produção para religião/reprodução social.
Clique aqui para o texto completo
Cortando a "raiz" de todos os males
O padre da Igreja Matriz de Amambai, Felix Vecka, em missa realizada no último sábado (11), em sua paróquia, rasgou e queimou dinheiro, que segundo os fiéis, somavam R$ 1 mil. O ato do pároco foi devido sua revolta com declarações que o vice-prefeito eleito do município, José Aguiar, deu em uma rádio local, na qual insinuou que alguns eleitores seriam “papa-hóstias”.
O padre, durante missa, teria desafiado a fé dos fiéis em relação à Nossa Senhora Aparecida e a própria hóstia. Assim, ele queimou uma cédula, supostamente de R$ 100 reais e rasgou um maço de dinheiro com pelo menos, segundo teria falado o próprio sacerdote aos fiéis, mais R$ 900 reais, querendo demonstrar que os candidatos, tanto prefeito como vice, teriam comprado votos para se elegerem, se referindo ao prefeito eleito, Dirceu Lanzerini (PT).
O prefeito eleito se reuniu com o padre dois dias após o fato e declarou que o “mal entendido foi resolvido”. O vice-prefeito, comentando sua entrevista à rádio, disse que não teve objetivo de ofender a comunidade católica ou a Igreja e sim se referir a alguns membros e freqüentadores assíduos da entidade religiosa que , segundo Aguiar, na calada da noite teriam saído pelas ruas tentando comprar votos dos eleitores e inclusive alguns deles teriam sido flagrados pelas Justiça Eleitoral nas vésperas das eleições.
O padre não foi encontrado para comentar o fato, mas fiéis católico se sentiram ofendidos com a atitude do padre e disseram que foi um absurdo o que o pároco fez diante do altar. “O padre duvidou da nossa fé ao insinuar que deixamos de crer em Nossa Senhora Aparecida e na hóstia sagrada por termos exercido nosso livre e constitucional direito de votar em quem quer que seja e olha que não votei nos candidatos insinuados pelo Padre”, disse um membro da igreja que não quis se identificar.
Fonte: Capital News
O padre, durante missa, teria desafiado a fé dos fiéis em relação à Nossa Senhora Aparecida e a própria hóstia. Assim, ele queimou uma cédula, supostamente de R$ 100 reais e rasgou um maço de dinheiro com pelo menos, segundo teria falado o próprio sacerdote aos fiéis, mais R$ 900 reais, querendo demonstrar que os candidatos, tanto prefeito como vice, teriam comprado votos para se elegerem, se referindo ao prefeito eleito, Dirceu Lanzerini (PT).
O prefeito eleito se reuniu com o padre dois dias após o fato e declarou que o “mal entendido foi resolvido”. O vice-prefeito, comentando sua entrevista à rádio, disse que não teve objetivo de ofender a comunidade católica ou a Igreja e sim se referir a alguns membros e freqüentadores assíduos da entidade religiosa que , segundo Aguiar, na calada da noite teriam saído pelas ruas tentando comprar votos dos eleitores e inclusive alguns deles teriam sido flagrados pelas Justiça Eleitoral nas vésperas das eleições.
O padre não foi encontrado para comentar o fato, mas fiéis católico se sentiram ofendidos com a atitude do padre e disseram que foi um absurdo o que o pároco fez diante do altar. “O padre duvidou da nossa fé ao insinuar que deixamos de crer em Nossa Senhora Aparecida e na hóstia sagrada por termos exercido nosso livre e constitucional direito de votar em quem quer que seja e olha que não votei nos candidatos insinuados pelo Padre”, disse um membro da igreja que não quis se identificar.
Fonte: Capital News
Castigo divino
Fim do capitalismo, fracasso da democracia liberal e até castigo divino: para o Irã, a crise financeira mundial mostra antes de mais nada a superioridade do modelo da República Islâmica. Segundo o aiatolá Ali Khamenei, esta crise deve entrar para a história no mesmo nível que o fim da URSS.
"A escola do marxismo entrou em colapso e os barulhos da quebra da democracia liberal ocidental estão sendo ouvidos agora. É o fim do capitalismo", afirmou na última terça-feira o presidente Mahmud Ahmadinejad, um ultraconservador que tem o apoio do aiatolá Khamenei.
Estas convicções, que têm como fonte os valores da revolução islâmica de 1979, ressurgiram com a chegada de Ahmadinejad ao poder em 2005. Desde então o presidente iraniano critica sempre que possível a suposta "decadência" do mundo ocidental. Ele aproveita a magnitude da atual crise financeira mundial para voltar ao tema.
Ahmadinejad se viu confortado em sua análise pelo fato da Bolsa de Teerã não ter sofrido os abalos dos mercados financeiros do Golfo, apesar disto se dever sobretudo à quase total ausência de investidores estrangeiros na praça iraniana e ao grau extremamente elevado de estatização de sua economia.
A imprensa iraniana, tanto a reformista como a conservadora, atribui a responsabilidade da crise aos excessos do liberalismo. No entanto, algumas autoridades chegaram a conclusões menos ortodoxas.
O chefe do Conselho dos Guardiães da Constituição, órgão dominado pelos conservadores, mencionou um "castigo divino". "Estas pessoas estão colhendo os frutos de suas ações ruins", disse o aiatolá Ahmad Khanati, que também celebrou o fato de "este problema alcançar agora a Europa".
"A razão da derrota deles é que esqueceram Deus e a piedade", disse Ahmadinejad, para quem a catástrofe financeira seria um sinal divino de que "os tiranos e os corrompidos serão substituídos por pessoas piedosas e crentes".
"Um sistema bancário islâmico nos ajudará a sobreviver à crise econômica atual", completou. O governo iraniano destaca o desenvolvimento do empréstimo sem juros, mas com pouco êxito.
Para vários teólogos muçulmanos do Oriente Médio, a crise financeira e a ameaça de uma recessão mundial confirmam a superioridade do sistema econômico baseado na "sharia" islâmica - que proíbe juros, mas autoriza o lucro -, na qual vêem uma "alternativa" ao capitalismo.
"A atual crise mostrou a necessidade de uma reestruturação radical e estrutural do sistema financeiro mundial (...) e o sistema econômico baseado no islã oferece uma alternativa que reduziria os riscos", declarou o reitor da Faculdade de Estudos Teológicos da Universidade de Doha, Hatem Al-Naqrachaui.
"Os bancos islâmicos não compram a crédito, administram fundos concretos, o que o deixa a salvo das dificultades experimentadas agora pelos bancos americanos e europeus", afirma o diretor geral do Qatar International Islamic Bank, Abdel Bassat Al-Chibi.
As finanças islâmicas se diferenciam do capitalismo em dois aspectos fundamentais: a recusa aos empréstimos com juros ("riba"), considerados usura, o que o islã proíbe, e especulação; o fato de que riscos e lucros são compartilhados entre o banco e o cliente.
Para o guia supremo iraniano, atual crise reflete a superioridade do modelo político iraniano, que mistura elementos democráticos com teocracia. Khamenei celebrou a "vitória da revolução islâmica sobre as escolas de pensamento marxista e liberal".
Para ele, a primeira desapareceu e a segunda está em decadência. O regime iraniano não atribui nenhuma legitimidade a conceitos como democracia e direitos humanos, que considera tema com os quais as "forças imperialistas" impõem seu domínio no mundo.
fonte: Terra
colaboração: Raphael Mendonça
"A escola do marxismo entrou em colapso e os barulhos da quebra da democracia liberal ocidental estão sendo ouvidos agora. É o fim do capitalismo", afirmou na última terça-feira o presidente Mahmud Ahmadinejad, um ultraconservador que tem o apoio do aiatolá Khamenei.
Estas convicções, que têm como fonte os valores da revolução islâmica de 1979, ressurgiram com a chegada de Ahmadinejad ao poder em 2005. Desde então o presidente iraniano critica sempre que possível a suposta "decadência" do mundo ocidental. Ele aproveita a magnitude da atual crise financeira mundial para voltar ao tema.
Ahmadinejad se viu confortado em sua análise pelo fato da Bolsa de Teerã não ter sofrido os abalos dos mercados financeiros do Golfo, apesar disto se dever sobretudo à quase total ausência de investidores estrangeiros na praça iraniana e ao grau extremamente elevado de estatização de sua economia.
A imprensa iraniana, tanto a reformista como a conservadora, atribui a responsabilidade da crise aos excessos do liberalismo. No entanto, algumas autoridades chegaram a conclusões menos ortodoxas.
O chefe do Conselho dos Guardiães da Constituição, órgão dominado pelos conservadores, mencionou um "castigo divino". "Estas pessoas estão colhendo os frutos de suas ações ruins", disse o aiatolá Ahmad Khanati, que também celebrou o fato de "este problema alcançar agora a Europa".
"A razão da derrota deles é que esqueceram Deus e a piedade", disse Ahmadinejad, para quem a catástrofe financeira seria um sinal divino de que "os tiranos e os corrompidos serão substituídos por pessoas piedosas e crentes".
"Um sistema bancário islâmico nos ajudará a sobreviver à crise econômica atual", completou. O governo iraniano destaca o desenvolvimento do empréstimo sem juros, mas com pouco êxito.
Para vários teólogos muçulmanos do Oriente Médio, a crise financeira e a ameaça de uma recessão mundial confirmam a superioridade do sistema econômico baseado na "sharia" islâmica - que proíbe juros, mas autoriza o lucro -, na qual vêem uma "alternativa" ao capitalismo.
"A atual crise mostrou a necessidade de uma reestruturação radical e estrutural do sistema financeiro mundial (...) e o sistema econômico baseado no islã oferece uma alternativa que reduziria os riscos", declarou o reitor da Faculdade de Estudos Teológicos da Universidade de Doha, Hatem Al-Naqrachaui.
"Os bancos islâmicos não compram a crédito, administram fundos concretos, o que o deixa a salvo das dificultades experimentadas agora pelos bancos americanos e europeus", afirma o diretor geral do Qatar International Islamic Bank, Abdel Bassat Al-Chibi.
As finanças islâmicas se diferenciam do capitalismo em dois aspectos fundamentais: a recusa aos empréstimos com juros ("riba"), considerados usura, o que o islã proíbe, e especulação; o fato de que riscos e lucros são compartilhados entre o banco e o cliente.
Para o guia supremo iraniano, atual crise reflete a superioridade do modelo político iraniano, que mistura elementos democráticos com teocracia. Khamenei celebrou a "vitória da revolução islâmica sobre as escolas de pensamento marxista e liberal".
Para ele, a primeira desapareceu e a segunda está em decadência. O regime iraniano não atribui nenhuma legitimidade a conceitos como democracia e direitos humanos, que considera tema com os quais as "forças imperialistas" impõem seu domínio no mundo.
fonte: Terra
colaboração: Raphael Mendonça
Mamãe eu quero (4)
Um chef de cozinha na pequena cidade de Iberg, na Suíça, causou polêmica ao anunciar que quer incluir pratos feitos com leite materno no cardápio de seu restaurante.O suíço Hans Locher está procurando, por meio de anúncios na imprensa local, mulheres que vendam leite materno e promete pagar cerca de R$ 25 por litro.
Locher disse que quer usar o produto em seu restaurante para fazer sopas e também pratos típicos suíços como o "Zürcher Geschnetzeltes", uma espécie de estrogonofe típico da região de Zurique.
"Se todos crescemos com o leite materno, por que não inclui-lo na nossa dieta alimentícia", questiona o chef de cozinha.
Multa
O dono do restaurante Storchen em Iberg, perto da fronteira com a Alemanha, disse que já testou o ingrediente inusitado em alguns pratos, e que eles ficaram "excelentes".
No entanto, Hans Locher poderá entrar em conflito com as autoridades locais, que não gostaram nada da idéia.
Rolf Etter, químico responsável pelo controle de qualidade de alimentos no cantão de Zurique, diz que o leite materno não está entre os produtos de laticínio que podem ser usados na produção de alimentos.
Na opinião de Etter, o chef de cozinha corre o risco de ser multado por não observar a legislação que controla a qualidade dos alimentos.
No entanto, o químico admite que o uso do leite materno não é explicitamente proibido.
O chef suíço diz que está disposto a correr o risco.
fonte: BBC
colaboração: Alzira Sterque
Trago em meu estômago
Nada de leite de vaca ou de soja: a nova onda no Canadá é o leite de maconha. Agora, o leite de soja não é a única opção para quem não gosta ou não pode ingerir leite animal. Duas empresas lançaram leite e iogurte produzidos com a semente da Cannabis Sativa, em processo idêndico [sic] ao da soja.
A empresa Living Harvest Helpmilk lançou três sabores de leite de maconha: chocolate, baunilha e normal. Outra companhia canadense também aposta no setor, a Manitoba Harvest Hemp, que colocou no mercado iogurtes feitos de maconha. Mas não pense você que vai ficar doidão bebendo este leite, pois não contém THC - a substância psicotrópica presente na "erva".
A plantação da cannabis, legalizada no Canadá, é restrita aos usos industrias da planta: fibras, alimentos, entre outros produtos.
Os benefícios do leite de maconha são a maior quantidade de proteínas, a ausência de colesterol, o alto índice de vitaminas e das gorduras ômega 3 e ômega 6, substâncias necessárias para o bom funcionamento do nosso organismo, mas encontrada em poucos alimentos. Além disso, o produto também é rico em ácido gama-linolênico que, segundo alguns cientistas, ajuda na luta contra o câncer, a tratar inflamações e estimular o sistema imunológico.
O produto já é sucesso total nos supermercados canadenses, tanto que agora o leite e o iogurte começam a ser exportados para os Estados Unidos.
via blog Sal com pimentas
Sexo, mentiras e videoteipe
AMIGO TORCEDOR , amigo secador, se você acredita que futebol é coisa de macho, como reza a tradição latina, precisa rever o seu fundamentalismo ludopédico.
Mire-se no exemplo da última sessão do seriíssimo Superior Tribunal de Justiça Desportiva, o austero STJD, espécie de suprema corte das peladas. Foi bonito ver os austeros senhores julgando boleiro por uma simples passada de mão na bunda do rival, o que se constitui, segundo os ilustríssimos, atitude contrária à disciplina e à moral desportiva.
Se bem que não foi uma passada de mão qualquer, a câmera exibe o justo momento em que o jogador atinge com o dedo conhecido como "fura-bolo" (ou terá sido o "maior de todos"?) a retaguarda inimiga.
Como se o ato vulgar e comezinho, traço marcante e definidor da cordialidade nacional, fosse capaz de, por si só, comprometer o imaculado futebol pentacampeão do mundo.O menino foi abusado, não é qualquer destemida criatura que tem a audácia de acarinhar o latifúndio dorsal de um zagueiro. Ainda mais um bravo defensor do Grêmio Foot-Ball Porto Alegrense. E não em qualquer várzea. Em pleno Olímpico.
Assim o fez o atrevido Carlos Alberto, do Botafogo, em chacota digna dos melhores tempos de Didi Mocó, anti-heroísmo lúdico à moda de João Grilo ou Pedro Malasartes.
A dedada, como se diz no populacho, custou muito ao capeta: oito jogos de fora. A vítima foi o Réver, que pegou três partidas pela humaníssima reação ao ato de cunho desmoralizante. Ora, meritíssimos, queriam que o rapaz deixasse quieto? A agressão agora muda de clube e de lado. Morales, do Grêmio, foi condenado pelos juízes do videoteipe.
Crime: atingiu o órgão genital reprodutor de Alessandro. Castigo: jejum de oito jogos. Atentem para um detalhe: o uruguaio calça chuteiras número 46. Será que doeu, amigo? No momento da falta, aquelas arrepiadas que começam nas canelas e atingem toda a anatomia do sujeito, o juiz aplicou cartão amarelo. Os deuses de casaca do STJD, porém, foram severos. Mas, pelo que se sabe, o órgão do atingido não sofreu danos que pudessem comprometer a bíblica multiplicação da espécie.
O polêmico julgamento que pode limar o Grêmio da disputa do Brasileirão, caso os recursos que ontem liberaram todo mundo tomem o mesmo rumo, fez Marcelo Ferla, autor de sagas tricolores, tirar a faca da bota, mas com o bom humor de sempre. Ele sugere que a CBF elimine a triste figura do juiz dos estádios.
Para que o senhor de preto (às vezes de amarelo) se a turma do videoteipe é quem decide o destino dos torneios? "Imagina que beleza o jogo sem juiz: o sujeito paga ingresso e vibra com os gols de seu time, as expulsões do adversário, as defesas do goleiro.
Mas os três pontos não estão garantidos! Aí na quarta da outra semana, o cara junta amigos e a TV transmite ao vivo o julgamento. Além de vender dois pay-per-views, o do jogo e o da sessão, todo mundo vai ver por que o perdedor pode ter o resultado revertido! É muita emoção, real, virtual... e no tribunal!", arremata.
Faz todo sentido. Ora, se o videoteipe é capaz de decidir campeonatos, para que a triste figura de preto? Eu sigo com o tio Nelson e acrescento: além de burro, o videoteipe é um baita de um falso moralista.
Xico Sá, na Folha de S.Paulo.
Leia +
Mire-se no exemplo da última sessão do seriíssimo Superior Tribunal de Justiça Desportiva, o austero STJD, espécie de suprema corte das peladas. Foi bonito ver os austeros senhores julgando boleiro por uma simples passada de mão na bunda do rival, o que se constitui, segundo os ilustríssimos, atitude contrária à disciplina e à moral desportiva.
Se bem que não foi uma passada de mão qualquer, a câmera exibe o justo momento em que o jogador atinge com o dedo conhecido como "fura-bolo" (ou terá sido o "maior de todos"?) a retaguarda inimiga.
Como se o ato vulgar e comezinho, traço marcante e definidor da cordialidade nacional, fosse capaz de, por si só, comprometer o imaculado futebol pentacampeão do mundo.O menino foi abusado, não é qualquer destemida criatura que tem a audácia de acarinhar o latifúndio dorsal de um zagueiro. Ainda mais um bravo defensor do Grêmio Foot-Ball Porto Alegrense. E não em qualquer várzea. Em pleno Olímpico.
Assim o fez o atrevido Carlos Alberto, do Botafogo, em chacota digna dos melhores tempos de Didi Mocó, anti-heroísmo lúdico à moda de João Grilo ou Pedro Malasartes.
A dedada, como se diz no populacho, custou muito ao capeta: oito jogos de fora. A vítima foi o Réver, que pegou três partidas pela humaníssima reação ao ato de cunho desmoralizante. Ora, meritíssimos, queriam que o rapaz deixasse quieto? A agressão agora muda de clube e de lado. Morales, do Grêmio, foi condenado pelos juízes do videoteipe.
Crime: atingiu o órgão genital reprodutor de Alessandro. Castigo: jejum de oito jogos. Atentem para um detalhe: o uruguaio calça chuteiras número 46. Será que doeu, amigo? No momento da falta, aquelas arrepiadas que começam nas canelas e atingem toda a anatomia do sujeito, o juiz aplicou cartão amarelo. Os deuses de casaca do STJD, porém, foram severos. Mas, pelo que se sabe, o órgão do atingido não sofreu danos que pudessem comprometer a bíblica multiplicação da espécie.
O polêmico julgamento que pode limar o Grêmio da disputa do Brasileirão, caso os recursos que ontem liberaram todo mundo tomem o mesmo rumo, fez Marcelo Ferla, autor de sagas tricolores, tirar a faca da bota, mas com o bom humor de sempre. Ele sugere que a CBF elimine a triste figura do juiz dos estádios.
Para que o senhor de preto (às vezes de amarelo) se a turma do videoteipe é quem decide o destino dos torneios? "Imagina que beleza o jogo sem juiz: o sujeito paga ingresso e vibra com os gols de seu time, as expulsões do adversário, as defesas do goleiro.
Mas os três pontos não estão garantidos! Aí na quarta da outra semana, o cara junta amigos e a TV transmite ao vivo o julgamento. Além de vender dois pay-per-views, o do jogo e o da sessão, todo mundo vai ver por que o perdedor pode ter o resultado revertido! É muita emoção, real, virtual... e no tribunal!", arremata.
Faz todo sentido. Ora, se o videoteipe é capaz de decidir campeonatos, para que a triste figura de preto? Eu sigo com o tio Nelson e acrescento: além de burro, o videoteipe é um baita de um falso moralista.
Xico Sá, na Folha de S.Paulo.
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16.10.08
Humor de quinta (77)
Aê galera,
Um dia lotado de posts do jeito que gosto. Eu sidivirtu! =)
Meus agradecimentos aos colaboradores de hj: Andrea Fink, Flávia Mendes, Judith Almeida, Kesia Leonardo, Henrique Chagas, Rodolfo Ortiz e Tom Fernandes. Muuito obrigado!
Big abraço
Um dia lotado de posts do jeito que gosto. Eu sidivirtu! =)
Meus agradecimentos aos colaboradores de hj: Andrea Fink, Flávia Mendes, Judith Almeida, Kesia Leonardo, Henrique Chagas, Rodolfo Ortiz e Tom Fernandes. Muuito obrigado!
Big abraço
Salve o tricolor paulista (22)

fonte: Kibe Loco
Pra não dizer que não falei das flores. Um amigo hj me contou que o São Paulo manifestará apoio ao prefeito Kassab. Tem gente chamando de Parada Gay fora de época. Richarlysson está empolgadíssimo para fazer boca-de-urna. =)
Beber, cair e não beijar (21)
Anúncio publicado em 1919, logo depois do início da proibição da venda e fabricação de bebidas alcoólicas nos EUA (a Lei Seca).
Agora olhe bem para elas e responda:
Você deixaria de beber? =)
Homens são de Marte (86)
Dois amigos num bar, depois de alguns copos, conversam:
- Se por exemplo, eu transasse com sua mulher, continuaríamos amigos?
- Não!
- Bem, mas ficaríamos companheiros, não?
- Não!
- Hum..... Ficaríamos inimigos?
- Não!
- Deixaríamos de nos falar, é assim?
- Não!
- Pô, então ficaríamos como?
- Quites.
- Se por exemplo, eu transasse com sua mulher, continuaríamos amigos?
- Não!
- Bem, mas ficaríamos companheiros, não?
- Não!
- Hum..... Ficaríamos inimigos?
- Não!
- Deixaríamos de nos falar, é assim?
- Não!
- Pô, então ficaríamos como?
- Quites.
Quem sabe faz ao vivo
Dizem que aconteceu na rádio TUPI FM 104,1 em São Paulo:
Locutor: Quem fala?
Ouvinte: É o Vicente.
Locutor: De onde, Vicente?
Ouvinte: Lapa!
Locutor: Olha aí, Vicente da Lapa! Valendo o kit com camiseta e CD do Edson e Hudson. Presta atenção! Qual é o país que tem duas sílabas e se pode comer uma delas? Prestou bem atenção?Há um país com 2 sílabas e 1 delas é muito boa para se comer. Dez segundos para responder.
Ouvinte: Cuba!
Locutor: (mudo por alguns segundos e algumas risadas no fundo) Tá certo, senhor Vicente! Vai levar o prêmio pela criatividade. Mas aqui na minha ficha estava escrito JA-PÃO.
via Pilândia
Locutor: Quem fala?
Ouvinte: É o Vicente.
Locutor: De onde, Vicente?
Ouvinte: Lapa!
Locutor: Olha aí, Vicente da Lapa! Valendo o kit com camiseta e CD do Edson e Hudson. Presta atenção! Qual é o país que tem duas sílabas e se pode comer uma delas? Prestou bem atenção?Há um país com 2 sílabas e 1 delas é muito boa para se comer. Dez segundos para responder.
Ouvinte: Cuba!
Locutor: (mudo por alguns segundos e algumas risadas no fundo) Tá certo, senhor Vicente! Vai levar o prêmio pela criatividade. Mas aqui na minha ficha estava escrito JA-PÃO.
via Pilândia
Teologia de quinta
E DEUS criou a mulher...
Houve harmonia no paraíso.
O diabo vendo isso, resolveu complicar...
Deus deu à mulher cabelos sedosos e esvoaçantes.
O diabo deu pontas duplas e ressecadas.
Deus deu à mulher seios firmes e bonitos.
O diabo os fez crescer e cair.
Deus deu à mulher um corpo esbelto e provocante.
O diabo inventou a celulite, as estrias, as rugas e o culote.
Deus deu a mulher músculos perfeitos.
E o diabo os fez ficar flácidos com o tempo.
Deus deu à mulher uma voz melodiosa.
O diabo a fez falar demais.
Deus deu à mulher um temperamento dócil.
E o diabo inventou a TPM.
Deus deu à mulher um andar elegante.
O diabo investiu no sapato de salto alto.
Então Deus deu à mulher infinita beleza interior.
E o diabo fez o homem perceber só o lado de fora.
Só pode haver uma explicação para isso:
O diabo é G A Y!
Houve harmonia no paraíso.
O diabo vendo isso, resolveu complicar...
Deus deu à mulher cabelos sedosos e esvoaçantes.
O diabo deu pontas duplas e ressecadas.
Deus deu à mulher seios firmes e bonitos.
O diabo os fez crescer e cair.
Deus deu à mulher um corpo esbelto e provocante.
O diabo inventou a celulite, as estrias, as rugas e o culote.
Deus deu a mulher músculos perfeitos.
E o diabo os fez ficar flácidos com o tempo.
Deus deu à mulher uma voz melodiosa.
O diabo a fez falar demais.
Deus deu à mulher um temperamento dócil.
E o diabo inventou a TPM.
Deus deu à mulher um andar elegante.
O diabo investiu no sapato de salto alto.
Então Deus deu à mulher infinita beleza interior.
E o diabo fez o homem perceber só o lado de fora.
Só pode haver uma explicação para isso:
O diabo é G A Y!
O traidor
O amigo pega o outro no banheiro fazendo xixi sentado no vaso sanitário:
- Mas o que é isto? Você sabe que homens fazem xixi em pé! O que houve contigo?
- É que segunda passada sai com uma loira, 1.80m , corpo inacreditável! Na hora H eu brochei... Na terça sai com uma morena, 19 aninhos, uma delícia. Na hora H, brochei... Na quarta foi com uma ruiva gostosona. Brochei! Na quinta com uma coroa enxutaça. Brochei também...
O amigo, intrigado, lhe pergunta:
- Tudo bem, brochar faz parte, mas por que mijar sentado?
O cara responde:
- Depois de tudo isto, você acha que eu ainda vou dar a mão para este desgraçado?
- Mas o que é isto? Você sabe que homens fazem xixi em pé! O que houve contigo?
- É que segunda passada sai com uma loira, 1.80m , corpo inacreditável! Na hora H eu brochei... Na terça sai com uma morena, 19 aninhos, uma delícia. Na hora H, brochei... Na quarta foi com uma ruiva gostosona. Brochei! Na quinta com uma coroa enxutaça. Brochei também...
O amigo, intrigado, lhe pergunta:
- Tudo bem, brochar faz parte, mas por que mijar sentado?
O cara responde:
- Depois de tudo isto, você acha que eu ainda vou dar a mão para este desgraçado?
Legalmente loira (23)
A loira não conseguia passar no teste para nenhum emprego. Resolveu tomar uma atitude extrema para ganhar dinheiro: "Vou seqüestrar uma criança!" pensou. "Com o dinheiro do resgate eu resolvo a minha vida…"
Ela encaminhou-se para um playground, num bairro de luxo, viu um menino muito bem vestido, puxou-o para trás da moita e foi logo escrevendo o bilhete: "Querida mãe isto é um seqüestro. Estou com seu filho. Favor deixar o resgate de R$10.000,00, amanhã, ao meio-dia, atrás da árvore do parquinho. Ass: Loira seqüestradora"
Então ela pegou o bilhete, dobrou-o e colocou no bolso da jaqueta do menino, dizendo:
- Agora vai lá e entrega esse bilhete para a sua mãe.
No dia seguinte, a loira vai até o local combinado. Encontra uma bolsa. Ela abre, encontra R$10.000,00 em dinheiro e um bilhete junto, dizendo: "Está aí o resgate que você pediu. Só não me conformo como uma loira pôde fazer isso com outra…"
Ela encaminhou-se para um playground, num bairro de luxo, viu um menino muito bem vestido, puxou-o para trás da moita e foi logo escrevendo o bilhete: "Querida mãe isto é um seqüestro. Estou com seu filho. Favor deixar o resgate de R$10.000,00, amanhã, ao meio-dia, atrás da árvore do parquinho. Ass: Loira seqüestradora"
Então ela pegou o bilhete, dobrou-o e colocou no bolso da jaqueta do menino, dizendo:
- Agora vai lá e entrega esse bilhete para a sua mãe.
No dia seguinte, a loira vai até o local combinado. Encontra uma bolsa. Ela abre, encontra R$10.000,00 em dinheiro e um bilhete junto, dizendo: "Está aí o resgate que você pediu. Só não me conformo como uma loira pôde fazer isso com outra…"
Abobrinha
Era tarde da noite, o caminhoneiro guiava pensando em mulher.
Ao avistar uma plantação de abóboras, ele pensa:
- Uma abóbora... hummmmm... é... macia, úmida por dentro.... Hummmmmmmm.. .
Ninguém por perto, ele pára o caminhão, escolhe a abóbora mais redondinha, mais 'gostosinha'.... dá-lhe um talho no tamanho apropriado e, morto de desejo, inicia a transa.
Na empolgação, nem percebe a chegada de uma viatura da polícia.
- Desculpe-me, senhor! - interrompe, perplexo, o patrulheiro - mas acaso o senhor está.... transando com uma abóbora?
Assustado, o caminhoneiro responde:
- Abóbora? Caraca, já é meia-noite? Cinderela... CINDERELAAAAAAA! Cadê você, minha nega?
Ao avistar uma plantação de abóboras, ele pensa:
- Uma abóbora... hummmmm... é... macia, úmida por dentro.... Hummmmmmmm.. .
Ninguém por perto, ele pára o caminhão, escolhe a abóbora mais redondinha, mais 'gostosinha'.... dá-lhe um talho no tamanho apropriado e, morto de desejo, inicia a transa.
Na empolgação, nem percebe a chegada de uma viatura da polícia.
- Desculpe-me, senhor! - interrompe, perplexo, o patrulheiro - mas acaso o senhor está.... transando com uma abóbora?
Assustado, o caminhoneiro responde:
- Abóbora? Caraca, já é meia-noite? Cinderela... CINDERELAAAAAAA! Cadê você, minha nega?
Previsão para 2009
Segundo um dos mais renomados especialistas em economia e tendências do consumidor da Argentina, devido à atual crise econômica e financeira mundial, 2009 será o ano do... C O N S U M I S M O
Pois você terá que ficar (em bom castelhano) :
CON SU MISMO CARRO
CON SU MISMO SALÁRIO
CON SU MISMO IMÓVEL
CON SU MISMO VESTUáRIO
CON SU MISMO PAR DE SAPATOS
E somente se Deus quiser
CON SU MISMO TRABALHO!
Pois você terá que ficar (em bom castelhano) :
CON SU MISMO CARRO
CON SU MISMO SALÁRIO
CON SU MISMO IMÓVEL
CON SU MISMO VESTUáRIO
CON SU MISMO PAR DE SAPATOS
E somente se Deus quiser
CON SU MISMO TRABALHO!
Homens são de Marte (85)
Um cara chega para uma mulher e diz:
- Tá a fim de uma transa mágica?
A mulher pergunta:
- Como é uma transa mágica?
Ele diz:
- É muito simples: a gente transa e depois você desaparece.
- Tá a fim de uma transa mágica?
A mulher pergunta:
- Como é uma transa mágica?
Ele diz:
- É muito simples: a gente transa e depois você desaparece.
15.10.08
Altruísmo dá tesão
Demonstrações de altruísmo podem ser sexualmente atraentes, segundo pesquisadores da Universidade de Nottingham, na Inglaterra.Em três estudos envolvendo mais de mil pessoas, os pesquisadores descobriram que as mulheres dão maior importância a características altruístas do que a outras características na personalidade do parceiro. Os resultados foram publicados no British Journal of Psychology.
Os participantes responderam a várias perguntas sobre o tipo de qualidade que procuram em um parceiro, incluindo exemplos de comportamento altruísta como "doar sangue regularmente" e "se voluntariar para ajudar em um hospital local".
Os três estudos apontaram que as mulheres dão maior importância a essas características, mas indicam que os homens também podem levá-las em conta ao escolher uma parceira.
Correlação
No total, 170 casais responderam a perguntas sobre o quanto valorizavam ações altruístas e tiveram de relatar o próprio nível de comportamento altruísta.
O nível de preferência em um parceiro apresentava uma correlação com a extensão do comportamento altruísta demonstrado pelo outro, sugerindo que essas características podem ser um fator importante para os dois sexos.
"Durante muitos anos, a explicação clássica para o comportamento altruísta esteve baseada nos conceitos de reciprocidade e reputação", afirma o pesquisador Tim Phillips. "Mas acho que é necessário buscar uma outra explicação."
Phillips diz acreditar que "a expansão do cérebro humano teria aumentado significativamente o custo de educar crianças". "Então, teria passado a ser importante para os nossos ancestrais escolher parceiros com disposição e capacidade para serem pais bons e comprometidos", avalia.
Segundo o pessquisador, "demonstrações de altruísmo podem ter oferecido pistas nesse sentido."
Segundo o pessquisador, "demonstrações de altruísmo podem ter oferecido pistas nesse sentido."
fonte: BBC
Zona eleitoral (58)
Desde o início do processo eleitoral em Vila Velha, Hércules Silveira (PMDB) e Neucimar Fraga (PR) negam que têm feito uma campanha baseada em bandeiras religiosas. Tanto um como outro afirmam que, caso eleitos, farão um governo voltado para todos os moradores da cidade, sem privilegiar ou discriminar nenhum grupo ou segmento religioso, e a despeito de sua própria opção religiosa.
Mas, nas ruas de Vila Velha, queiram ou não os candidatos, o debate eleitoral no segundo turno tem adquirido claramente uma conotação religiosa, que tem deixado no esquecimento até mesmo o debate político-ideológico. A cidade está dominada por uma série de rumores, de parte a parte, que circulam desde o início do processo e agora se intensificaram rumores que contrariam os discursos de respeito à diversidade.
Alguns eleitores de Neucimar, em boa parte evangélicos como o candidato, vêm "plantando", por exemplo, que Hércules poderia dar fim ao Jesus Vida Verão, evento tradicional que reúne especialmente evangélicos para cultos e shows na Praia da Costa, durante o mês de janeiro. Na outra frente, alguns eleitores de Hércules, em boa parte católicos como ele, têm alimentado o rumor de que, se eleito, Neucimar poderia extinguir a tradicional Festa da Penha, maior celebração popular com caráter religioso do Espírito Santo. Outros chegaram até a afirmar que Hércules teria ligação com religiões de matriz africana, pelo fato de só andar vestido de branco.
Embora ninguém comprove a veracidade dos rumores e os próprios candidatos os recusem com veemência, muitos agentes políticos e religiosos na cidade confirmam pelo menos dois pontos: os rumores têm ganhado intensidade entre os eleitores das duas frentes religiosas; e católicos e evangélicos têm se perfilado respectivamente a Hércules e a Neucimar por serem da mesma denominação. Ou seja, a maioria dos eleitores canelas-verdes tem determinado o voto em função da religião professada pelo candidato.
O vereador eleito de Vila Velha, João Batista Babá (PT), ligado às comunidades eclesiais de base da Igreja Católica, confirma a circulação dos rumores contra Neucimar no meio dos católicos, embora pessoalmente não lhes dê crédito: "Temos ouvido esses rumores desde o início. Mas eu sinceramente não acredito que um dos dois seria tão fundamentalista e sectário do ponto de vista religioso para acabar com uma festa popular. Seria um atentado contra os irmãos de outra religião e uma inconseqüência fora do comum por parte de homens que se dizem públicos, num país laico como o Brasil", avalia.
Babá também tem observado o fortalecimento do "voto devoto": "Não vi ninguém com proposições absurdas nesse sentido, mas começou a haver uma polarização religiosa do debate eleitoral. Tenho observado muita gente dizer que vai votar em Hércules por ele ser católico, e em Neucimar por ser evangélico."
Crise política em associação de evangélicos
O episódio do lançamento do manifesto contra Hércules e Neucimar a uma semana da votação em primeiro turno ainda gera desdobramentos. No caso dos evangélicos representados na Aplevv, o manifesto foi o estopim de uma crise interna.
Lançada pelos quatro candidatos derrotados no primeiro turno, a carta também contou com a assinatura da entidade. Na ocasião, porém, o presidente licenciado e candidato a vice de Vereza, pastor Alcemir Pantaleão, negou que falasse em nome da Aplevv, versão mantida por ele. Pressionado por colegas, o então presidente interino, pastor Gilmar Azeredo, renunciou ao cargo, após explicar sua isenção. Já o pastor Alcemir, que poderia retornar ao posto, apresentou uma carta de renúncia, que será discutida hoje à noite.
Neucimar arrebanha pastores evangélicos
"O fator religioso vai pesar consideravelmente. Infelizmente, as pessoas ainda decidem o voto pela condição religiosa do candidato." A opinião é do Pastor Alcemir Pantaleão (PT), candidato a vice na chapa de Claúdio Vereza (PT) e presidente licenciado da Associação de Pastores e Líderes Evangélicos de Vila Velha (Aplevv).
Apesar de condenar a confusão de religião com política, o pastor reconhece que muitos dos 180 pastores de diversas denominações associados à entidade estão veladamente pedindo votos para Neucimar, em virtude da divisão entre católicos e evangélicos na cidade. "Há uma guerra religiosa velada há muito tempo em Vila Velha. Eu diria que esse contexto de disputa de espaço é maior por parte dos católicos, talvez pelo fato de um evangélico governar a cidade há oito anos (Max Filho é presbiteriano)." O pastor lembrou que, quando foi vice de Vereza, uma estratégia para atrair o voto evangélico, o deputado era freqüentemente questionado por católicos pela escolha do vice.
Segundo o pastor, a Aplevv mantém a isenção no processo, mas a maioria dos diretores apóia Neucimar. Um deles, pastor Marco Aurélio de Oliveira, é presidente do Fórum Político da entidade. Ele afirma, porém, que a posição é pessoal e que não usa os cultos para fazer campanha. O próprio presidente em exercício, pastor Wandelrey Pacheco, é coordenador de campanha do segmento evangélico de Neucimar, que, por sua vez, também é membro da entidade, na condição de líder evangélico.
fonte: A Gazeta
dica da Rina Noronha via twitter
Mas, nas ruas de Vila Velha, queiram ou não os candidatos, o debate eleitoral no segundo turno tem adquirido claramente uma conotação religiosa, que tem deixado no esquecimento até mesmo o debate político-ideológico. A cidade está dominada por uma série de rumores, de parte a parte, que circulam desde o início do processo e agora se intensificaram rumores que contrariam os discursos de respeito à diversidade.
Alguns eleitores de Neucimar, em boa parte evangélicos como o candidato, vêm "plantando", por exemplo, que Hércules poderia dar fim ao Jesus Vida Verão, evento tradicional que reúne especialmente evangélicos para cultos e shows na Praia da Costa, durante o mês de janeiro. Na outra frente, alguns eleitores de Hércules, em boa parte católicos como ele, têm alimentado o rumor de que, se eleito, Neucimar poderia extinguir a tradicional Festa da Penha, maior celebração popular com caráter religioso do Espírito Santo. Outros chegaram até a afirmar que Hércules teria ligação com religiões de matriz africana, pelo fato de só andar vestido de branco.
Embora ninguém comprove a veracidade dos rumores e os próprios candidatos os recusem com veemência, muitos agentes políticos e religiosos na cidade confirmam pelo menos dois pontos: os rumores têm ganhado intensidade entre os eleitores das duas frentes religiosas; e católicos e evangélicos têm se perfilado respectivamente a Hércules e a Neucimar por serem da mesma denominação. Ou seja, a maioria dos eleitores canelas-verdes tem determinado o voto em função da religião professada pelo candidato.
O vereador eleito de Vila Velha, João Batista Babá (PT), ligado às comunidades eclesiais de base da Igreja Católica, confirma a circulação dos rumores contra Neucimar no meio dos católicos, embora pessoalmente não lhes dê crédito: "Temos ouvido esses rumores desde o início. Mas eu sinceramente não acredito que um dos dois seria tão fundamentalista e sectário do ponto de vista religioso para acabar com uma festa popular. Seria um atentado contra os irmãos de outra religião e uma inconseqüência fora do comum por parte de homens que se dizem públicos, num país laico como o Brasil", avalia.
Babá também tem observado o fortalecimento do "voto devoto": "Não vi ninguém com proposições absurdas nesse sentido, mas começou a haver uma polarização religiosa do debate eleitoral. Tenho observado muita gente dizer que vai votar em Hércules por ele ser católico, e em Neucimar por ser evangélico."
Crise política em associação de evangélicos
O episódio do lançamento do manifesto contra Hércules e Neucimar a uma semana da votação em primeiro turno ainda gera desdobramentos. No caso dos evangélicos representados na Aplevv, o manifesto foi o estopim de uma crise interna.
Lançada pelos quatro candidatos derrotados no primeiro turno, a carta também contou com a assinatura da entidade. Na ocasião, porém, o presidente licenciado e candidato a vice de Vereza, pastor Alcemir Pantaleão, negou que falasse em nome da Aplevv, versão mantida por ele. Pressionado por colegas, o então presidente interino, pastor Gilmar Azeredo, renunciou ao cargo, após explicar sua isenção. Já o pastor Alcemir, que poderia retornar ao posto, apresentou uma carta de renúncia, que será discutida hoje à noite.
Neucimar arrebanha pastores evangélicos
"O fator religioso vai pesar consideravelmente. Infelizmente, as pessoas ainda decidem o voto pela condição religiosa do candidato." A opinião é do Pastor Alcemir Pantaleão (PT), candidato a vice na chapa de Claúdio Vereza (PT) e presidente licenciado da Associação de Pastores e Líderes Evangélicos de Vila Velha (Aplevv).
Apesar de condenar a confusão de religião com política, o pastor reconhece que muitos dos 180 pastores de diversas denominações associados à entidade estão veladamente pedindo votos para Neucimar, em virtude da divisão entre católicos e evangélicos na cidade. "Há uma guerra religiosa velada há muito tempo em Vila Velha. Eu diria que esse contexto de disputa de espaço é maior por parte dos católicos, talvez pelo fato de um evangélico governar a cidade há oito anos (Max Filho é presbiteriano)." O pastor lembrou que, quando foi vice de Vereza, uma estratégia para atrair o voto evangélico, o deputado era freqüentemente questionado por católicos pela escolha do vice.
Segundo o pastor, a Aplevv mantém a isenção no processo, mas a maioria dos diretores apóia Neucimar. Um deles, pastor Marco Aurélio de Oliveira, é presidente do Fórum Político da entidade. Ele afirma, porém, que a posição é pessoal e que não usa os cultos para fazer campanha. O próprio presidente em exercício, pastor Wandelrey Pacheco, é coordenador de campanha do segmento evangélico de Neucimar, que, por sua vez, também é membro da entidade, na condição de líder evangélico.
fonte: A Gazeta
dica da Rina Noronha via twitter
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